Entenda por que o Mac mini usado mantém seu valor por tantos anos

O Mac mini é como a Tardis: bem maior por dentro, em capacidade, do que o seu tamanho externo deixa perceber. E um provedor dos EUA especializado neste equipamento constatou um detalhe interessante: ele mantém o valor de revenda bem mais do que outras linhas de computadores.

Eu já tive 3, dos quais um continua em uso aqui em casa, e os outros 2 permanecem em uso diário nas casas de familiares – o primeiro deles, de 2009, é uma central de entretenimento, e o segundo está em um home office – todos com desempenho suficiente pras suas tarefas, e sem jamais terem passado por alguma abertura de seus gabinetes.

É possível comprar um Mac mini intermediário por US$ 799, usá-lo por um ano e vendê-lo a US$ 715. Nada mal.

Em outras palavras, todos os 3 preservaram o seu valor – no meu caso, expresso em utilidade, e não em dinheiro – ao longo de 4 anos, uma marca interessante para um computador pessoal.

Leia também: Mac Mini: modo de usar

Mas a conclusão do provedor Macminicolo (que também atua diretamente no mercado de Mac minis usados nos EUA) é que o valor em dinheiro dos Mac minis também é preservado na revenda, incluindo na experiência prática deles mesmos, mas também nas suas observações do mercado.

Um exemplo bem ilustrativo: é possível comprar um Mac mini intermediário por US$ 799, usá-lo por um ano e vendê-lo a US$ 715. Nada mal.

O gráfico acima representa a conclusão deles: depreciação nos primeiros 6 meses, depois a uma taxa quase constante – mas lenta – ano a ano até o 7º, e aí estabilidade.

Não é exagero: o artigo deles menciona exemplo específico de clientes comprando um Mac mini G4 original por US$ 500, usando por 8 anos como servidor, e aí vendendo-o por US$ 100. Eu me espanto sempre que vejo, mas de fato ainda há gente vendendo e comprando Mac minis G4 por aí.

Que outro computador desta classe retém tanto valor de revenda a curto prazo e a prazos tão longos?

A pergunta mais interessante é: por que o Mac mini retém tanto valor de revenda? O provedor também tentou explicar, por meio de uma série de fatores:

  • Ele é fácil de enviar, cabe em uma caixa de encomenda (bem forrada), e é bem menos frágil do que notebooks e iMacs (que têm display) e bem menor que outras CPUs tradicionais.
  • Ele nunca mudou de nome, desde o lançamento inicial (em 2005)

  • Ele encara bem o ciclo de transição de tarefas de acordo com a idade: os mais recentes servem como desktops ou servidores de desenvolvimento, depois de um tempo viram bons servidores web, lá pelo sexto ano ele ainda cabe super bem em uma prateleira para ser um silencioso servidor doméstico ou de arquivos.
  • Os modelos anteriores são procurados por terem recursos que acabaram sendo abandonados nos mais recentes mas permanecem úteis para determinadas atividades, como os drives de DVD ou a placa gráfica dedicada.

Leia também: Mac Mini: vale a pena?

Como o próprio artigo The market for used Mac minis observa, preservar o valor (e a utilidade, eu acrescento) ao longo de anos, num mundo tecnológico de "lindo hoje, lixo amanhã", é raro, e bem-vindo.

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