Teclado para iPad: a minha solução (e não é uma capa para iPad com teclado!)

O teclado para iPad pode ser um acessório valioso para digitar mais rapidamente , mesmo para quem sabe como usar o teclado do iPad aproveitando suas técnicas ninjas. Já falei neste espaço sobre como outros profissionais usam teclados externos em seus iPads para ampliar a sua produtividade, e hoje é a minha vez de descrever a solução que adotei.

Após postar vários artigos mostrando como outros profissionais usam seus iPads para escrever, chegou a minha vez de apresentar a minha solução pessoal.

Eu avaliei e testei várias alternativas, optei por adotar a Origami Workstation, um acessório de US$ 30 (nos EUA) que permite transportar em segurança na mochila um teclado sem fio comum da Apple e ainda se dobra (literalmente) para acomodar o iPad na hora do uso, sem precisar de docks, cabos, conectores e nada mais.

Uma capa com teclado não transforma o iPad em notebook

Na minha opinião, a idéia de que um iPad (ou outro tablet) pode se transformar em um notebook por meio da simples adição de um teclado não se sustenta (ou, no mínimo, é prematura para as interfaces com o usuário hoje existentes), ao contrário do que propõem alguns fabricantes de acessórios.

Se um teclado hipotético em questão viesse acompanhado de um trackpad e de portas de expansão adicionais, e o iOS estivesse preparado para operar em um modo multitarefa correspondente, com mais de um app visível ao mesmo tempo, troca de dados mais dinâmica entre eles e uma interface que comportasse o uso local do trackpad ou mouse, aí creio que poderíamos falar sobre um "modo notebook" propriamente dito (como parece ser o caso do projeto Ubuntu for Android, por exemplo, embora exija periféricos adicionais).

Mas da maneira em que a questão vem sendo abordada por capas de iPad que se apresentam como similares ao MacBook, o meu entendimento é que se trata de uma abordagem de design insuficiente, privilegiando a forma em detrimento da função, e oferecendo pouco mais do que a aparência de um MacBook, e um teclado como acessório.

Só que o teclado em si é um acessório valioso para a produtividade no iPad (com uma ressalva: existem usuários plenamente capazes de ter a mesma velocidade de digitação usando o teclado virtual do iOS, embora aparentemente ainda sejam uma pequena minoria), independentemente de alguns produtos o abordarem sob o enfoque acima, do qual discordo.

Minha alternativa: Origami Workstation

Na maior parte do tempo eu uso o iPad sem qualquer acessório, porque os locais em que costumo trabalhar são bem providos de Macs "de mesa" e aí o tablet vira mesmo ferramenta de consumo de informação ou de entretenimento, e o máximo que digito nele é minha senha ou alguma mensagem curta.

Não acho que o iPad no momento já seja o sucessor generalizado dos notebooks (mas aguardo para ver a tal "era pós-PC" se confirmar também neste sentido), só que em algumas ocasiões ele me serve como um bom substituto, inclusive por ser bem fácil de transportar e por ter uma bateria que dura mais do que a maioria dos laptops.

Algumas capas para iPad com teclado integrado parecem ser bem interessantes e já me atraíram a atenção vez por outra, mas a minha solução escolhida é outra: um teclado sem fio da Apple (que já me prestou bons serviços junto a um iMac anteriormente) acompanhado de uma Origami Workstation.

A Origami Workstation (~US$ 30 nos EUA, disponíveis nas Apple Stores de alguns países e relativamente fácil de encontrar no eBay para entrega no Brasil) é um produto da Incase que pode ser descrito basicamente como uma capa para o teclado sem fio da Apple (e não para o iPad) que, quando aberta em qualquer superfície plana (inclusive a mesinha do avião...), permite posicionar o tablet como você vê na imagem abaixo, tanto em modo retrato como paisagem, permitindo o uso confortável para digitar o que quer que seja (incluindo o texto deste artigo, que está sendo composto no editor Writing Kit, meu preferido no iPad).

O teclado fica firmemente preso por 2 discretos encaixes na parte de trás, e a dobradura que permite encostar o iPad é mantida presa no lugar por 2 tiras de velcro, que também servem para fechar o estojo quando chega a hora de guardá-lo.

Como o iPad é apenas encostado (ou seja: não é fixado à Origami Workstation), é possível até mesmo manter a capa dele no lugar, se ela não for muito grossa. Eu uso sem remover a Smart Cover, sem problema nenhum.

Teclado no iPad: minha experiência com o modelo Wireless da Apple

Além de as dimensões, inclinação e acionamento do teclado da Apple serem confortáveis e já fazerem parte do meu hábito, vale destacar que várias das suas teclas especiais (como as de volume, controle do brilho da tela, etc.) também funcionam no iPad (ao menos no Novo iPad, não testei com modelos anteriores). A conexão dele ao iPad funciona da mesma forma que no Mac: pelo Bluetooth.

A acentuação no iPad com teclado externo funciona como no Mac, com 2 modos à disposição: Apple e PC. Usuários clássicos da Apple podem usar o "modelo Apple" (em que as teclas EUNICE`, juntamente com a tecla Option, produzem os acentos e a cedilha), e os demais podem configurar nos Ajustes (Geral/ Teclado/ Teclados Internacionais) o modo de teclado físico EUA Internacional PC, em que as teclas '`^~" produzem os acentos correspondentes (e a tecla do acento agudo também permite fazer a cedilha), exatamente como a maior parte de nós está acostumada nos computadores brasileiros desde os anos 80 e nas máquinas de escrever.

Algumas combinações de teclas (como Command+Z para desfazer uma alteração, Command+C para copiar o trecho selecionado, etc.) funcionam como no Mac, e outras não. Quando o iPad está adormecido, pressionar qualquer tecla tem o efeito de acordá-lo imediatamente.

A movimentação do cursor pelas setas do teclado funciona normalmente, incluindo em combinação com outras teclas: Shift para selecionar enquanto move, Command para ir ao início ou fim da linha ou texto, Option para pular uma palavra por vez, Control para ir de tela em tela, etc.

Assim como muitos outros usuários desta solução, entretanto, torço para que uma edição futura do iOS permita usar o teclado para controle da multitarefa, e deixe alternar entre apps abertos usando teclas ou combinações do teclado, embora os gestos multitarefa pela tela hoje já ajudem.

Resumindo

Em suma, o teclado wireless da Apple funciona muito bem com o iPad, e suas dimensões reduzidas (mas confortáveis ao uso) permitem levá-lo comigo nas mesmas pastas e mochilas em que levo o iPad, sem maiores problemas.

Ele não o transforma em notebook, nem tenta - mas acredito que qualquer solução que se apresente com esta intenção neste momento será insuficiente na prática, por mais que o teclado em si seja um acessório valioso.

Só que, no caso do teclado da Apple, projetado para ficar sobre uma mesa, é necessário acondicioná-lo bem no transporte (para não arranhar, não arrancar teclas sem querer, etc.), e para isso a Origami Workstation é ideal, pois além de proteger o teclado, ainda tem a função adicional de apoio ao iPad em posição confortável para o uso quando está aberta.

Ao comprá-lo, entretanto, cuidado para não confundir a Origami Workstation, que é a capa de teclado descrita acima, com a Origami Sleeve, que é uma capa para o iPad que pode ser dobrada para posicioná-lo de maneira similar, mas não tem teclado incorporado, nem o transporta.

Penultimate é adquirido pela Evernote

O Penultimate, popular app para anotações à mão livre no iPad, acaba de ser adquirido pela Evernote, adicionando ao seu conjunto de ferramentas de notas e lembretes mais uma ramificação interessante, junto às fotos, texto, imagens, áudio, screenshots e outros conteúdos que já trata de maneira específica.

Não é o primeiro app popular adquirido pela Evernote que cobrimos por aqui: no ano passado noticiamos a compra do Skitch pela empresa, e esta ferramenta de edição e anotações e imagens continuou disponível de forma independente e até teve novidades interessantes lançadas depois da aquisição, um histórico positivo que permite ter boas expectativas em relação ao Penultimate também.

O criador do Penultimate vai se unir à Evernote, e sua ferramenta continuará a existir de maneira independente, custando os mesmos US$ 0,99 na App Store.

Capas para iPad com bloco de papel incorporado: a versão da Proporta

Em agosto compartilhei com vocês a minha escolha pelo BooqPad, uma case para iPad que traz um acessório essencial para mim: um bloco de papel para anotações que eu não acho o iPad uma ferramenta conveniente o suficiente para fazer – embora os aplicativos para escrita manual e canetinhas como a Bamboo Stylus estejam fazendo minha avaliação dele para esta finalidade melhorar continuamente,

Eu venho usando o BooqPad (foto acima) diariamente e, embora seja um pouco volumoso (afinal protege o iPad pelos 2 lados e ainda precisa abrigar o bloco e uma caneta) cumpre muito bem sua finalidade, que é permitir que eu rabisque no papel e no iPad durante aulas e reuniões sem ter de levar 2 conjuntos diferentes.

O BooqPad continua sendo minha escolha, mas a notícia do lançamento da Capa de Couro Protetora com Notepad para o novo iPad, da Proporta, me traz de volta ao tema, pois ela pode ser uma opção melhor para alguns de vocês.

As semelhanças com o BooqPad são grandes: dimensões comparáveis, ambas travam com um botão de pressão, são de couro preto e trazem um bloco de papel substituível.

Mas o modelo da Proporta foi feito tendo em mente o novo iPad, o que lhe dá pelo menos uma vantagem considerável: vem com abertura na parte traseira para permitir o uso da câmera – embora como fazê-lo sem deixar que a parte frontal da pasta obstrua a visão do display do iPad enquanto você fotografa ou filma possa ser um exercício de criatividade ou desapego...

A Capa de Couro Protetora com Notepad para o novo iPad está a US$ 79,95 no site da Proporta.

Um wallpaper em alta resolução do último vôo do ônibus espacial Discovery, para compensar

O ônibus espacial Discovery fez seu último vôo (de carona) há poucas semanas, e um registro fotográfico com qualidade retina display pode adornar seu Mac ou iPad.

Na semana passada eu publiquei um artigo sobre um app que associei (talvez por mau uso de estereótipos, e talvez não) mais ao público feminino: os bichinhos e paisagens do app da NatGeo para iPad.

Já nos comentários o leitor Tiago registrou considerar que fiquei em débito, e que podia postar também alguma coisa de física, engenharia, mega construções, etc.

Não que eu queira ficar contando um placar de quais públicos estou atendendo, mas não foi difícil encontrar uma novidade para começar a atender ao pedido do Tiago: esta imagem em alta resolução do ônibus espacial Discovery sendo transportado para Washington em um dos Boeing 747 modificados que a NASA usa para esta finalidade.

A imagem vem do chickenwire@InterfaceLift por meio do iPadInsight e tem qualidade suficiente para ser usada como papel de parede de Macs e iPads até mesmo no modelo com retina display, portanto façam bom uso.

Esta viagem de carona do Discovery deve ter sido o seu último vôo após 39 missões espaciais bem-sucedidas ao longo de 27 anos de serviço ativo, e serviu para permitir que ele fique em exposição em um museu aeroespacial próximo a Washington.

Alfred 1.2: um mordomo para o Mac, agora com a genial mesclagem de clipboard

O Alfred é um utilitário que considero essencial para interagir com meu Mac, porque oferece acesso direto e rápido a aplicativos, arquivos e serviços de uma forma que considero mais conveniente e ampla do que o Spotlight ou outros recursos nativos do sistema.

A especialidade do Alfred é localizar rapidamente o aplicativo ou documento que você quer abrir (aprendendo a priorizar os mais usados ou mais relevantes), conforme você digita os primeiros caracteres do seu nome. Assim que o aplicativo ou documento certo estiver em primeiro na lista de localizados, é só apertar Enter e ele será aberto.

É só pressionar Option + Espaço e sair digitando o que se deseja, dentre uma ampla gama de serviços (cálculos, acesso à web e muito mais). Em um artigo anterior eu o descrevi em bem mais detalhes, e agora com o lançamento da versão 1.2 ganhamos uma série de vantagens adicionais, incluindo:

  • Acesso rápido aos bookmarks do 1Password
  • Um atalho para aumentar o tamanho da fonte usada na caixa de interação
  • 2 novos temas visuais (mas prefiro o default)
  • Um novo mecanismo de localização de arquivos
  • Várias novas funcionalidades acessíveis via hotkeys
  • E muito mais

Mas a novidade que mais me agradou na nova versão foi o serviço Clipboard Merge, que precisa ser ativado nas preferências do Alfred e complementa o histórico de clipboard anteriormente já disponível com uma nova função: se você pressionar 2 vezes a tecla C ao dar um ⌘+C (ou seja, se pressionar ⌘+C+C), o trecho selecionado não irá substituir o que já estava na área de transferência, mas sim ser adicionado a ela. Dá até para escolher o separador preferido entre o texto antigo e o novo: um espaço, uma nova linha, ou deixar sem separador.

Instalei na manhã de ontem e já usei diversas vezes: simples e efetivo. O Alfred é gratuito, mas vários dos seus serviços mais interessantes e avançados só estão disponíveis a quem adquire o complemento Powerpack.

Preço do iPad: Apple vai ter de se explicar

O preço do iPad no Brasil, incluído no valor médio dos produtos da Apple no país é o mais caro do mundo: a média do preço dos produtos da empresa por aqui é US$ 1348, que chocam quando comparamos com o de outros locais, especialmente os mais baratos, como Hong Kong, onde o preço médio do mesmo conjunto de produtos é US$ 785.

As razões dessa situação tipicamente brasileira, no caso dos produtos que não são produzidos aqui, são conhecidas, ao menos em grande parte: para um lote de MacBooks ou iPads entrar oficialmente no Brasil, o importador paga uma série de impostos (ICMS e outros), mais as taxas de importação, mais a taxa de desembaraço aduaneiro, mais a exposição ao risco da variação cambial. Há o custo do transporte até o Brasil, mais os custos do transporte entre o local de entrada e os pontos de venda, agravados pela situação da nossa infraestrutura de transporte.

E para completar há a margem de lucro elevada necessária para que alguém se disponha a todo o esforço e risco associado a trazer e distribuir grande quantidade de um produto cujo mercado é naturalmente restrito.

Por aqui a novela dos incentivos fiscais à produção nacional de tablets e outros aparelhos eletrônicos já levou uma ou outra autoridade a criticar publicamente os preços elevados (e no caso da Apple ainda aguardamos para ver eventuais mudanças trazidas pela produção local), mas no outro lado do mundo a situação está prestes a ir um pouco mais longe: o parlamento australiano vai investigar oficialmente as diferenciações de preços praticadas pela Apple.

A comissão de infraestrutura e comunicações do legislativo australiano vai se encarregar da investigação, que irá solicitar oficialmente que a Apple explique suas estratégias de preços para o mercado australiano, que incluem majorações consideráveis até mesmo para itens comercializados digitalmente (sem custos logísticos nem taxas de importação), como apps e ebooks.

Os preços de hardware também são mencionados, e assim podemos torcer para que eventuais respostas prestadas por lá possam iluminar melhor as razões do nosso indesejado título de campeões dos iPads e Macs mais caros do planeta.

Como uma nota interessante, a matéria do 9to5mac a respeito usa o preço brasileiro do novo Apple TV para ilustrar a variação: por aqui ele foi anunciado a US$ 211, enquanto nos EUA sai oficialmente a US$ 99.

Não tenho grande expectativa de que a Apple dê maiores explicações ou de que mude a estratégia motivada por esta ação australiana, mas me parece um movimento na direção correta e talvez venha a se somar a outros passos futuros que produzam o efeito desejado, ou pelo menos que tirem de nós este título indesejado!

Mais acessados:

Artigos recentes: