Palua: multiplique a utilidade das teclas de função do Mac

App permite configurar em quais apps as teclas F1 a F12 devem operar como teclas multimídia, e em quais outras elas devem funcionar por default como teclas de função tradicionais.

No Mac, as tradicionais teclas de função vêm predefinidas com ações específicas do sistema: no meu teclado, F1 e F2 ajustam o brilho da tela, F7 a F9 controlam músicas do iTunes e F10 a F12 controlam o volume do áudio, por exemplo.

O uso tradicional dessas teclas, que é repassá-las ao app que estiver em execução para que ele acione funções específicas dele sem precisar usar o mouse ou navegar em menus, fica disponível apenas quando as pressionamos em conjunto com a tecla Fn.

Na minha prática, isso é o comportamento desejado em quase todos os casos: em geral eu prefiro usá-las como teclas multimídia, e são poucos os apps com funções em quantidade suficiente para fazer com que eu prefira usar teclas de função tradicionais.

Graças ao app Palua, entretanto, essa opção pode ser invertida seletivamente, de acordo com o esperado para cada aplicativo.

Isso mesmo: o Palua permite definir que as teclas F1 a F12 (ou F16) dos teclados da Apple devem funcionar como operadores multimídia de modo geral, mas se o app em execução estiver em sua lista de exceções, elas funcionarão como teclas de função tradicionais, permitindo que o app as use para controlá-lo (ou que você mesmo as use para definir atalhos para suas opções de menu), sem que as funções multimídia fiquem no caminho nessas horas.

Além disso, independentemente de o app estar ou não na lista, basta pressionar Option++Tab (ou a combinação que você configurar) e elas se invertem: passam de multimídia para teclas de função, ou vice-versa.

O Palua custa US$ 0,99 na Mac App Store.


Nota: Mesmo sem instalar o Palua, em Preferências do Sistema / Teclado você encontra uma opção que inverte totalmente o comportamento das teclas de função: pressionamento simples as repassa ao app em execução, e pressionamento com Fn executa as suas funções multimídia. Mas essa configuração é global, e não apenas para os apps que você escolher.

Encontre arquivos rapidamente no terminal com um comando locate alternativo

Um alias bem simples permite criar uma versão alternativa do comando locate, para encontrar rapidamente arquivos e pastas a partir de trechos de seus nomes, aproveitando a base de dados do Spotlight.

Usuários que chegam ao Mac vindos de distribuições Linux frequentemente sentem a falta do comando locate, integrante do pacote GNU Findutils que localiza rapidamente arquivos e pastas a partir de um trecho do nome – por exemplo, você digita locate tunes e ele encontrará arquivos como:

/Users/augusto/Library/iTunes
/System/Library/PyObjC/Colloqui/iTunes Bot
Users/augusto/HandBrake/Arnaldo Antunes - Ao Vivo.mpeg

A diferença mais imediata entre o locate e o seu primo find é que o primeiro dá respostas quase instantâneas, porque não precisa pesquisar no disco: as pesquisas são feitas periodicamente pelo comando updatedb, indexando o disco inteiro, e aí o locate precisa apenas pesquisar nesse índice.

O locate vem pré-instalado no seu Mac, mas usá-lo na configuração default gera um erro pela ausência do índice, porque o updatedb nunca foi executado – a configuração que o executa periodicamente nas distribuições Linux não vem aplicada no OS X.

É possível configurar o updatedb1 para rodar periodicamente no Mac, mas ocorre que o OS X já tem sua própria base de dados atualizada para pesquisa semi-instantânea, que você usa sem nem mesmo perceber, a cada vez que acessa o Spotlight2 e apps que tiram proveito dos recursos dele, como o Alfred.

Você pode usar a base de dados do Spotlight em pesquisas no Terminal, por meio do comando mdfind – o manual do mdfind tem os detalhes.

Para replicar a funcionalidade básica do locate com o mdfind, substitua o locate tunes do meu exemplo anterior por mdfind -name tunes.

E se você tem dificuldade pra lembrar de comandos novos, como eu, insira a linha a seguir no .bash_profile ou outro arquivo de inicialização do seu shell: alias locate='/usr/bin/mdfind -name', e com isso você passará, a partir da próxima vez que abrir o Terminal, a contar com um comando locate que funcionará como um sinônimo do mdfind.

 
  1.  Mais especificamente, o comando seria sudo /usr/libexec/locate.updatedb

  2.  O acesso mais visível ao Spotlight é a Lupa no canto superior direito da tela.

Storm: acesso simplificado às configurações de seus hosts no arquivo SSH Config

O utilitário storm permite gerenciar com facilidade o arquivo ~/.ssh/config, onde você pode armazenar os hosts e configurações que usa com frequência em conexões SSH, e definir apelidos para acessá-las rapidamente.

Existem mil scripts e utilitários para gerenciar e ativar conexões SSH, mas o Criador do OpenSSH, em sua infinita sabedoria, ofereceu as opções do arquivo .ssh/config como a forma canônica de realizar essa tarefa, com suporte a tudo que o sistema oferece.

Mesmo sem utilitários adicionais, manter um arquivo SSH config, editando-o e consultando-o com as ferramentas do sistema, é suficientemente simples, e tem vantagens que os usuais aliases e scripts criados individualmente para cada host podem não ter.

Fazendo bom uso deste arquivo, podemos dar apelidos a cada conexão SSH que usamos frequentemente, sendo que todas as opções dela ficam armazenadas de forma editável e consultável, e disponíveis para toda a família de ferramentas do OpenSSH.

Host dev
    HostName dev.example.com
    Port 2222
    User webdev

Por exemplo: se você usa com frequência o comando ssh webdev@servidor.exemplo.com:2222, incluir a entrada acima no arquivo ~/.ssh/config permitiria substitui-lo por, simplesmente, ssh dev.

O que o Storm faz é automatizar e simplificar a inclusão, edição, exclusão e consulta dessas entradas no arquivo SSH config. Sua sintaxe é bem simples, com comandos como storm add, storm search e storm list, e ele não fica no caminho de quem usa opções avançadas ou personalizadas de conexão, permitindo incluir e remover qualquer opção que você use.

A instalação no Mac exigiu alguns comandos que não constam na documentação oficial, sendo que o primeiro deles é necessário apenas se você ainda não estiver instalado o utilitário pip (se você não souber se instalou ou não, pode usá-lo também). Os 3 comandos que eu usei foram, na sequência:

sudo easy_install pip
export CFLAGS=-Qunused-arguments
sudo -E pip install stormssh

A partir daí é só usar. Para incluir um host como o dev que usei no exemplo acima, o comando seria storm add dev webdev@servidor.exemplo.com:2222, por exemplo.

Já adotei, e recomendo.

P280: um hackintosh com desempenho de Mac Pro e preço de Macbook

Um hackintosh construído com componentes de alto desempenho, rodando o OS X Mavericks e superando os modelos básicos do cilíndrico Mac Pro: este é o P280.

O PC da foto abaixo tem um gabinete sem graça que parece uma geladeira de hotel de caixeiro-viajante, mas esconde um segredo interessante: componentes de alto desempenho escolhidos pela possibilidade1 de funcionar com o OS X.

É isso mesmo: trata-se de um Hackintosh de alto desempenho.

Batizado de P280 em homenagem ao modelo de seu gabinete, ele roda o OS X Mavericks e, segundo o dono2, ganha dos modelos básicos do Mac Pro em vários testes de desempenho (mas nem se aproxima dos Mac Pro top de linha).

E o mais interessante: enquanto esses modelos básicos do cilíndrico Mac Pro custam ~US$ 3.500, o P280 – ou o conjunto de suas peças, que foram compradas isoladamente – custou pouco mais de US$ 2.000, incluindo a refrigeração a água.

As peças incluem uma CPU i7 4770K de 4 núcleos rodando a 3,5GHz (podendo chegar a 4,2GHz, graças à refrigeração a água), uma placa-mãe com Thunderbolt, 32GB de RAM, 256GB de SSD, placa de vídeo GeForce GTX 770, e mais.

Mais detalhes sobre o P280 (e também sobre o ISK600, montado pelo mesmo autor com peças no valor de US$ 1000) você encontra no artigo Hot-rod Hackintoshes perform like the latest Mac Pro, de Leander Kahney.

 
  1.  Excluindo a parte que diz respeito à concordância dos termos de licenciamento emitidos pela Apple.

  2.  Jonathan Moos, da Antec

Monitore a saúde da bateria do seu Mac com o app grátis Battery Diag

O número de ciclos de carga da bateria do Mac e a sua capacidade total são 2 dos principais indicadores da saúde e vida útil deste importante componente dos MacBooks, e o app Battery Diag permite monitorar esses e outros dados de maneira simples.

No artigo Bateria do MacBook: como fazer durar mais já vimos que alguns cuidados simples, como manter o Mac em ambientes entre 10°C e 35°C e usá-lo fora da tomada por cerca de 1 hora em cada dia de uso1 estão entre as recomendações da Apple para prolongar a vida útil da bateria.

A bateria dos MacBooks atuais é feita para durar 1.000 ciclos de carga2, o que não impede que cada ciclo reduza ligeiramente a sua capacidade.

Você pode descobrir o número de ciclos de carga que sua bateria já desempenhou, bastando 5 clicks do mouse: menu da Maçã > Sobre Este Mac > Mais Informações > Relatório do Sistema > Alimentação.

Você também pode instalar o app gratuito Battery Diag, que se posiciona na barra de menu do OS X e, com um toque, exibe uma série de informações interessantes, incluindo a contagem de ciclos, a carga, a capacidade de carga, e o tempo estimado de duração da carga atual:

E não é só isso – clicando no botão de informações, no canto superior direito, o app mostra dados adicionais, como a temperatura de operação da bateria no momento, a carga em uso, e até a condição da bateria:

Sabendo como cuidar da bateria do MacBook e quais os dados a monitorar, você pode fazê-la durar mais, embora não haja muita razão para monitoramento excessivo: a bateria é feita para ser usada, e a atenção à preservação da sua vida útil jamais deve prejudicar a sua finalidade, que é permitir que o Mac opere fora da tomada quando e onde você precisar.

Quanto aos 1000 ciclos mencionados acima, não os considere como se fosse uma regra estrita: se você não tomar cuidado com sua bateria (por exemplo, mantendo o MacBook o tempo toda na tomada, expô-lo ao calor, etc.), ela vai decair mais rapidamente. Além disso, de modo geral, as baterias podem continuar em uso após alcançar esta contagem de ciclos – o que o marco dos 1000 ciclos indica é que a Apple considera que neste ponto o desempenho da bateria já estará afetado a ponto de justificar a substituição.

 
  1.  O tempo restante de uso pode ser integralmente na tomada

  2.  A Apple explica: "um ciclo de carga significa usar toda a capacidade da bateria, mas isto não quer dizer necessariamente uma única carga". Por exemplo, você pode usar 50% da carga da bateria do seu MacBook hoje, recarregá-lo ao final do dia, amanhã usar mais 30% (e recarregá-lo de novo, ou não), e depois de amanhã usar mais 20% - e só então terá completado um ciclo de carga, porque a soma chegará a 100%.

O que eu espero do iOS 8? Não muito, mas separei 9 itens interessantes

O anúncio das novidades que virão no iOS 8 acontecerá daqui a 5 semanas, e – rumores à parte – estou montando a coleção de itens que eu gostaria que estivessem presentes na nova versão do sistema do iPad e iPhone.

O italiano Federico Viticci, do MacStories, cada vez mais se firma no meu conceito como “o cara” que mais amplamente acompanha a evolução dos apps e do próprio sistema operacional iOS. Não me refiro a estar bem informado sobre ~rumores~, mas sim sobre o que já é realidade – sem prejuízo de reconhecer que ele é super bem-informado sobre versões pré-lançamento de vários apps essenciais aos nossos fluxos de trabalho.

Ele escreveu, no final da semana passada, uma lista de expectativas para o iOS 8, e não é nada curta: são 30 itens, e sobre vários deles ele escreveu descrições que quase poderiam ser um artigo em separado, de tão detalhadas.

Eu não vou tão longe, porque, quanto ao iOS, sou aquele velho perigo ao avanço das ofertas do mercado: o usuário satisfeito, aquele que tem pouco motivo pra ansiedade sobre a nova geração de produtos que as empresas querem vender. O iOS 7, que tanta gente rejeitou no lançamento, me atende super bem.

Mas o fato é que daqui a cerca de um mês1 a Apple vai anunciar ao público as principais novidades da versão do iOS que deve ser disponibilizada nos meses seguintes e, enquanto muita gente coleciona rumores sobre o que ~fontes~ dizem que virá nessa versão, o Viticci fez diferente e listou o que ele gostaria que viesse.

A lista dele inclui melhorias, correções, novos recursos, e recursos "importados" do comportamento atual do OS X. A maioria deles para mim é desnecessário ou indiferente, mas é possível que isso fosse diferente se eu usasse o iPad como principal computador, como é o caso do autor.

Mesmo assim, encontrei na lista dele alguns itens que quero destacar, que apresento na minha própria ordem de preferência, e dos quais assino embaixo:

  1. Airdrop entre Mac e iOS: hoje Macs falam com Macs, e dispositivos iOS falam com dispositivos iOS. Hora do próximo passo.
  2. Poder configurar para quem deve ou não deve ser enviada confirmação automática de leitura de mensagens
  3. Melhor suporte a atalhos de teclado (físico) no próprio iOS, e estimular mais desenvolvedores de apps a oferecê-los, de forma consistente e prática
  4. "Enviar como PDF" disponível como opção default de compartilhamento
  5. Melhorias na possibilidade de comunicação entre apps
  6. Exibir estatísticas de consumo de energia/bateria por app, como já existe no OS X
  7. Melhorias no reconhecimento de voz da Siri: não apenas passar a aceitar nosso idioma, mas aprimorar a interpretação dos demais idiomas suportados e, no mínimo, passar a apresentar a transcrição ao mesmo tempo em que o usuário fala, para que ele perceba cedo que ela entendeu tudo errado
  8. Colocar as screenshots em um álbum à parte, separadas das fotos
  9. Poder escolher quais apps podem ser chamadas a partir do Control Center

Os meus são 9, os do Viticci são 30. E você, quais são suas expectativas para o iOS 8?

 
  1.  Na abertura do WWDC 2014, dia 2 de junho.

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