Após muito reconfigurar meu Mac, adotei um script que automatiza todas as configurações do OS X importantes para a minha produtividade, e aí sempre tenho certeza de que tudo está como deveria estar.

Eu uso mais que um Mac, e – principalmente devido às pesquisas para meus artigos – muitas vezes instalo utilitários que mudam as configurações do sistema.

Só que meus Macs também são ferramentas de produtividade, e por isso é importante que as configurações deles, cuidadosamente planejadas, sejam estáveis ao longo do tempo, e consistentes entre todos os computadores.

Por muito tempo mantive anotações e screenshots, e periodicamente conferia todos eles, além de usá-los como referência na hora de configurar ou reinstalar um Mac.

Mas o tempo e as repetições conduzem ao aperfeiçoamento, e agora tenho um singelo script que, ao ser rodado no Terminal, configura quase todos os itens que são importantes para mim, além de me lembrar de algumas tarefas complementares que eu faço manualmente.

Quando eu rodo o script, o que ele exibe no Terminal pode ser visto na imagem abaixo:

Sempre que eu tenho dúvida sobre a situação da configuração, eu o rodo, e em poucos segundos fico sabendo que o Mac está configurado para a minha produtividade.

Meu script está disponível para download.

Disponibilizei o download do meu script. Para usar, basta renomeá-lo para acc_setup.sh, torná-lo executável (chmod +x acc_setup.sh) e rodá-lo.

Mas atenção: as opções de configuração do meu script refletem as minhas preferências, que podem não ser as suas. Verifique antes de rodar, pois o script não tem opção de desfazer!

E se você quiser modificar o meu script para refletir as suas preferências, note que a maioria dos comandos de configuração que eu usei nele podem ser encontrados (em alguns casos, até mesmo de forma idêntica) no heroico script de Mathias Bynens, referência de configuração para inúmeras ferramentas pelo mundo.

Basta pressionar um atalho de teclado simples para modificar a configuração do Finder de uma forma que multiplica a sua utilidade.

A visão "Todos os meus arquivos" é a que o Finder mostra, por default, nas novas janelas abertas – ao menos a partir do OS X Lion.

A ideia não é má mas, para quem manipula grande quantidade de arquivos por dia, a forma como os arquivos são exibidos não ajuda tanto quanto poderia.

Se a forma como os arquivos aparecem no Finder não lhe agrada, você pode selecionar outra pasta para ser exibida como default nas novas janelas (nas Preferências do Finder ou ⌘+,), ou mesmo alterar as opções de visualização (⌘+J), mas eu tenho outra sugestão: simplesmente mude a organização dos arquivos, para exibi-los agrupados pela data da última abertura.

É bem simples: basta pressionar Control+⌘+3 – ou, pelo menu, ir em Visualizar | Organizar por | Data de última abertura.

Assim o Finder vai passar a lhe dar, por default, algo que é o objetivo de vários utilitários e truques de configuração de outras ferramentas: a lista dos arquivos que você abriu hoje, onte, nos últimos 7 dias, nos últimos 30 dias, etc. Experimente!

O app gratuito Itsycal mostra a data corrente na barra de menus e, quando clicado, exibe o calendário do mês e os seus próximos compromissos.

Vários ambientes de trabalho e sistemas operacionais mostram o calendário do mês corrente quando você clica no relógio exibido em algum canto da tela. Por alguma razão o Mac não faz o mesmo, o que já me levou a buscar alternativas como o relógio do (ótimo) iStatMenus ou o gratuito Day-O.

Mas ser blogueiro é cheio de vantagens, e foi justamente no meu post sobre o Day-O que o mineiro Raphael Faria me passou a dica, via comentários, sobre o Itsycal, também gratuito, que coloca a data na barra de menus e, clicando nela, mostra um calendário mais legível que os outros 2, e ainda tem opção de mostrar os compromissos do dia ou da semana.

A ideia é arrastá-lo na barra de menus (clicando nele com a tecla ⌘ pressionada) para que ele fique ao lado do relógio default do sistema.

Para que ele exiba junto ao calendário os compromissos do dia (que são buscados no app Calendário, do OS X), você precisa ativar essa funcionalidade nas configurações do app, acessíveis clicando no ícone abaixo e à direita do calendário.

Nas mesmas configurações você pode escolher quantos dias à frente o app deve pesquisar na hora de exibir os compromissos, e também definir se quer que o Itsycal seja executado automaticamente a cada login.

Adotei, e recomendo. Itsycal.

Com o Alfred você pode forçar o encerramento de apps mal-comportados, controlar e acompanhar a execução de músicas no seu computador, e várias outras opções de expansão e personalização.

No quarto e último artigo da série sobre o Alfred + Powerpack veremos seus recursos de interação com outras áreas do sistema, incluindo o desktop, outros apps e, especialmente, o iTunes.

O mini-player de iTunes do Alfred

O Alfred vem com uma interface própria de controle da função musical do iTunes, acessível pressionando Control+⌘+Enter ou digitando o comando itunes.

A interface mostra detalhes da música atual, permite avançar, retroceder, pausar e tocar músicas, marcar a música atual com estrelas, e oferece várias opções contextuais de navegar pela sua coleção e escolher outras coisas para tocar.

As mesmas funcionalidades podem ser acionadas diretamente da interface normal do Alfred, por meio de comandos como play, pause, next ou mute, entre outros.

Alfred controlando o OS X e o desktop

O Alfred tem uma série de comandos específicos para ativar e acionar funções do OS X:

• screensaver: ativa a proteção de tela
• trash: mostra o conteúdo da lixeira
• emptytrash: esvazia a lixeira
• logout: encerra a sessão do usuário
• sleep: coloca o Mac em repouso
• quitall: encerra todos os apps
• lock: trava a tela
• restart: Reinicia o sistema
• shutdown: Desliga o Mac

Vale observar: esses comandos vêm com a opção de confirmação adicional desativada: comandou, aconteceu. Você pode ativar confirmação nas Preferências do Alfred.

Além dos comandos gerais do sistema, 3 comandos adicionais oferecem uma lista de apps para você escolher a qual deles deseja aplicar seus efeitos:

• hide: oculta as janelas de um app
• quit: encerra um app
• forcequit: força o encerramento de um app

Configurando e personalizando o Alfred

Quase todos os comandos e atalhos de teclado do Alfred podem ser alterados por outras palavras ou combinações de sua preferência, ao longo dos vários paineis das Preferências do Alfred¹, em especial o de Features.

Além disso, as Preferências dão acesso a opções de aparência, incluindo temas visuais, o número de resultados de busca que devem ser exibidos na tela, e mais.

É também por meio das Preferências que você pode ter acesso a um dos recursos mais poderosos do Alfred, especialmente para quem tem noções básicas de programação: os Workflows do Alfred.

Para completar, um painel de preferências avançadas permite definir elementos como o sistema de notificações que deve ser usado, ou uma pasta no Dropbox para armazenar as configurações do Alfred de forma compartilhada entre vários Macs.

Acesso rápido a pesquisas na web e serviços on-line, um gerenciador de clipboard com memória longa e não apenas uma, mas duas calculadoras: o Alfred tem uma coleção de utilidades adicionais.

Nas primeiras 2 partes desta série vimos as funcionalidades básicas e operações com arquivos da dupla Alfred + Powerpack, e agora chegou a vez de conhecermos algumas de suas utilidades adicionais.

Pesquisas na web com o Alfred

O Alfred vem com uma coleção de atalhos para realizar buscas em grande variedade de sites. Por exemplo, para ver ilustrações mostrando a tecla Command, eu digitaria images tecla command, e a pesquisa seria encaminhada ao Google Images, por meio do navegador default.

No caso acima, images foi um comando de busca. Outros comandos de busca pré-definidos são: google, maps, gmail, twitter, wiki, youtube, e vários outros que você encontra nas Preferências do Alfred¹, aba Features, item Web Search – e no mesmo local você pode cadastrar outros buscadores, bastando conhecer a URL usada para suas buscas.

As calculadoras do Alfred

O Alfred vem com 2 calculadoras, sendo que a primeira delas é apenas para operações aritméticas simples, acionada simplesmente digitando a conta como se fosse uma busca. Exemplo: 2+3/4 (resulta em 2,75).

A segunda delas oferece funções trigonométricas (em radianos), logarítmicas e outras operações "científicas", e é acionada digitando o prefixo = antes da operação desejada. Exemplo: =0,5*cos(0,5). A lista das funções e exemplos de uso podem ser vistos no site do GCMathParser.

Alfred como gerenciador de Clipboard

Existem vários apps cuja única finalidade é gerenciar o histórico da clipboard, mas o Alfred tem a vantagem de incluir esse recurso como parte integrante das suas demais funcionalidades.

A função "Clipboard History" precisa ser ativada manualmente nas Preferências do Alfred², em Features / Clipboard. Isso acontece porque guardar um histórico do que você copiou e colou pode ser um problema para a sua privacidade, e no mesmo local você pode definir qual o atalho a usar para colar do Histórico, e não da clipboard corrente – no meu caso, o atalho é Caps Lock+V³.

Pressionando a combinação de teclas do histórico da clipboard, o que você vê na janela do Alfred são todos os itens que você copiou (com o tradicional ⌘+C) recentemente. Basta selecionar um deles, e ele será colado.

No mesmo painel de preferências do histórico da clipboard você também pode definir trechos de texto (ou "snippets") que você usa muito e deseja manter sempre acessíveis juntamente à operação de colar a partir do histórico.

Além disso, o Alfred tem uma operação a mais com a clipboard: copiar adicionando ao conteúdo. Pressionando ⌘+C+C⁴, a seleção atual não substituirá o conteúdo corrente da clipboard, mas sim será adicionada a ele.

Na quarta parte desta série de artigos veremos como o Alfred pode controlar o sistema, o desktop e o iTunes.

Para fazer screenshots e screencasts mais bonitos ou eliminar temporariamente distrações, 2 comandos simples podem fazer sumir (e depois reaparecer) todos os ícones do seu Desktop.

Tornar o Desktop rapidamente "apresentável" para ser incluído em documentações e outros elementos visuais é uma necessidade tão comum, que existem até apps como o Desktop Curtain que, por US$ 5, cria um atalho que rapidamente esconde a bagunça produtiva do seu Desktop, oculta todas as janelas menos a que estiver em foco, e ainda substitui o wallpaper por outro mais "profissional".

Eu tenho essa necessidade frequentemente, mas resolvo do meu jeito: com um comando que faz todos os ícones do Desktop desaparecerem. Para experimentar, digite no Terminal: chflags hidden ~/Desktop/*

O efeito é permanente, ao menos sobre os ícones que já estiverem lá (se outros forem criados, aparecerão). Para reverter, fazendo reaparecer tudo o que você escondeu, digite no Terminal: chflags nohidden ~/Desktop/*

Na prática, eu não digito nada disso no Terminal, e sim via Workflows do Alfred que acionam os 2 comandos por meio de teclas de atalho que eu selecionei. Você pode fazer o mesmo por meio de um utilitário como o gratuito FastScripts.

Além disso, convém lembrar que o atalho global do OS X ⌘+Option+H é o complemento ideal à operação, pois esconde todas as janelas exceto a que estiver com o foco.

Para se garantir, clique no ícone da central de notificações mantendo a tecla Option apertada, para que os banners de notificação fiquem suspensos até o dia seguinte (ou até você dar um novo Option+click).

Até poderíamos mudar o papel de parede por meio de um atalho também, mas confio em você para ter sempre um papel de parede adequado a ser exibido em suas screenshots ;-)