OS X 10.8 Mountain Lion

Muito antes do que eu esperava (afinal o OS X 10.7 Lion foi lançado há pouco mais de 6 meses, em julho), a Apple divulgou hoje que a nova versão do sistema operacional dos Macs está chegando. O OS X 10.8 Mountain Lion será disponibilizado em versão preview para os desenvolvedores ainda hoje, e será oferecido aos usuários já a partir da primeira metade do segundo semestre deste ano.

A influência do iOS nos novos recursos anunciados é evidente, incluindo nomes como Notification Center, mirroring via AirPlay (leva a imagem da sua tela a um Apple TV, com som stereo), Game Center (e o Game Kit, facilitando o desenvolvimento de jogos multiplataforma e multiplayer), Reminders, o cada vez mais popular iMessage (que virá como parte do iChat, cujo nome vai mudar para Messages), suporte mais avançado ao iCloud (incluindo a sincronização transparente de documentos, lembretes e anotações) e a integração com o Twitter.

Mas também há novidades que não vêm do iOS, incluindo o Gatekeeper, um recurso opcional que impede a execução de apps que não tenham sido assinadas por um certificado digital provido pela Apple aos desenvolvedores.

E para garantir a consistência há mudanças nos apps clássicos do OS X também: o iChat virou Messages, o iCal virou Calendar e o Address Book agora se chama Contatos. A chegada do Reminders e do Notes (que já existiam no iOS) fez sumir a funcionalidade de anotar pendências no iCal e de anotações no Mail, e assim por diante.

Um recurso simples e interessante é o botão de compartilhamento, também uma influência clara e direta do iOS, e que virá associado a boa parte dos conteúdos suportados pelo Mountain Lion: fotos, vídeos, links e mais. Por meio dele, as opções de compartilhamento (via Mail, Messages, Flickr, Vimeo(!), Twitter e mais ficarão centralizadas e facilmente acessíveis.

A nova central de notificações, que na aparência é idêntica à do iOS, é uma resposta tardia (mas bem pensada) ao Growl, que há anos domina este campo nos Macs. As notificações aparecem de forma breve e discreta, e com um gesto para a esquerda você pode ver uma lista ordenada com todas as atualizações recentes: e-mails recebidos, alertas de programas, lembretes da agenda, etc.

O suporte ao iCloud não se resume às sincronizações de documentos e do conteúdo de apps como o Reminders e o Notes: agora, ao fazer login no Mac com seu Apple Id, o iCloud é configurado automaticamente ao longo de todo o sistema, com a promessa de manter seu e-mail, agenda de compromissos, contatos, documentos e mais atualizados em todos os sistemas que você usa - ou seja: alterou algo no Mac, vai se refletir no iPad e iPhone automaticamente, e vice-versa. Apps com suporte ao armazenamento no iCloud terão opções diferenciadas para salvar e abrir documentos: uma para a estrutura de arquivos local, outra para trabalhar diretamente no iCloud.

Para os desenvolvedores, algumas coisas mudam: além do óbvio impacto do Gatekeeper, mencionado acima, que para os usuários que o adotarem significará que só apps cujos autores as assinaram com um certificado provido pela Apple poderão ser executadas (e assim ficam sujeitas a revogação do certificado caso se verifique que são um risco à segurança ou outro tipo de violação da política de certificação), há também a questão da exclusividade de alguns recursos (como a central de notificações e o armazenamento no iCloud), que estarão disponíveis apenas para apps distribuídas via Mac App Store.

O prazo curto entre o 10.7 e o 10.8 não deve ser visto como uma exceção: segundo a Apple, de agora em diante as atualizações deste porte seguirão um calendário anual, aproveitando a expansão da plataforma Mac como um todo.

John Gruber, do Daring Fireball, relatou o encontro agendado com Phil Schiller, da Apple, em que este lhe apresentou o novo ciclo curto de atualizações do OS X, e a conclusão dele é interessante: não se trata de unificar OS X e iOS (até porque interfaces de mouse/teclado e de toque são inerentemente diferentes), mas sim de encontrar mais pontos em comum entre as duas plataformas e assim fortalecê-las.

Gruber acrescentou uma opinião pessoal: tendo usado o Mountain Lion (pré-instalado em um MacBook Air cedido pela Apple para seus testes) por uma semana, ele tem pouco a relatar - o sistema, mesmo no nível de preview para desenvolvedores, é bom (embora naturalmente incompleto e com bugs) a ponto de ele desejar instalá-lo logo em seu MacBook pessoal.

Quanto ao suporte a hardwares legados, o que já transpirou é que as placas de vídeo Intel GMA x3100 ou 950 não vão mais ser suportadas (o Alexandre Torres defende que a o critério essencial é outro: máquinas com EFI de 32 bits não serão suportadas), o que significa que alguns Macs hoje suportados pelo Lion não serão pelo Mountain Lion.

Mas estes que ficarão de fora não são Macs recentes, e quem tem um iMac de meados de 2007 em diante, um Mac Pro de 2008 em diante, e outros modelos com outras placas gráficas pode continuar pensando no upgrade. Já os donos de Macbooks pretos ou brancos feitos até 2008, ou do Macbook Air original (do início de 2008) ou de Mac minis de 2006 até meados de 2007, por exemplo, devem dar uma conferida no seu hardware e aguardar por mais detalhes.

E um detalhe interessante: até o momento, não vi qualquer menção a suporte ao assistente pessoal Siri ou ao leitor iBooks ツ

Vou atualizar este post conforme receber mais informações, e por enquanto fica o hat tip para o post do The Verge, que recomendo como complemento ao release oficial.

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