OS X ultrapassa a barreira dos 8% dos desktops, e MS corre para anunciar OneNote gratuito e novo MS Office para Mac

Microsoft anuncia que vai lançar nova versão do Office para Mac na mesma semana em que o OS X ultrapassa um marco simbólico no seu crescimento.

Eu acompanho as estatísticas do NetMarketShare sobre o uso de sistemas operacionais desde o mês em que criei o BR-Mac (3 anos atrás), e nelas algumas tendências são constantes, destacando o declínio do uso do Windows e o crescimento no uso do Mac.

O crescimento da parcela de uso do Mac é especialmente significativo porque ocorre em um momento em que o crescimento do próprio uso de desktops está em retração, sendo comido aos poucos pela redução das demandas graças às aplicações "da nuvem", e mais rapidamente pelo aumento do uso das plataformas móveis.

O gráfico acima mostra uma visão específica, que é a da fatia de mercado considerando apenas os sistemas operacionais desktop – e ele mostra um marco: é a primeira vez em que o Mac está acima da linha dos 8%, da qual vinha se aproximando continuamente, em uma tendência fácil de identificar.

Ao mesmo tempo (e você pode ver nos números desta consulta), o Windows continua a ter uma fatia de mercado correspondente a 10 vezes a do Mac.

Só que a fatia do Windows já foi quase absoluta, e está diminuindo continuamente1, razão pela qual a Microsoft já começou a se agitar há algum tempo, em especial em direção ao mercado mobile.


Mas as iniciativas da Microsoft em direção ao mercado do Mac também têm picos, e eu vejo um símbolo forte no fato de a mesma quinzena em que foi publicada a ultrapassagem do marco dos 8% pelo Mac ter sido também o momento em que a Microsoft fez 2 anúncios importantes (para a estratégia dela, ao menos):

  • Confirmou que vai lançar nova versão do MS Office para Mac ainda neste ano
  • Avisou que vai lançar uma versão gratuita do MS OneNote para o Mac ainda neste mês

O OneNote, que já existe em versão para iOS, é como se fosse uma versão MS do popular Evernote, onde você pode concentrar informações de diversas origens (web, texto, imagens, vídeos, documentos scaneados e, claro, documentos do MS Office) – e usarmos o diminuto Evernote como exemplo para explicar o que faz um programa da gigantesca Microsoft também é um bom símbolo do momento que a empresa vive.

Já o MS Office “2014” para Mac é algo bem mais interessante: a Microsoft não lança nova versão para o Mac desde o Office 2011, e está há um bom tempo num jogo de mostra-esconde a respeito de um eventual lançamento de uma versão "completa" para o iOS.

A data foi anunciada por um diretor da Microsoft a uma revista alemã – que recebeu dele permissão expressa para publicar a informação –, e em seguida uma revista dos EUA obteve da matriz da MS apenas uma confirmação de que os trabalhos para o lançamento estão em andamento e que quem for assinante do serviço online Office 365 receberá sem custos adicionais o upgrade para a nova versão, quando ela for lançada – mas não houve confirmação oficial da data.

Alguém estava sofrendo pela falta de um MS Office atualizado no Mac?

Sobre o anúncio da nova versão, o mais interessante é perguntar quem se importa. Eu uso o Office no Mac com alguma frequência, mas cada vez mais recorro a alternativas mais simples, mais baratas e mais móveis, não porque o MS Office seja ruim, mas porque essas outras alternativas – mais simples e baratas, repito – estão cada vez melhor adaptadas aos meus casos de uso que envolvem desktop, tablet e nuvem, e não existe mais, nos meus cenários, aquela preocupação de as outras pessoas não conseguirem ler meus documentos se eles forem feitos em uma ferramenta que a MS não tenha abençoado.

Imagino que bugs persistentes do MS Office para Mac sejam corrigidos, mas acabarão sendo substituídos por outros, ainda desconhecidos. É possível também que desta vez a interface do programa esteja disponível também em português. Quem sabe? Precisaremos aguardar.

É este o ponto em que chegamos: a presença do Microsoft Office, que já foi vista como o símbolo da "viabilidade" de uma plataforma, conforme percebida por gestores pelo mundo afora, agora provoca reações brandas e muito mais voltadas a analisar o que isso significa na estratégia das empresas envolvidas do que tentativas de antecipar quais serão os novos recursos ou vantagens do aplicativo.

 
  1.  A redução da fatia do Windows é bem mais perceptível quando consideramos junto o uso dos sistemas operacionais móveis.

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