Feliz 2014 pra TV: operadoras internacionais começaram a oferecer canais à la carte e pacotes baratos premium


Final de 2013 com novidades boas: no exterior já começou a ser possível escolher cada canal do seu pacote de TV a cabo, e surgiram pacotes econômicos que incluem canais premium, como a HBO – antes que até o seu vizinho troque o cabo pelo streaming.

Às vezes ficamos esperando que a mudança chegue na forma de uma revolução (alô, "TV da Apple") e não percebemos que ela já está acontecendo, pouco a pouco. E cada vez mais parece ser o caso da modernização dos serviços de conteúdo na TV, que já vai acontecendo discretamnte conforme mais gente cancela ou reduz seus planos de TV a cabo estilo pacotão, nos quais pagam por canais que não desejam para poder ter acesso aos canais premium que querem.

O final de 2013 trouxe não apenas um, mas dois milagres natalinos no mercado norte-americano: nos EUA a Time Warner passou a oferecer um pacote econômico1 incluindo a HBO, e no Canadá um serviço de TV a cabo começou a oferecer serviço à la carte, cobrando US$ 2,12 de mensalidade a cada canal que o assinante incluir no pacote que ele mesmo montar.

Ambos são tentativas de reverter a tendência dos chamados cord cutters, pessoas que cancelam seus pacotões da TV a cabo para passar a ter acesso à programação por outros meios.

A minha família mais próxima se divide em 4 residências que, nesta virada de 2013 para 2014, podem todas entrar na estatística das que passaram a pagar menos para as operadoras de TV a cabo porque mudaram para planos mais baratos e/ou reduziram o número de pontos de TV após agregarem a seus hábitos televisivos uma combinação dos seguintes fatores:

  • Apple TV (4 casos)
  • Netflix (4 casos)
  • Compra de programação no iTunes (2 casos)
  • Antena de TV digital para programação local (1 caso)
  • Redução do número de horas em frente à TV devido a outras opções de entretenimento digital (3 casos)

Coloquei a Netflix em negrito porque seu modelo (streaming via Internet) parece ser o modelo que mais vem crescendo: no 3º trimestre, computou um crescimento de faturamento 33% em relação ao ano anterior os EUA.

Para poder ter uma ideia do caráter astronômico desse crescimento (em termos do mercado de TV), basta observar que até o ano anterior o crescimento anual do modelo VOD (Video On Demand pelo cabo da TV, no estilo de serviços como o Now, da brasileira Net), de 8%, era aplaudido como o caminho acelerado para o futuro.

Vale mencionar que o modelo VOD parou de crescer assim: os números de 2013 estão em 2,8%.

Tudo isso são indicativos de uma situação muito mais favorável para o consumidor: os operadores deixam de ser monopolistas de um meio de transmissão (o "cabo"), e assim precisam enfrentar competição com os preços, conteúdos e qualidade de serviço de quem mais queira concorrer pelos mesmos assinantes.

Não vai ser fácil, não vai ser rápido, mas já começou. Feliz 2014!

 
  1.  Mensalidade de US$ 30, sem taxa de aparelho ou de configuração.

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