Como o OS X Mavericks vai fazer durar mais a bateria do seu MacBook atual

Uma das novidades do OS X Mavericks que interessam a quem vai fazer upgrade é a economia de energia: a nova versão do sistema operacional promete fazer durar mais as baterias dos MacBooks.

Já vimos no artigo sobre o novo recurso da Memória Comprimida uma das formas pelas quais este objetivo é atingido, reduzindo a paginação da RAM para discos e outros dispositivos.

Mas há outros elementos novos que conduzem à redução do consumo de energia e consequente aumento da duração da bateria, e veremos a seguir os principais.

App Nap

O App Nap faz com que os apps que não estão em uso direto pelo usuário – com a janela oculta ou sobreposta por outras, e sem tocar áudio – entrem automaticamente num modo de consumo reduzido de energia, saindo dele automaticamente quando eles voltam a ficar ativos.

Embora o acionamento seja automático, os desenvolvedores podem fazer um app que trabalhe em background sinalizar para o OS X que não deve ser colocado nesse modo – e fazem isso da mesma forma com que hoje já podem sinalizar que o sistema não pode ser colocado para hibernar enquanto o app está ocupado.

As medidas que o App Nap toma incluem desacelerar os timers que acionam atividades do app, reduzir a prioridade com que o app tem acesso a recursos como disco e rede, e reduzir a prioridade de acesso do app ao uso de CPU.

Timer Coalescing

Trata-se de uma técnica fácil de descrever, mas difícil de implementar: alinhar os temporizadores dos diversos softwares em execução, de modo a fazer com que as operações iniciadas por eles ocorram de maneira agrupada, aumentando assim as oportunidades em que alguns núcleos da CPU podem ficar em estado de espera, consumindo assim menos energia.

Os gráficos acima ilustram as 2 situações: na esquerda, a situação atual, em que os timers acontecem sem coordenação entre si, e na direita os timers alinhados. Note que na linha em vermelho, que indica o consumo de energia, o gráfico da esquerda chega poucas vezes ao nível mínimo de consumo, que é frequente no da direita.

O impacto no desempenho não é perceptível, mas o ganho em termos de redução de consumo é bastante considerável.

Mudanças em aplicativos

As alterações que vimos acima são no nível básico do sistema, com efeito sobre todas as aplicações. Mas alguns apps que fazem parte do OS X receberam mudanças consideráveis também, no mesmo sentido.

Um exemplo é o navegador Safari, que agora reconhece a diferença entre conteúdo em destaque e conteúdo acessório e, caso o conteúdo acessório precise de um plugin (como o Java ou o Flash, notório consumidor de bateria) para ser exibido, deixa-o parado com um aviso de que se você quiser mesmo vê-lo, basta clicar e será executado.

Da mesma forma, o iTunes reduz em até 35% o consumo de energia da CPU ao reproduzir conteúdo em HD, graças a reduções na frequência de acesso ao armazenamento e ao melhor aproveitamento de recursos da GPU.

Uma nova filosofia

O tempo de duração de bateria, especialmente em dispositivos portáteis como a linha MacBook Air, é cada vez mais importante, e isso se reflete nos princípios de projeto do sistema operacional.

No OS X Mavericks, a atenção ao consumo de energia se traduziu em 3 elementos básicos:

  • Funcionar para os apps hoje existentes, sem necessidade de alterações por parte de seus autores (embora algumas alterações possam ampliar o efeito positivo)
  • Manter inativos o máximo de núcleos da CPU possível a cada momento, considerando o nível de exigência do sistema naquele instante
  • Quando funcionando na bateria, só realizar as tarefas que o usuário estiver solicitando especificamente, ou que forem inevitáveis - por exemplo, nada de ficar fazendo download de atualizações em background, ou mesmo verificando a presença de novas versões, se for possível evitar.

Quero ver na prática, mas por enquanto a economia de energia está entre as novidades que mais me agradaram na nova versão.

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