Mountain Lion: 15 detalhes essenciais - mas discretos

O OS X Mountain Lion chegou trazendo mais de 200 novidades, e eu separei uma dúzia que realmente (me) interessam ツ

O lançamento do Mountain Lion atendeu ao cronograma que eu propus à Apple (após eu ter pedido em um momento anterior para adiar): foi nesta quarta-feira, acompanhado de muita fanfarra e milhares de reviews (alguns preparados a partir das versões pré-lançamento, outros escritos às pressas).

De todos eles, eu recomendo ler desde já o tradicional calhamaço publicado pelo John Siracusa (ler na íntegra, para mim, demorou bem mais do que fazer o download e instalar o Mountain Lion), e também prestigiar o jornalismo tecnológico nacional, acompanhando o que revistas como a MacMais publicarão nas suas próximas edições impressas.

Optei por não publicar um artigo com resenha completa ou review, porque percebo que temos abundância de textos descrevendo detalhadamente a nova central de notificações, a integração com o iCloud, a aproximação maior com os aplicativos e convenções do iOS, a ênfase no compartilhamento on-line, o novo modelo de segurança que controla origem de aplicativos, e mais.

Em compensação, fiz algo que como leitor eu gostaria de receber: uma lista dos novos recursos mais discretos, que não aparecem na chamada de capa nem na primeira página mas que fazem diferença prática no meu dia-a-dia. E que talvez não seriam notados se alguém não os apontasse. Bem vindo, portanto, à minha não-resenha dos destaques do Mountain Lion ツ

Mountain Lion: os detalhes essenciais

O retorno do Save As: A opção "Salvar como..." sumiu do menu Arquivo dos aplicativos que aderiram ao novo modelo de documentos introduzido no Lion, a versão imediatamente anterior do OS X, e sua função não é integralmente cumprida pelos seus 2 herdeiros: “Duplicar” e “Exportar”. Mas com a chegada do Mountain Lion, ela está de volta, ainda que (quando não estiver presente no menu) exija conhecer um segredinho para usá-la: pressionar a tecla Option quando estiver com o menu Arquivo aberto. Uma alternativa ainda mais arcana é usar o atalho ⌥⇧⌘S (ou Option + Shift + Command + s)
 

Operações de arquivo a partir da barra de títulos: A barra de título da janela, que já guardava o essencial (e pouco conhecido) ícone proxy, agora tem mais um truque: o menu que aparece ao clicar no nome do arquivo que é exibido no centro dela, permitindo renomear e mover o arquivo que estiver aberto. Isso nos apps que aderem às convenções do Lion, claro.

Um gesto para mostrar a central de notificações: Eu gosto das notificações tradicionais providas pelo app Growl e provavelmente demorarei até aceitar substitui-lo pela nova Central de Notificações, nas enquanto estiver me acostumando a ela, certamente usarei com frequência o gesto que a exibe sem ter de clicar no ícone, que é bem simples: basta arrastar 2 dedos desde a extremidade direita do trackpad, em direção à esquerda.

Um refresco nas notificações: Quando você não quiser ser interrompido visualmente, dá para desativar, dando Option+click no ícone da Central de Notificações (canto superior direito), a exibição de novas mensagens. O ícone passa a ficar esmaecido, e o comando vale até o final do dia apenas; no dia seguinte ela volta a exibir normalmente, evitando assim que você tenha prejuízo por esquecer de reativar. Existem outras formas de realizar a mesma operação, mas esta me parece a mais rápida.

Gesto rápido para visualizar um arquivo no Quick Look: O Quick Look é um recurso essencial do Mac: uma forma de ver o conteúdo de um arquivo sem abrir uma instância do aplicativo que o edita, mas apenas um leve (e rápido) visualizador. Agora ele tem seu próprio gesto: um toque com 3 dedos no Trackpad, sobre o ícone do arquivo que se deseja visualizar.
 

Desviar o áudio para um dispositivo AirPlay: Todo mundo ouviu falar do Airplay Mirroring, que é um dos recursos destacados pela Apple na nova versão (e permite enviar a imagem do Mac para uma Apple TV). Mas o que pode ter passado despercebido é o upgrade nas opções de áudio pelo AirPlay: agora o OS X trata o Apple TV ou o AirPort Express como se fossem qualquer outra caixa de som ou saída de áudio, nas opções do volume. E não é só em apps com suporte a Airplay: se você ativar, todos os sons irão para o dispositivo, desde o beep do Terminal até a trilha sonora do YouTube. Para ativar, é o mesmo procedimento que seria para mandar o som para um cabo HDMI ou um dispositivo Bluetooth: Option + click no ícone de volume na barra de menu. Se você tiver mais que um dispositivo AirPlay, entretanto, pode ser necessário recorrer às preferências de som.

Mais clareza nas operações de arquivo: Um novo indicador de progresso, similar ao que já era exibido em operações de download da Mac App Store, agora está disponível abaixo dos ícones com operações em andamento no Finder, permitindo ver se ainda falta muito para copiar uma pasta e até mesmo interromper a operação.

Exceção rápida para abrir apps barrados: o novo sistema Gatekeeper permite 3 níveis básicos de segurança na execução de apps: (1) apenas apps vindos da Mac App Store, (2) inclui também apps assinados por desenvolvedores credenciados junto à Apple, mesmo que tenham vindo de outro local, ou (3) permite qualquer app independentemente de assinatura. Você pode selecioná-los e configurá-los nas Preferências mas, caso queira apenas abrir uma exceção para um app que seria barrado pelas configurações correntes, basta abri-lo clicando com o botão direito e em seguida selecionar a opção "Abrir", e você receberá a opção de "furar" o GateKeeper.

Atualizações dispensam senha: Agora as atualizações de apps feitas via Mac App Store não exigem mais que você digite sua senha do iTunes.
 

Compartilhamento de tela ganha clipboard e opção de arrastar ícones: O recurso de compartilhamento de tela (em Preferências | Compartilhamento) permite operar remotamente um Mac a partir de outro (ou de um iPad, ou de algum micro com outro sistema rodando o protocolo VNC) na mesma rede local ou (com as necessárias considerações de segurança e configuração de roteadores) até mesmo via Internet. Na nova versão, o que se copia para a clipboard no micro remoto pode ser colado no micro local, e passa a ser possível arrastar e soltar ícones de arquivos entre os 2 computadores.

Barras de rolagem expansíveis: As barras de rolagem vertical (na lateral direita) e horizontal (na parte inferior da janela) agora se expandem quando o ponteiro se aproxima, facilitando a interação.

Criar pastas ao salvar no iCloud: nos apps que permitem salvar arquivos no iCloud, você pode criar pastas da mesma forma que faria no iOS: arrastando um arquivo para cima de outro já existente.

Ver seus arquivos do iCloud: a forma de acessar os arquivos criados no iCloud é por meio dos apps que os criaram, mas eles também aparecem na visão "Todos os meus arquivos" do Finder. Não há um ícone ou acesso que trate o iCloud como se fosse um disco ou unidade.

Novas proteções de tela: Agora há várias novas opções de proteção de tela baseadas em slideshows a partir de sua coleção de fotos, reproduzindo as que já estavam disponíveis na Apple TV.

Consistência nas atualizações: Agora todas as atualizações (incluindo OS X, Safari, iWork, iLife, etc., que tinham um método anterior que sobreviveu à existência da Mac App Store no Snow Leopard e no Lion) vêm pela Mac App Store. Consistência, seja bem-vinda!

Economia de energia mais estrita: o destaque da versão, em termos de gestão de sistema, é o Power Nap (que amplia o número de tarefas de manutenção que o sistema pode realizar sem sair totalmente do modo de economia de energia), mas o que eu mais gostei é que o gestor ficou mais incisivo: nada de o OS X insistir em ficar esperando 60 segundos sem atividade de disco ou fazer muitas consultas a apps antes de adormecer. Se nenhum app tiver pedido expressamente para o sistema se manter acordado, ele vai dormir no prazo marcado nas Preferências. Meu iMac, que apesar das minhas configurações raramente adormecia nas versões anteriores, desde ontem está bem mais econômico!
 

Pesquisa textual do Launchpad: o Launchpad é aquele mecanismo de seleção de aplicativos que surgiu no Lion, ganhou tecla dedicada, ícone default na Dock e... não me convenceu ainda. Mas agora ele ganhou um recurso que o torna um pouco mais prático: digitar as letras iniciais de um app para ir diretamente a ele. Não é necessário clicar em um campo de entrada de dados, basta abrir o Launchpad e sair digitando. Bom para o Launchpad, mas não me pareceu mais conveniente ou ter melhor desempenho que a funcionalidade similar do app Alfred, nem mesmo que o uso do atalho do Spotlight...

Um atalho de teclado para fazer o MacBook Air desligar: em um artigo anterior vimos atalhos para fazer o Mac repousar, desligar ou apagar a tela instantaneamente, mas eles dependiam da tecla ⏏ (Eject), que sumiu dos teclados de MacBook Air. Agora você pode mandar ele desligar usando a combinação Command-Control-Option-⌽(Power).

Estas foram as que me chamaram a atenção, mas torço para que você se inspire e compartilhe as suas nos comentários!

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