Produtividade no Mac: Alfred Powerpack, parte 2: ações individuais e coletivas

O Alfred faz mais que simplesmente pesquisar e abrir arquivos: seu menu de ações pode ser aplicado a qualquer item pesquisável e, por meio de buffers, também a seleções de múltiplos itens.

Na primeira parte desta série de artigos só vimos as ações básicas do Alfred e seu Powerpack: pesquisar, navegar, abrir, exibir no Finder. Mas ele faz muito mais, e boa parte das ações podem ser convenientemente encontradas no Painel de Ações.

Para ver o Painel de Ações correspondente ao item que você tem selecionado no Alfred, pressione , e você verá um seletor de opções para aquele arquivo, como no exemplo:

Note que as ações básicas (Abrir, Exibir no Finder) estão ali, mas também estão enviar por e-mail, inspecionar informações, copiar, mover, apagar, abrir Terminal, copiar o caminho, e mais. É só selecionar, complementar (se for o caso) e aplicar.

Buffer: ações em grupos de arquivos

Por default o Alfred exibe o menu de ações sempre referente ao arquivo que estava selecionado quando você o chamou pressionando , mas também é possível primeiro marcar vários arquivos, colocando-os em um buffer, e depois agir sobre todo o conjunto de arquivos inseridos no buffer.

Para inserir no buffer o arquivo selecionado no Alfred, pressione Option+1.

Os itens do buffer aparecem em uma aba criada no canto superior esquerdo da janela do Alfred:

Pairando o cursor do mouse sobre os itens do buffer você verá detalhes sobre eles. Clique neles mantendo a tecla Option pressionada, e eles serão removidos. Se quiser remover do buffer o último item selecionado, basta pressionar Option+, e para zerar o buffer você deve pressionar Option+Delete.

Quando o seu buffer estiver completo, pressione Option+ para ver o Painel de Ações referente a todos os itens do buffer.


Na terceira parte desta série de artigos veremos como realizar ações avançadas com arquivos e grupos de arquivos.

 
  1.  Se preferir, use Option+ e aí, além de inserir o arquivo atual no buffer, a seleção se deslocará para o próximo arquivo da lista.

Produtividade no Mac: Alfred Powerpack, parte 1: conceitos básicos

O app Alfred é um dos maiores responsáveis pela minha produtividade no Mac, na hora de abrir apps e arquivos, trabalhar com eles, pesquisar na web, gerenciar o iTunes e o desktop, e mais.

O utilitário Alfred, em conjunto com suas funções opcionais do pacote Powerpack, funciona como se fosse um ambiente desktop "por cima" do OS X, acrescentando maneiras adicionais de ter acesso a dezenas de suas opções e configurações.

Hoje damos início a uma série de 4 artigos explorando as funcionalidades do Alfred + Powerpack, desde o básico das pesquisas de apps e arquivos até suas opções mais avançadas.

Não por acaso, essas maneiras adicionais são quase totalmente baseadas em combinações de teclas e em comandos via teclado. O OS X é bom o suficiente para quem prefere se restringir ao mouse, e o Alfred oferece acesso mais direto e cheio de opções a quem prefere um vocabulário mais amplo do que "click, duplo click e click direito".

A interface essencial do Alfred aparece quando você pressiona Option+Espaço, e permite que você digite um comando ou simplesmente as letras iniciais do que você estiver procurando:

Note que no exemplo acima eu digitei sa e o Alfred prontamente me ofereceu 3 apps1 e 3 arquivos. Se eu digitar mais letras, ele refinará a busca, mas se eu desejar, posso simplesmente usar as teclas e para navegar na lista – que rolará adequadamente para mostrar os itens adicionais que não couberam na tela inicial.

Quando o item desejado estiver selecionado, você pode pressionar Enter e ele será executado (se for app) ou aberto (se for um arquivo ou pasta). Mas há mais opções de abertura:

  • Shift abre o item selecionado no QuickLook do OS X
  • +Enter exibe no Finder o item selecionado
  • Option+Enter abre o seu termo de pesquisa no Spotlight do OS X
  • Control+Enter abre o seu termo de pesquisa na busca default da web

Você também pode pressionar a tecla combinada a algum número, para abrir diretamente qualquer resultado da pesquisa, na ordem em que eles aparecem (por exemplo, +3 para abrir o terceiro item). Note que um lembrete disso aparece, à direita, indicando o seu número em cada linha de resultado do Alfred.

Comandos e prefixos de busca no Alfred

Use o comando find como prefixo de uma busca na qual não deseja abrir o resultado, e sim exibi-lo numa janela do Finder. Exemplo: find safari.

Já o comando in permite pesquisar por arquivos que contenham a sua expressão de busca. Por exemplo, digite in ônibus e o Alfred pesquisará arquivos que contenham a palavra ônibus.

Pressionar ~ (ou ~Espaço, dependendo da configuração do teclado) leva você ao seu diretório Home, a partir do qual você pode navegar por todas as pastas – bastante útil para usar em conjunto com o Painel de Ações, que veremos a seguir. O comando previous (ou a combinação Option++/ levam você ao último diretório no qual navegou.

Além disso, se a opção "Quick Search" estiver ativa nas preferências do Alfred2, você poderá simplesmente pressionar a tecla Espaço antes de começar a digitar sua expressão de busca, e apenas arquivos (e não, por exemplo, apps) serão pesquisados.


Na segunda parte desta série de artigos veremos como realizar ações avançadas com arquivos e grupos de arquivos.

 
  1.  Sendo que em 2 deles "SA" era apenas uma possível abreviação para o nome

  2.  As preferências do Alfred podem ser acessadas pelo ícone das engrenagens no canto superior direito da janela de busca do Alfred

Como inserir datas via calendário na planilha Numbers para Mac

A planilha Numbers para Mac inclui um seletor tipo calendário, para facilitar a inserção de datas.

O leitor Marcelo enviou a dúvida:

Em um arquivo do Numbers, numa célula qualquer, eu quero inserir uma data. Dessa forma, gostaria que ao clicar na referida célula, uma janela ou algo parecido apresentasse uma espécie de Mini calendário para escolher a data desejada em vez de ter que digitar uma data. Deu para entender? Tipo num formulário... No iOS, temos a opção de apertar um botão "hoje". Mas, na verdade, o recurso que desejo será mais usado no Mac, portanto, OS X. Será que existe algo que possa ser feito?

Existe sim, Marcelo.

Na versão atual1 da planilha Numbers para Mac, você pode clicar duas vezes em uma célula e aí usar a opção "Data e Hora", que fica no menu Inserir.

Essa ação insere a data e hora atuais, mas aí basta clicar duas vezes nessa mesma célula, e aparecerá o seletor de datas, incluindo um calendário, como você pode ver no vídeo acima.

 
  1.  Numbers 3.2, lançado em abril de 2014.

Faça o Mac exibir as informações de cada item junto aos ícones

Um conjunto de 3 comandos para ativar a exibição de tamanhos, dimensões, durações e outros detalhes dos arquivos, junto a seus ícones no Finder e Desktop.

O comportamento default de todas as visões em ícones do OS X é exibir textualmente apenas o nome de cada arquivo, mas o sistema tem, escondido em uma configuração avançada, a opção de exibir várias outras informações úteis.

Veja o exemplo acima, que acabei de capturar no meu próprio desktop. Além dos nomes, estão aparecendo as durações de 2 vídeos (mov e mp4), o tamanho em bytes de um arquivo DMG, e as dimensões em pixels de 6 imagens.

Para obter o mesmo recurso no seu Mac, abra um Terminal e dê entrada nos 3 comandos a seguir:

/usr/libexec/PlistBuddy -c "Set :DesktopViewSettings:IconViewSettings:showItemInfo true" ~/Library/Preferences/com.apple.finder.plist
/usr/libexec/PlistBuddy -c "Set :FK_StandardViewSettings:IconViewSettings:showItemInfo true" ~/Library/Preferences/com.apple.finder.plist
/usr/libexec/PlistBuddy -c "Set :StandardViewSettings:IconViewSettings:showItemInfo true" ~/Library/Preferences/com.apple.finder.plist

Além de ativar esse modo de visualização para o Desktop, ele também passará a funcionar nas demais visualizações de ícones do Finder:

Mas atenção: os dados não começam a aparecer imediatamente após a ativação: há um intervalo, que também se manifesta quando você cria um novo arquivo.

Dica para novos usuários de Mac: não pule antes de saber onde vai cair [GIF]

Se for ceder à tentação de realizar configurações obscuras, saiba antes como desfazê-las, onde obter suporte sobre elas, e como está o seu backup!

No Mac, ao contrário do que ocorre no iOS, o usuário tem acesso a poderes ilimitados de configuração e administração do sistema, incluindo várias ações simples e que podem danificar profundamente a estabilidade e até mesmo a funcionalidade do sistema.

O princípio básico da cautela é olhar antes de pular. No caso dos sistemas operacionais, isso se traduz em, antes de fazer alguma modificação, saber claramente o que você vai fazer, por que vai fazer, e como desfazer.

Sem esse cuidado básico, você correrá riscos cada vez maiores de descobrir que está com um sistema incapaz de funcionar ou mesmo de dar boot, e – se não tiver um backup confiável – pode até perder seus dados ou a capacidade de usá-los.

Para exemplificar: no final da semana passada, com menos de 24h de intervalo, eu recebi contato de 2 usuários diferentes em busca de ajuda:

  • O primeiro deles achou estar instalando uma configuração do Terminal do Mac, mas na verdade instalou um script de configuração do sistema como um todo, cheio de comandos defaults write com valores selecionados. Pediu ajuda para "desinstalar", e precisei explicar que aquelas ações não têm desinstalação, o que ele poderia fazer era apenas tentar descobrir quais as modificações que o script fez, pesquisar o valor default para cada uma delas, e desfazer – ou se arriscar a rodar algum outro configurador mais a seu contento.
  • O segundo relatou que conseguia instalar e rodar programas da Mac App Store, mas os programas de outras origens instalavam e executavam sem mensagem de erro, mas não faziam nada – falhavam silenciosamente. Não era problema de assinatura dos arquivos. Eu o ensinei a rodar os apps a partir do Terminal com o comando open1, para ter acesso fácil a mensagens de erro do console, e a partir das mensagens ele acabou descobrindo que o problema era um descompactador que ele havia instalado e que danificava os pacotes de instalação.

Nos 2 exemplos foras as ações prévias dos próprios usuários que causaram os problemas posteriormente enfrentados. A segunda tinha solução simples, mas a primeira talvez esteja dando problema até agora.

Nada disso significa que você não deve experimentar com o seu Mac, mas sim que precisa estar preparado para lidar com os problemas e descontinuidades que podem ser gerados. Em geral isso significa preparar-se antes (com um bom backup e pesquisa prévia sobre o que você vai fazer e como poderá desfazer) ou perder trabalho ou conteúdo, portanto... prepare-se.

Caso contrário, você pode precisar ter contato antes do tempo com aspectos do sistema que preferiria deixar para mais tarde, como a reinstalação ou os procedimentos avançados de reconfiguração.

 
  1.  Exemplo: open -a /Applications/Calculator.app/

Acelere seu terminal gerenciando melhor os logs, economizando no visual e usando login explícito

Se o desempenho do seu Terminal já foi melhor, e agora há uma pequena pausa antes de abri-lo ou criar uma nova aba, use os truques a seguir e volte a acelerá-lo.

Desenvolvedores, administradores de sistemas e usuários para os quais a interface gráfica não seja suficiente costumam recorrer ao Terminal para interagir com o sistema de maneiras que o mouse não oferece.

Mas o Terminal às vezes é afetado por pequenos detalhes que fazem sua inicialização ou uso terem uma demora perceptível. As 3 dicas a seguir permitem identificar e solucionar as causas mais comuns.

Antecipe o descarte dos logs desnecessários

A abertura do Terminal (e de cada nova aba dele) inclui a exibição da data do último login, em uma frase como: Last login: Sun May 4 16:12:31 on ttys002.

Exibir essa pequena frase, tão inocente, exige que o sistema faça uma busca dos logins recentes, armazenados nos logs binários (*.asl) do diretório /var/log/asl. Uma operação simples mas, dependendo do que estiver nos logs e do que mais o sistema estiver fazendo, essa busca pode demorar um tempo bastante perceptível.

Em um sistema com configuração normal, esses logs trazem as informações dos últimos 7 dias, e podem ser bem volumosos. O próprio OS X se encarrega de removê-los quando atingem o prazo de validade mas, caso os seus logs ASL estejam comprometendo o tempo de login, você mesmo pode forçar a remoção dos que estejam sem uso e tenham mais do que 2 dias de idade, usando o comando sudo aslmanager -store_ttl 2

Se o seu Terminal passar a abrir perceptivelmente mais rápido, mas em alguns dias voltar a desacelerar, você pode repetir o comando, mas o ideal seria procurar descobrir o que está fazendo seus logs saírem do controle automático.

Seja comedido nos recursos gráficos

O Terminal inclui vários perfis que fazem bom uso dos recursos visuais do OS X. Se você nunca experimentou a transparência especial do perfil Silver Aerogel, por exemplo, abra uma nova janela ou uma nova aba (pelo menu) com ele, e observe que interessante1 o efeito.

Em um Mac recente e no qual o Terminal não esteja competindo pelos recursos do sistema, essas transparências não devem atrapalhar em nada a percepção do desempenho mas, se você estiver precisando de cada gota de velocidade que puder obter, prefira os perfis cujo fundo é uma cor sólida, sem padronagens nem transparência.

Defina explicitamente qual shell usar

O Terminal usualmente transfere ao comando login, que roda nos bastidores, a responsabilidade de descobrir detalhes sobre a shell do usuário (por default é /bin/bash), as informações que devem ser exibidas antes de exibir o primeiro prompt, etc.

Se você configurar as preferências do seu Terminal (+,) para incluir um comando login com definições explícitas, como na imagem abaixo, pode ganhar também alguns instantes perceptíveis na abertura de cada nova aba.

O comando a incluir no campo "Executar comando" é login -pfq augusto /bin/bash, mas não esqueça de substituir a parte em negrito pelo seu nome de login2. Note também que a opção "Executar em um shell" deve estar desativada, e que você pode substituir o /bin/bash pela sua shell preferida, bastando saber o path completo dela.

Além disso, se a busca do desempenho chegar até esse terceiro passo, considere também substituir o Terminal pelo open source iTerm 2 que, além de ser construído para ser mais leve e mais rápido que o Terminal default, também tem recursos adicionais interessantes.

 
  1.  Pessoalmente considero que a transparência reduz a legibilidade, mas ela tem seus usos, além de poder ser uma preferência estética.

  2.  Se você não souber seu nome de login, digite echo $USER em um Terminal.

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