TV da Apple: os computadores já ficaram pra trás, o que virá a seguir?

Uma pesquisa recente trouxe uma novidade: bem mais pessoas assistindo a vídeos online na tela da TV do que na do computador.

Sobre os vários rumores de que a Apple estaria para lançar (algum dia) sua própria TV, já escrevi algumas vezes que até acredito, mas boa parte do que seria uma presença da Apple no mercado de televisão já está entre nós.

Essa presença se manifesta no hábito cada vez maior dos telespectadores assistirem TV com um iPad no colo, na distribuição de filmes e seriados pela iTunes Store, nos apps (como o app da Net e o app do Telecine) que permitem consultar e até assistir a programação, na geração de conteúdo próprio (como o iTunes Festival) e, naturalmente, na caixinha Apple TV.

Não é só a Apple, claro: o que está acontecendo é uma reorganização da forma de produzir, distribuir, anunciar e assistir.

Ela ocorre sem que as pessoas troquem seus aparelhos de TV, e este é o pulo do gato para entender o que está acontecendo: um novo aparelho de TV (iTV?) até pode oferecer várias vantagens a quem o oferecer, e talvez esteja mesmo a caminho, mas não é requisito para provocar a mudança, ou mesmo para aproveitá-la.

A novidade é que uma pesquisa sobre os hábitos dos espectadores dos EUA mostrou pela primeira vez uma inversão: agora a TV é a tela em que a maioria dos espectadores declara assistir vídeos on-line (streaming). Os computadores viraram um segundo ligar distante: 45% responderam TV, 31% responderam computador pessoal (sendo 17% notebooks e 14% desktops).

É importante não confundir tela e dispositivo: só 10% dos lares possuem uma TV com conexão à Internet, e nem todas elas estão de fato conectadas.

O que a pesquisa retrata, portanto, é que cada vez mais gente usa a TV como parte do seu hábito de assistir a vídeos on-line (só 22% declararam não assistir), e o faz conectando a ela outros dispositivos já relativamente comuns: videogame, aparelho de Blu-Ray, Apple TV.

São os novos tempos em que o consumidor quer escolher o que assistir e quando assistir, e para muitos eles já chegaram (aliás, a mesma pesquisa indica que a fonte mais popular de conteúdo mencionada pelos espectadores continua sendo o NetFlix).

A corrida agora, na minha opinião, é para ver quem vai controlar a distribuição e os canais de publicidade. Ter um aparelho dominante (seja iTV, Apple TV ou um concorrente) é um elemento possível nessa estratégia (especialmente porque 20% dos proprietários de Smart TVs as usam para ver vídeos on-line sem conectar outro aparelho a ela), mas há outros e... eles já estão ao nosso redor.

Enquanto algo mais não chega, eu já assisto a mais vídeos da web na TV (via Apple TV) do que no computador, e geralmente com o iPad no colo.

E você, como assiste?

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