MacBook: razões para a escolha

Optar por um MacBook é uma decisão que vem sendo considerada por um número cada vez maior de usuários, e a quantidade de pessoas que está em dúvida e buscando elementos a mais para a sua escolha cresce na mesma proporção.

Já tratei do assunto no post que explica qual MacBook comprar (para quem já decidiu que quer um MacBook, naturalmente), e o leitor Augusto C. Carlson também contribuiu no artigo Macbook Pro 13”: primeiras impressões de um recém-chegado.

E agora é a vez do leitor Gentil de Bortoli Jr. contribuir com uma visão adicional: apesar do seu perfil evidentemente técnico, a descrição dele dos motivos de ter escolhido um MacBook Pro de 13 polegadas (que é um dos modelos indicados pelo BR-Mac) é compatível com a que frequentemente vejo ser narrada pelos assim chamados "usuários finais": um degrau acima das questões envolvendo processador, quantidade de RAM, placa de vídeo, HD, interfaces e coisas do tipo.

Agradecemos ao Gentil, e renovamos o convite para interessados em comentar sua razão de escolha por Macs: entrem em contato!

MacBook: razões para a escolha
Depoimento do leitor Gentil de Bortoli Jr.

Minha história com computadores teve início por volta de 1994, mas meu primeiro contato com um Macintosh ocorreu apenas em meados de 2001, época em que pude experimentar superficialmente um iMac G3. Desde então eu nunca mais havia tocado em nenhum produto da Apple, não até o final de 2010, que foi quando tive a oportunidade de manusear um MacBook.

Embora eu tivesse uma excelente imagem sobre os computadores da marca, especialmente no quesito hardware, deixando de fora os trabalhos que envolviam imagens e animações, preconceituosamente eu atribuía a compra de um Mac a coisas como "status" ou "design".

Com essa concepção em mente, mas observando que alguns amigos com perfil técnico estavam migrando para este equipamento, me senti motivado a estudar melhor o assunto.

Começando pelo design, não demorei a constatar minha ignorância. Compreendi que muito antes de ser algo relacionado ao visual, design deve ser entendido como um "projeto" que busca funcionalidade.

O design está presente em coisas das quais nem nos damos conta, como na "orelha" de uma xícara, que nos permite tomar algo quente sem queimar os dedos, ou no bico de uma jarra, que pode até deixá-la mais bonita, mas que está lá para fazer com que o líquido escoe em uma direção determinada.

No MacBook Pro, detalhes desse tipo podem ser percebidos, por exemplo, no cuidado com a conexão do cabo de força, que se desfaz facilmente evitando um "tranco" no equipamento ou a quebra do plug caso alguém tropece no fio; no teclado retroiluminado, que proporciona mais conforto quando é preciso trabalhar em ambientes escuros; ou na construção em uma peça única, o que aumenta a resistência, elimina emendas, reentrâncias e saliências que poderiam causar acúmulo de sujeira, dificultar a limpeza ou impedir o suave deslizar para dentro de uma mochila. São coisas que não são apenas bonitas ou legais: elas têm um bom propósito.

Hardware atende ao software

Resolvida a questão do design, passei para o hardware. Aqui, ao invés de olhar para as inúmeras configurações que eu poderia montar com determinada quantia de dinheiro, resolvi pensar diferente e passei a avaliar os ganhos que se pode obter quando se sabe exatamente onde um software será executado.

O controle que a Apple exerce sobre as opções de hardware explica por que um Mac é mais econômico no consumo de energia, mais estável e tem melhor desempenho, às vezes mesmo quando comparado a máquinas mais poderosas, mas baseadas em software que, antes de ser veloz, precisa ser compatível com uma enorme quantidade de componentes.

Falando em software, o fato de o Mac OS X ser um UNIX já diz muito. Deixando de lado a maior estabilidade, segurança e padronização inerentes, penso que o grande diferencial desse sistema não seja nem o seu belíssimo visual, mas sim a forma como tudo nele é integrado, causando reflexos diretos na usabilidade. Novamente o design, agora aplicado ao sistema operacional, resulta em um nível de satisfação tal que, não raro, pessoas dizem simplesmente que "dá prazer usar" o Mac OS X.

Passada e empolgação inicial, a boa percepção melhora na medida em que se conhece o sistema e depois se estabiliza em um excelente patamar, já que mesmo com o passar do tempo não há queda de desempenho, redução de estabilidade e nem a necessidade de maçantes manutenções.

Como usuário, experimentei todas as versões do Windows desde a 3.11. Enquanto programador e administrador de sistemas, passei por várias distribuições de Linux, especialmente Slackware, Debian e Ubuntu, que é a escolha atual. Trabalhei também com Open, Free e NetBSD, recompilei o kernel muitas vezes buscando mais desempenho ou suporte a algum hardware e tive até a chance de manter como desktop uma Sun, ora com Linux, ora com Solaris. Atualmente não trabalho mais na área mas posso afirmar que eu me sentiria confortável em ter o Mac OS X como principal SO caso ainda estivesse nesse meio.

Sem abrir mão do histórico

Tornei-me então alguém que só quer navegar, ler e-mails, bater papo, ouvir músicas, assistir a filmes, gravar um DVD de vez em quando, plugar algum dispositivo comum e vê-lo reconhecido imediatamente, usar um editor de textos, uma planilha eletrônica e imprimir ou digitalizar algum papel.

E embora eu estivesse mirando a comodidade de não precisar “abrir o capô”, também fiquei muito satisfeito por não ter tido que abandonar “pequenos vícios”: permaneço brincando com Apache, MySQL e PHP e meus shell scripts não deixaram de ter um belo terminal com fundo preto e letras verdes.

Para completar, na impossibilidade de executar algum software mais específico, sei que posso carregar outros sistemas em uma VM e continuar me beneficiando da citada integração.

É claro que alguns paradigmas tiveram que ser revistos, e tanto para isso quanto para as descobertas o meu histórico foi de grande ajuda. Todavia, acredito que outras pessoas com variados graus de experiência e oriundas dos mais diversos ambientes também não devam enfrentar maiores dificuldades de adaptação.

Sumarizando

Finalmente, afora a pessoal e intransferível sensação de prazer ao operar um sistema tão completo, intuitivo e elegante, considerei ainda outros fatores que agregam valor a um Mac, mas que às vezes podem passar despercebidos:

  • Conta com um bom leque de acessórios especialmente desenvolvidos para a marca;
  • No lugar de bloatware, traz aplicativos úteis, simples, integrados ao SO e testados naquele hardware;
  • Possibilita a aquisição, a preços acessíveis, de software desenvolvido sob um
    excelente controle de qualidade;
  • Garante economia de dinheiro (com antivírus, antispyware, firewall e similares) e de tempo (com "limpeza" de arquivos, desfragmentações, reinstalações de recuperação e formatações);
  • Fornece updates a bons preços;
  • Tem serviço de suporte acima da média;
  • Possui superior valor de revenda.

Obviamente cada um dá a isso tudo a importância que lhe convém. O que posso dizer é que, para mim, depois de boa pesquisa, optar por um Mac pareceu ser não apenas lógico, mas natural.

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