Lion do seu jeito: repetição das teclas, pasta Biblioteca, barras de rolagem

Mudanças de versões de sistemas operacionais sempre trazem alguns aspectos que quem estava acostumado ao comportamento da versão anterior acaba achando difícil de se acostumar, ou mesmo um retrocesso.

Com o OS X Lion, lançado na semana passada, não é diferente: as pessoas reclamam da nova decoração da janela do iCal, da inversão da direção das operações de rolagem (particularmente gostei e me acostumei já no primeiro dia!), da ausência de animação dos ícones das aplicações enquanto elas estão sendo abertas, etc.

Muitas vezes é pura questão de gosto, de preferência e de hábito - o usuário gosta do sistema de um jeito, e não quer que mude. Em outras, há mesmo uma funcionalidade importante que foi removida, e naturalmente começa a busca para fazer tudo voltar ao que era antes.

Muitos dos comportamentos podem ser revertidos ou alterados diretamente pelas preferências do sistema, mas selecionei 3 deles que vi serem objeto de reclamação e dúvida por parte de leitores do @brmacblog no Twitter para compartilhar a solução - via comandos do Terminal - com vocês.

Vamos a eles:

Reativando a repetição das teclas

O Lion vem com um recurso bem interessante para quem escreve primariamente em idiomas que raramente exigem o uso de acentuação: o suporte a manter pressionada no teclado uma vogal e ver surgir na posição do cursor um popup com as opções de acentuação aplicáveis a ela, podendo selecionar pelo número correspondente ou clicando com o mouse.

Mas quem já usa há décadas um layout de teclado com suporte a acentuação precisa pouco desta novidade como complemento a ele, e pode sentir falta de um recurso que ela modifica (em alguns aplicativos, ao menos): a repetição automática, aquela que permite deixar a tecla k apertada e ver surgir kkkk na tela ;-)

Para reativar a repetição automática globalmente (desativando a nova acentuação estilo iOS), basta abrir o utilitário Terminal e emitir o seguinte comando:

defaults write -g ApplePressAndHoldEnabled -bool false

Também é possível comandar este recurso de forma diferenciada para cada aplicativo (por exemplo, com acentuação iOS em uns e repetição em outros), mas a pesquisa sobre como fazer será deixada como um exercício para o leitor ;-)
 

Ressuscitando a pasta Biblioteca

A pasta Biblioteca (~/Library) é uma velha amiga de quem está em busca de levar o sistema a fazer coisas que seus desenvolvedores não optaram por suportar diretamente na interface gráfica - é onde eu preciso ir para gerenciar minha coleção de scripts de apoio ao iTunes, por exemplo.

Não discordo da decisão dos projetistas de mantê-la invisível por default no Finder do Lion: usuários avançados a ponto de querer mexer nela saberão como chegar lá, e o risco de um usuário iniciante causar dano a ela por não saber da importância ao seu conteúdo é grande.

Mas se você quiser fazer sua pasta Biblioteca (~/Library) voltar a ser visível como sempre foi, basta usar o comando abaixo no Terminal:

chflags nohidden ~/Library/

Há outras alternativas práticas para chegar a ela sem alterar a configuração do sistema: você pode digitar open ~/Library em um Terminal sempre que precisar, ou mesmo usar o comando Go To Folder (Shift + ⌘ + G) no Finder e digitar ~/Library
 

Mantendo visíveis as barras de rolagem

A maior utilidade das barras de rolagem para mim, ao menos no século corrente, não é comandar a rolagem do texto - para isso, os botões de rolagem e os gestos correspondentes no mouse e trackpad já dão conta do recado há anos.

Para mim, a barra de rolagem hoje é o indicador essencial de que não estou vendo a íntegra de um conteúdo, e de quanto mais deste conteúdo está disponível acima ou abaixo do ponto que estou vendo - estou no começo do texto? Ou no final? Falta muito?

A Apple aparentemente viu mais valor em liberar mais alguns pixels na tela, ou em aproximar o visual do OS X ao do iOS, do que em continuar mantendo a função acima na barra de rolagem do Lion - agora ela some por default, e só aparece durante a operação de rolagem.

Este comportamento é configurável nas preferências gerais do sistema, mas o comando abaixo, emitido no Terminal, faz a parte que para mim é essencial: instrui globalmente as barras de rolagem a não mais se esconderem:

defaults write -g AppleShowScrollBars -string Always

Mac Mini: vale a pena? (edição 2011)

Com o lançamento do novo Mac Mini, na semana passada, ocorreu um novo surto de uma velha questão: vale a pena comprar um Mac Mini?

[Atenção: veja também a versão deste artigo atualizada para o Mac mini 2012]

E esta pergunta é feita em vários contextos: pode ser o “primeiro Mac” de alguém que quer experimentar o OS X aos poucos, por exemplo. Mas também pode ser uma central multimídia para a sua sala de TV, ou um servidor compacto rodando o Lion Server, ou um desktop que já vem com o OS X Lion mas custa bem menos que um iMac (especialmente se você aproveitar o monitor que já tem!), por exemplo.

E apesar de suas dimensões reduzidas, o Mini forma bons desktops, e se encaixa também em vários outros papeis nos quais a criatividade dos usuários o coloca.

O meu desktop do home office é um iMac, mas durante um longo período o lugar que hoje é dele foi ocupado por um Mac Mini (modelo 2009), que chegou aqui meio por acaso:  movido pela intensa frustração com um PC que se recusou a funcionar num fim de semana em que eu precisava muito dele, peguei o Mac Mini que estava na sala e servia como central de entretenimento da casa e coloquei-o como desktop.

Era para ser uma solução rápida até poder consertar o outro PC na segunda-feira, mas em vista do resultado acabou ficando permanente: o Mac Mini (modelo 2009, a geração final antes dos atuais Mac Minis com o gabinete unibody inaugurado no ano passado) ficou como desktop por pouco mais de um ano, rodando valente em 2 monitores tudo que eu precisei (até mesmo o Ubuntu!).

[Leia também: Mac mini conectado à TV: funciona bem ou não? Veja o resultado dos testes]

Hoje este Mac Mini 2009 voltou a ser media center (está tocando bossa nova lá na sala enquanto escrevo este post no escritório), e foi sucedido na minha escrivaninha por um iMac. Mas durante seu tempo de serviço como desktop, ele funcionou com o teclado, mouse e monitor que eu já tinha na mesa, e que antes estavam conectados ao PC anterior, sem problemas nem sustos, desde o primeiro boot.

Mas não sou o único usuário de Mac na casa, então ainda temos um Mac Mini (modelo 2010, unibody) em funcionamento diário como desktop, e com o lançamento do novo modelo 2011, é provável que em breve ocorra um upgrade em cascata na família: um novo Mac Mini modelo 2011 vai substituir este desktop secundário, o modelo 2010 vai virar o media center, e o modelo 2009 (que ainda dá conta do recado!) vai sobrar para as eventuais experiências de laboratório ;-)

 

Mac Mini: especificações

O Mac Mini modelo 2011, à primeira vista, parece bastante com o modelo do ano passado, que marcou a chegada do design unibody (com o gabinete feito em um bloco único de alumínio). Um gabinete pequeno (19,7 x 19,7cm, com 3,6cm de altura), com fonte interna, com todos os conectores concentrados na parte traseira.

E não são poucos conectores – a parte traseira do Mac Mini tem:

  • Slot para cartão SD (SDXC, até 64GB)
  • Entrada e saída de áudio (ambos compatíveis com conectores analógicos  comuns e também com conectores digitais Mini TOSLINK)
  • 4 portas USB
  • Porta de rede Ethernet RJ-45 10/100/1000BASE-T
  • Porta FireWire 800
  • Porta HDMI (para áudio e vídeo digitais – um adaptador para monitores DVI vem incluso)
  • Porta Thunderbolt (para vídeo e conexão de alta velocidade a periféricos)
  • Conector para o cabo de eletricidade 100-240V AC

Além da conectividade com redes locais cabeadas oferecida pela porta Ethernet, o Mac Mini vem também com suporte a redes sem fio Wi-Fi 802.11n/a/b/g e com Bluetooth 4.0.

Se a porta Thunderbolt no painel traseiro é uma grande novidade em relação ao modelo do ano passado, o painel frontal do Mac Mini 2011 guarda a maior novidade visível externamente: o drive de CD/DVD não está mais presente. Isto não deve fazer grande diferença para quem (como eu) já trocou os discos ópticos pelos cartões SD, pen drives e conexões de rede há tempos, mas é um elemento importante para a decisão de compra de quem lê e grava DVDs regularmente, por exemplo – em especial para quem pensa em adotar o Mini em uma central de entretenimento e ainda mantém o hábito de assistir a DVDs.

Pelo lado de dentro, entretanto, há variação nas configurações, formando 2 modelos diferentes:

  • Mac Mini de 2,3GHz: CPU Intel Core i5, 2 GB de memória (expansíveis até 8GB), 500GB de disco rígido, GPU Intel HD Graphics 3000. (preço de referência: R$ 1799)
  • Mac Mini de 2,5GHz: CPU Intel Core i5 (opcionalmente substituída por Core i7 de 2,7 GHz), 4GB de memória (expansíveis até 8GB), 500GB de disco rígido, GPU AMD Radeon HD 6630M. (preço de referência: R$ 2699)

Os Mac Minis modelo 2011 vêm pré-instalados com o OS X Lion e com o pacote iLife (iPhoto, iMovie e GarageBand).

 

Mac Mini: Desempenho

O salto de velocidade dado após a substituição da CPU Core 2 Duo do modelo 2010 pelos Core i5 e Core i7 é bastante perceptível: a Apple menciona que o desempenho chega a ser o dobro do registrado na geração anterior do Mac Mini.

Mas quem acredita nas descrições de desempenho dadas pelo fabricante? O bom é ver os testes independentes, e embora os testes da MacWorld ainda estejam em andamento, eles já destacaram que em alguns testes o desempenho mais do que dobrou, mesmo.

Eu gostei especialmente de uma observação prática feita no review do Engadget: eles exageraram e deixaram rodando simultaneamente, em um modelo com 2GB de RAM, o Photoshop, Word, Firefox, Chrome, TweetDeck e o Lightroom – e só depois de 3 horas começaram a notar alguma lentidão.

Eu não recomendaria a ninguém rodar simultaneamente tudo isso (Firefox e Chrome? Word e Photoshop? Tudo junto?!) em uma máquina de 2GB de RAM, mas o fato de o sistema operacional ter conseguido gerenciar a carga por 3 horas mesmo nestas condições é algo a ser considerado.

O Engadget também esclareceu que mesmo os 2GB de RAM foram suficientes para tarefas intensivas de vídeo que vão além da capacidade de algumas máquinas de pequeno porte, como exibir vídeos de 1080p, clips em alta definição do YouTube e similares.

Para o pessoal dos jogos, imagino que o Mac Mini não deva ser a opção primária, mas aqui estão mais alguns dados do Engadget com um jogo não tão recente: no Half Life 2: Episode 2, eles botaram os detalhes em High, a resolução em 1920 X 1200 e o jogo rodou a 31fps.

E para quem quer comparar benchmarks “padronizados”, o modelo básico (Core i5 de 2,3GHz, 2GB de RAM) testado pelo Engadget alcançou 5.919 no Geekbench, e 291.21 (overall)/ 228.84 (CPU)/ 400.30 (Thread Test) no XBench.

 

Teclado e mouse

O Mac Mini vem em uma caixinha contendo apenas a CPU, o cabo de alimentação, um pacote de documentação impressa e eletrônica, e um adaptador complementar para o caso de você querer conectar um monitor DVI à sua porta HDMI.

Não é difícil encontrar (inclusive na Apple Store) adaptadores adicionais do formato Mini Display Port (que podem ser conectados à porta Thunderbolt do Mini) para VGA, DVI, HDMI e outros, para você usar um segundo monitor, ou mesmo um projetor – espelhando ou expandindo o desktop.

O teclado e o mouse que você já tem em casa provavelmente funcionam no Mac Mini também (isto é, se eles foram USB – com ou sem fio – ou Bluetooth), mas é possível que você tenha que configurar adequadamente a acentuação ou o comportamento dos botões do mouse, e se acostumar a usar a tecla ALT onde teclados Mac têm OPTION, e a tecla Windows (ou Super) substituindo a tecla ⌘ COMMAND.

Usar um teclado da Apple e um Magic TrackPad (ou um Magic Mouse) pode trazer algumas vantagens adicionais, especialmente quanto ao controle do Lion por gestos e pela presença de botões de acesso direto a determinadas funções do ambiente,  mas encarecem bastante a compra inicial – e você sempre pode adicioná-los depois, quando perceber que farão diferença positiva.

 

O que mais?

Para um novo usuário de Macs, talvez o aspecto mais interessante que ainda falta destacar no Mini é que ele vem com o sistema operacional e os aplicativos iniciais pré-instalados – de modo geral, você pode ter a expectativa de tirá-lo da caixa, ligar na tomada, conectar a um monitor DVI ou HDMI, teclado e mouse USB e a uma rede (com cabo ou sem fio) e começar a explorar e se adaptar.

Mas ele tem outras vantagens positivas menos evidentes em uma mera olhada nas fotos e tabelas: consome relativamente pouca energia (a fonte usa meros 85W, ou 13W quando ocioso, ou 1,39W quando adormecido), é silencioso até mesmo quando liga a ventoinha, ocupa pouquíssimo espaço na mesa, e é o Mac mais barato que você pode comprar – R$ 1200 abaixo do MacBook mais barato, pelo preço de tabela.

Por outro lado, há também algumas desvantagens: a possibilidade de upgrade de hardware pelo próprio usuário é bastante limitada, a conexão aos ainda comuns monitores VGA exige um adaptador não incluído, e a remoção do drive de CD e DVD possivelmente desestimula o upgrade para quem já tem um Mac Mini de modelos anteriores servindo como media center.

Em resumo: para mim vale a pena. Eu tenho, já usei diariamente, ainda uso com frequência, e certamente providenciarei o upgrade para o modelo deste ano, para aproveitar o salto no desempenho da CPU. Recomendo que você avalie o produto de acordo com as suas próprias necessidades e interesses, e espero ter dado uma descrição objetiva dos recursos dos Minis para que você possa compreender o potencial do equipamento e compará-lo com as outras alternativas que estiver considerando!

Como mudar o idioma dos aplicativos no Mac

O Mac tem suporte a um bom número de idiomas: usuários brasileiros podem selecionar o Português do Brasil já no seu primeiro contato com o sistema, e nada os impede de depois optar por deixar seu sistema em inglês, em espanhol, em francês ou em tantas outras línguas suportadas.

A seleção dos idiomas é feita nas Preferências do Sistema (no menu da Maçã ), e define não apenas em qual lingua o OS X irá operar, mas também a ordem na qual cada um dos aplicativos escolherá o idioma de sua operação.

Exemplificando com a configuração acima: o ambiente do meu Mac está em Português (do Brasil), que é a primeira opção da lista exibida na configuração de idiomas. Aplicativos usarão preferencialmente o mesmo idioma que o sistema mas, se não dispuserem de uma tradução para ele, tentarão as outras, na ordem em que eu as deixei na lista: o português europeu, depois inglês, espanhol, italiano e assim por diante.

Só que às vezes você quer que o seu sistema esteja em um idioma, mas que algum aplicativo específico seja apresentado em outro. Algumas razões que já me levaram a isto:

  • Seguir instruções: Pretendo seguir um tutorial sobre um aplicativo, mas ele faz referência a menus em inglês, e o meu aplicativo está em português com tradução bem menos do que precisa;
  • Aplicativo não fez sua parte: Alguns aplicativos (como as versões iniciais do Google Chrome) têm suporte ao nosso idioma, mas se ativam em inglês mesmo assim, desconsiderando a preferência do sistema;
  • Aplicativo passou a ter a tradução certa: Minha instalação antediluviana do Evernote não tinha suporte a português brasileiro, e assim se configurou em português europeu. Meses depois o sistema passou a contar com meu idioma nativo, mas não se reconfigurou sozinho.

Existem várias opções para alterar o idioma de um aplicativo específico sem mudar a configuração do sistema: é possível editar arquivos de preferências, acessar o inspetor de informações de configuração do aplicativo e seguir determinadas instruções, etc.

A minha opção preferida, entretanto, é um utilitário especializado na tarefa de alterar os idiomas dos aplicativos: o gratuito Language Switcher.

O Language Switcher é um download bem pequeno, e o que ele faz é uma tarefa muito simples: exibe em uma janela o conteúdo da sua pasta de aplicativos, permitindo que você selecione qualquer um deles para ver a quais idiomas tem suporte, e escolher qual deles deverá ser selecionado a partir da próxima vez que o aplicativo em questão for aberto.

A imagem acima mostra o momento em que eu estava mudando o idioma do navegador Chrome. Note que no lado esquerdo o Language Switcher me informa que o Chrome está aberto em inglês, mas tem suporte a 52 idiomas - e no lado direito eu já escolhi o Português do Brasil como novo idioma a ser adotado por ele.

A partir daí é só apertar o botão de confirmação, e pronto. No exemplo acima o Chrome já estava em execução, portanto foi encerrado e reiniciado, agora em Português. Sucesso!

A mesma coisa aconteceu com o meu Evernote, que estava em Português europeu há uns 2 anos: bastou uma seleção, e os ficheiros e actuais se transformaram permanentemente em arquivos e atuais ;-)

O Language Switcher funciona no Mac OS X 10.5 em diante - já o testei no Lion, inclusive. Recomendadíssimo!

Qual MacBook comprar?

É melhor comprar um MacBook Pro ou Air? A resposta depende dos requisitos de cada um, mas com um pouco de coleta e análise de dados, é possível identificar razões para preferir cada um deles.

Não passa uma semana sem que alguém me pergunte qual o melhor MacBook, ou se vale a pena comprar determinado modelo, e geralmente eu respondo ajudando a pessoa a identificar suas disponibilidades e seus requisitos.

E uma semana como esta, em que a Apple descontinuou o venerável MacBook branco (cujo derradeiro modelo já não era compra recomendada há algum tempo, de qualquer forma) e lançou novos modelos de MacBook Air, faz surgir ainda mais dúvidas - e tornou desatualizada a edição anterior deste post ;-)

Delimitando as situações de compra

Portanto, como fiz por ocasião do lançamento da atual linha do MacBook Pro, trago um comparativo completo, baseado em uma premissa simples: um orçamento limitado aos modelos de entrada das linhas de notebooks da Apple.

Considerando os preços oficiais, os MacBooks "básicos" hoje são os que têm seu preço na faixa entre R$ 2.999 e R$ 3.999, que a partir daqui chamaremos de a faixa dos R$ 3.000.

Os detalhes eu exponho longamente abaixo, mas a minha conclusão quanto à recomendação de compra de quem quer comprar seu primeiro MacBook neste momento e já aderiu à faixa de preço acima é simples e eu a adianto desde já:

  • Quem precisa de grande volume de armazenamento interno, de um drive de CD/DVD ou vai fazer principalmente uso profissional do equipamento (exemplo: desenvolvimento de software, produção de vídeo, etc.) deve optar pelo MacBook Pro de 13".
  • Entre os demais, quem valoriza especialmente a mobilidade, a ponto de abrir mão de 2GB de RAM e de 2h da duração da bateria, OU quem tem grande sensibilidade a uma diferença de preço de R$ 800, deve optar pelo Air de 11 polegadas, 64GB e 1,08kg (R$ 2.999 na tabela).
  • Todos os demais (a turma do navegador, e-mail, editor de texto e outros aplicativos "comuns", e que opera usualmente conectada à Internet) devem optar pelo novo MacBook Air de 13 polegadas com processador Core i5 e 128GB de armazenamento, com resolução de vídeo maior que a do Pro, mesma duração de bateria e pesando quase 700g a menos.

É isto mesmo: a relação entre o Pro e o Air que constava na edição anterior deste guia se inverteu, e o levíssimo Air (agora com processador Core i5, e mantendo a característica de 'instant-on') passou a ser a escolha default recomendada aos novos usuários que não tenham um motivo específico para optar pelo Pro.

As exceções, é claro, são quando há requisitos específicos a atender, ou... se a pessoa dispõe de um orçamento ilimitado (neste caso, que tal comprar um de cada?). Nestas situações, faz-se necessária uma análise que considere os requisitos específicos do usuário, e que não faremos aqui.

E o MacBook branco? O último modelo do simpático Macbook com exterior em plástico foi lançado em maio de 2010, e em julho de 2011 a Apple silenciosamente o removeu de sua linha de produtos. No mesmo ato, ela reduziu o preço de tabela do MacBook Air mais básico (o de 64GB), que passou a ter exatamente o mesmo preço que o MacBook branco tinha até a véspera - ou seja, quanto ao posicionamento de preços da Apple, dá para dizer que "o MacBook Air é o novo MacBook branco" - embora os novos Air excedam o último dos MacBooks brancos em praticamente todas as especificações técnicas.

Por que comprar um Mac?

Nosso artigo de hoje é voltado às pessoas que já decidiram que querem rodar o Mac OS X em seus notebooks, e que preferem fazê-lo em um equipamento original da Apple.

Há muitas outras alternativas disponíveis: pode-se obter um laptop muuuuuito mais barato, e com várias funcionalidades comparáveis, ao se optar por outro sistema operacional, como o Ubuntu por exemplo. Pode-se também seguir alguma das receitas que explicam como criar um assim chamado "Hackintosh" - o Mac OS X instalado em um computador não homologado pelos autores do sistema.

E há inclusive argumentos *contra* a compra de um Mac: é bem mais caro do que a média dos computadores do varejo, só tem duas portas USB, suas políticas de restrição de direitos não são admiradas, etc. Recomendo que, antes de fazer sua compra, você os considere e procure saber mais a respeito.

Mas vale lembrar que também há motivos a favor da compra, que também não vou procurar esgotar.

Só para ilustrar que os apreciadores da escolha pelo Mac não estão sozinhos, entretanto, reproduzo acima versões reduzidas dos rankings de "melhor notebook" publicados nas edições impressas correntes das minhas 2 revistas de tecnologia voltadas a usuários finais preferidas: T3 e Stuff UK. Note que não dá outra: os MacBooks ocupam a primeira colocação em ambas, e estão presentes em modelos variados nas demais colocações.

Renovo, portanto, o lembrete: faça a sua escolha racionalmente, e procure identificar os prós e contras de cada alternativa. É possível que o Mac seja uma boa escolha para o seu caso, mas também é possível que você possa encontrar uma alternativa que resolva as suas demandas a um custo bastante inferior.

Comparativo dos MacBooks

Veremos abaixo um detalhamento de cada um dos modelos de MacBook, mas antes veja uma tabela que preparei sumarizando as especificações e alguns detalhes adicionais sobre os modelos pesquisados - todos da "faixa dos R$ 3.000" que definimos acima.

Vamos ao quadro-resumo:

Use a tabela acima para ter uma visão geral das características dos MacBooks analisados, e veja a seguir os detalhes sobre cada um deles.

MacBook Pro de 13 polegadas

O maior poder de processamento entre os MacBooks que você pode adquirir nesta faixa de preço é o MacBook Pro de 13 polegadas com processador Intel Core i5 de 2,3GHz lançado em fevereiro de 2011, cuja descrição detalhada inclui um compromisso claro da Apple: o dobro de desempenho em relação à geração anterior (baseada nos processadores Core 2 Duo).

E este desempenho fica evidente, a ponto de o site Engadget recentemente ter chamado a geração atual do MacBook Pro de "o laptop mais rápido que já testamos" (o teste deles foi com um modelo de 15 polegadas, então ignore os resultados de processamento gráfico, se for comparar).

Embora não inclua alguns recursos ainda mais avançados disponíveis nos seus irmãos Pro maiores (de 15 e 17 polegadas, e bem mais caros) e no seu irmão do mesmo tamanho mas com processador Core i7 (também bem mais caro), este modelo tem outro aspecto interessante com impacto considerável no desempenho quando comparado aos concorrentes na mesma faixa de preço: é o único que vem com 4GB de memória RAM em seu pacote básico. No armazenamento ele também se destaca, sendo o único que vem com um disco rígido de 320GB como opção default.

A tela é um display LED de 13,3 polegadas, widescreen, com resolução de 1280x800. Sua GPU é uma Intel HD Graphics 3000 integrada. Os MacBooks Pro de 15 e 17 polegadas têm uma GPU adicional AMD Radeon HD 6490M para uso nos momentos em que há necessidade de desempenho superior, mas o modelo de 13 polegadas não inclui este recurso.

A autonomia também é um fator interessante: nos testes da própria Apple, com aplicações similares às de um usuário casual (baseados em navegação contínua em sites populares da web via Wi-Fi, usando o nível default de brilho da tela), a bateria do MacBook Pro durou 7h de uso contínuo, 2h a mais do que o MacBook Air de 11 polegadas.

Como integrante da linha Pro, este modelo também se diferencia positivamente por alguns itens típicos da linha:

  • Cartão SD: o MacBook Pro tem um slot padrão SDXC, que permite cartões de até 64GB.
  • presença de uma porta FireWire 800 (cuja utilidade é restrita a um número reduzido de usuários com periféricos que a suportam)
  • Resolução da câmera: a câmera FaceTime HD do MacBook Pro permite captar vídeos em até 720p.
  • Dimensões: 2,41cm de altura e 2,04kg de peso

Além disso, o MacBook Pro tem uma porta Thunderbolt, também presente nos MacBooks Air de 2011, que permite a conexão a periféricos de alta velocidade (20x mais rápido que portas USB 2.0) e monitores de alta resolução. Enquanto não começam a se popularizar periféricos interessantes com suporte a Thunderbolt, é bom destacar que o seu conector é compatível com o padrão Mini DisplayPort (da geração anterior de MacBooks) e com seus adaptadores VGA, DVI, DisplayPort e HDMI (com até 8 canais de áudio na mesma porta).

O fato de este modelo ter sido lançado há menos de 6 meses ainda é um fator de tranquilidade para quem tem a preocupação com a "síndrome do carro do ano" e com a possibilidade de ver uma versão nova do modelo que comprou ser lançada logo após a concretização da compra.

Além disso, o MacBook Pro de 13 polegadas tem os demais recursos disponíveis também nos outros modelos analisados: teclado retroiluminado, exterior em alumínio, Wi-Fi (n/a/b/g), 2 portas USB, microfone e alto-falantes embutidos, e o Mac OS X Lion (ou o direito de fazer upgrade para ele gratuitamente - sujeito a termos e condições) - além de alguns diferenciais em relação aos MacBook Air: porta Gigabit Ethernet, presença de um disco rígido e um drive de CD/DVD. Seu suporte a Bluetooth, entretanto, é para a especificação Bluetooth 2.1+EDR, ao contrário do Air, que tem Bluetooth 4.0.

Na data deste artigo, o MacBook Pro de 13 polegadas descrito acima poderia ser comprado na loja on-line brasileira da Apple por R$ 3.599,00.

 
MacBook Air de 11 polegadas

Os atuais modelos do MacBook Air foram lançados em julho de 2011 e, tal como seus primos da linha MacBook Pro, estão disponíveis em uma gama de modelos, sendo que os de 11 polegadas estão dentro de nossa faixa de preço e serão detalhados a seguir.

Embora tenham um teclado e trackpad no tamanho usual, os MacBooks Air são incrivelmente leves e finos: os modelos de 11 polegadas pesam meros 1080 gramas, e sua espessura vai de 0,3cm nas extremidades até 1,7cm no ponto mais volumoso de seu gabinete de alumínio - não é exagero dizer que dá para levá-lo em um envelope (já fiz isso mais de uma vez, com envelopes revestidos de plástico bolha, excelentes para proteger durante o transporte).

Só que para ser tão leve, o MacBook Air naturalmente precisa praticar o desapego e abrir mão de alguns recursos de seus primos mais parrudos, o que faz com que ele esteja muito melhor competindo quanto a conveniência e portabilidade, do que quanto ao poder de armazenamento e processamento do MacBook Pro.

Quanto ao poder de processamento, entretanto, é necessário fazer uma ressalva: embora a RAM e a CPU do MacBook Pro de 13 polegadas ainda o mantenham em vantagem em relação ao Air, esta vantagem agora é bem menor do que era em relação ao modelo do ano passado, pois o desempenho do Air, com a passagem do processador Core 2 Duo para o Core i5 (mantendo os 2GB de RAM), quase dobrou, e agora está próxima do primo profissional - pela medida do GeekBench, o índice do Air agora é 5040 (no ano passado era menos de 3000), e o do Pro é 6446. Veja os números do Air para mais detalhes.

Assim, a diferença mais visível restante é no armazenamento. Para ser tão mais leve e fino, o Air abre mão da presença de um disco rígido (HD), bem como de um drive de CD/DVD: ele usa o veloz (e ainda caro) armazenamento Flash (SSD), mais similar ao funcionamento de um pen drive do que ao dos discos mecânicos típicos de notebooks.

Com isso, a sua capacidade de armazenamento interna se aproxima muito mais da dos tablets do que a dos demais notebooks do mercado. E, assim como os usuários dos tablets, os usuários satisfeitos do MacBook Air sabem que não precisam levar tantos dados assim sempre com eles, e complementam o SSD (quando necessário) com o uso de recursos externos de armazenamento, como pen drives, HDs externos ou serviços on-line como o Dropbox e, em breve, o iCloud.

A diferença essencial entre os 2 modelos de MacBook Air de 11 polegadas é o armazenamento: enquanto um deles vem com um drive SSD de 64GB, o outro vem com 128GB (e 2GB de RAM a mais). Mas, pelos motivos expostos acima, acho difícil justificar um pagamento de R$ 500 a mais para ter o modelo de 128GB - a não ser que essa diferença de armazenamento interno seja vital para alguma aplicação, os usuários se viram bem com as alternativas - ou acabam achando vantajoso assumir o armazenamento como critério de escolha e pagar R$ 100 a mais e ter todo o espaço de um MacBook Pro.

Embora o custo elevado da tecnologia ainda faça com que os volumes de armazenamento dos MacBooks Air sejam menores, há um reverso nesta medalha, representado pelo desempenho: o acesso ao conteúdo do SSD é muito mais rápido do que o acesso a um disco rígido tradicional, e isso acelera não apenas o boot como também o carregamento de aplicativos - usuários relatam que a diferença de tempo entre carregar um aplicativo simples como o TextEdit e um gigante inchado como o Microsoft Word chega a ser irrisória.

Os demais detalhes descritos abaixo se aplicam igualmente ao modelo de 64GB e ao de 128GB.

A tela dos 2 modelos é um display LED widescreen de 11,6 polegadas, com resolução de 1366x768 pixels, acionada por uma placa de vídeo Intel HD Graphics 3000 - a mesma do MacBook Pro de 13 polegadas.

Eles contam também com uma porta Thunderbolt, também presente nos MacBooks Pro de 2011, que permite a conexão a periféricos de alta velocidade (20x mais rápido que portas USB 2.0) e monitores de alta resolução. Enquanto não começam a se popularizar periféricos interessantes com suporte a Thunderbolt, é bom destacar que o seu conector é compatível com o padrão Mini DisplayPort (da geração anterior de MacBooks) e com seus adaptadores VGA, DVI, DisplayPort e HDMI (com até 8 canais de áudio na mesma porta), para usar monitores e projetores externos.

Fica a dica: é bom andar com um adaptador de Mini DisplayPort para VGA, DVI ou HDMI sempre na mochila, pois monitores com suporte a Mini DisplayPort ou a Thunderbolt fora das Apple Stores tendem a ser mais raros do que avistar cabeça de bacalhau ou filhotes de pombo ;-)

A reclamação mais frequente dos usuários do primeiro modelo de MacBook Air já foi resolvida desde o modelo anterior: agora o Air tem 2 portas USB 2.0, tal como seus primos Pro.

Outra diferença entre o Air e seus primos mais volumosos é o conector de áudio: ao invés do conector integrado (que permite tanto o uso de fones de ouvido quanto o de microfones externos), o Air tem apenas saída para fones de ouvido. Mas quem quiser complementar o microfone embutido tem uma alternativa: usar os fones de ouvido do iPhone (ou outros com o mesmo conector), pois o microfone deles é compatível com o Air.

A câmera do MacBook Air, denominada FaceTime, está no meio do caminho entre a câmera iSight do MacBook Branco e a FaceTime HD do Pro. Naturalmente associada ao serviço FaceTime de conversação visual da Apple, o modelo do MacBook Air é mais fino (naturalmente) e dá bom suporte a condições de baixa luminosidade, mas não oferece a mesma resolução que a câmera do Pro.

A duração em uso da carga da bateria do MacBook Air de 11 polegadas é interessante quando comparada a outros modelos do mercado, mas não compete com a do Pro e do Air de 13 polegadas: os números oficiais são 5h de atividade para o Air de 11 polegadas, e 7h para os outros 2 modelos. Em compensação, a rapidez com que ele volta ao ar após adormecer para poupar energia torna bastante conveniente "esticar" bastante estas 5h deixando que o Mac descanse automaticamente sempre que detectar a ausência de movimento de sua parte por alguns minutos - e a duração prometida da carga da bateria do Air quando adormecido é de 30 dias.

Além disso, o MacBook Air de 11 polegadas tem os demais recursos disponíveis também no seu primo mais parrudo: Wi-Fi (n/a/b/g), Bluetooth (versão 4, diferentemente do Pro que ainda tem a 2.1 +EDR), 2 portas USB, microfone e alto-falantes embutidos, exterior em alumínio, teclado retroiluminado e o OS X Lion.

Na data deste artigo, o MacBook Air de 11 polegadas com 64GB de armazenamento descrito acima poderia ser comprado na loja on-line brasileira da Apple por R$ 2.999,00, e o modelo com 128Gb de armazenamento estava listado a R$ 3.499,00.

 
MacBook Air de 13 polegadas: a escolha default

Os atuais modelos do MacBook Air de 13 polegadas foram lançados em julho de 2011 em 2 versões, sendo que a de 256GB de armazenamento está completamente fora da nossa faixa de preço, mas a de 128GB está bem dentro e será detalhada a seguir.

Os MacBooks Air de 13" são tão finos quanto seus primos de 11", e quase tão leves quanto. Os modelos de 13 polegadas pesam meros 1350 gramas (270g a mais que o Air de 11 polegadas, 690g a menos que o Pro de 13 polegadas), e sua espessura vai de 0,3cm nas extremidades até 1,7cm no ponto mais volumoso de seu gabinete de alumínio.

Só que para ser tão leve, o MacBook Air naturalmente precisa praticar o desapego e abrir mão de alguns recursos de seus primos mais parrudos, o que faz com que ele esteja muito melhor competindo quanto a conveniência e portabilidade, do que quanto ao poder de armazenamento e processamento do MacBook Pro.

Quanto ao poder de processamento, entretanto, é necessário fazer uma ressalva ainda mais forte que a já exposta para o modelo de 11 polegadas: o Air de 13" vem com os mesmos 4GB de RAM que o MacBook Pro, e embora a CPU do Pro ainda o mantenha em vantagem, esta agora é bem menor do que era em relação ao modelo do ano passado, pois o desempenho do Air, com a passagem do processador Core 2 Duo para o Core i5, quase dobrou, e agora está próximo do primo profissional - pela medida do GeekBench, o índice do Air de 13 polegadas agora é 5860 (no ano passado era menos de 3000), enquanto o do Pro é 6446 (e o do Air de 11 polegadas é 5040). Veja os números do Air para mais detalhes.

Assim, a diferença mais visível restante é no armazenamento. Para ser tão mais leve e fino, o Air abre mão da presença de um disco rígido (HD), bem como de um drive de CD/DVD: ele usa o veloz (e ainda caro) armazenamento Flash (SSD), mais similar ao funcionamento de um pen drive do que ao dos discos mecânicos típicos de notebooks.

Com isso, a sua capacidade de armazenamento interna se aproxima muito mais da dos tablets do que a dos demais notebooks do mercado. E, assim como os usuários dos tablets, os usuários satisfeitos do MacBook Air sabem que não precisam levar tantos dados assim sempre com eles, e complementam o SSD (quando necessário) com o uso de recursos externos de armazenamento, como pen drives, HDs externos ou serviços on-line como o Dropbox e, em breve, o iCloud.

Mas o MacBook Air de 13 polegadas que está na nossa faixa de preços tem exatamente o dobro da capacidade de armazenamento do Air de 11 polegadas que recomendamos acima: são confortáveis 128GB, complementados por um conveniente slot para cartões de memória SD.

Embora o custo elevado da tecnologia ainda faça com que os volumes de armazenamento dos MacBooks Air sejam menores, há um reverso nesta medalha, representado pelo desempenho: o acesso ao conteúdo do SSD é muito mais rápido do que o acesso a um disco rígido tradicional, e isso acelera não apenas o boot como também o carregamento de aplicativos - usuários relatam que a diferença de tempo entre carregar um aplicativo simples como o TextEdit e um gigante inchado como o Microsoft Word chega a ser irrisória.

A tela do MacBook Air de 13 polegadas analisados é um display LED widescreen de 13,3 polegadas, com resolução de 1440x900 pixels (maior do que a do MacBook Pro de 13 polegadas), acionada por uma placa de vídeo Intel HD Graphics 3000 (a mesma do MacBook Pro de 13 polegadas e do Air de 11 polegadas).

Ele conta também com uma porta Thunderbolt, também presente nos MacBooks Pro de 2011, que permite a conexão a periféricos de alta velocidade (20x mais rápido que portas USB 2.0) e monitores de alta resolução.

Enquanto não começam a se popularizar periféricos interessantes com suporte a Thunderbolt, é bom destacar que o seu conector é compatível com o padrão Mini DisplayPort (da geração anterior de MacBooks) e com seus adaptadores VGA, DVI, DisplayPort e HDMI (com até 8 canais de áudio na mesma porta), para usar monitores e projetores externos. Fica a dica: é bom andar com um adaptador de Mini DisplayPort para VGA, DVI ou HDMI sempre na mochila, pois monitores com suporte a Mini DisplayPort ou a Thunderbolt fora das Apple Stores tendem a ser mais raros do que avistar cabeça de bacalhau ou filhotes de pombo ;-)

A reclamação mais frequente dos usuários do primeiro modelo de MacBook Air já foi resolvida desde o modelo anterior: agora o Air tem 2 portas USB 2.0, tal como seus primos Pro.

Outra diferença entre o Air e seus primos mais volumosos é o conector de áudio: ao invés do conector integrado (que permite tanto o uso de fones de ouvido quanto o de microfones externos), o Air tem apenas saída para fones de ouvido. Mas quem quiser complementar o microfone embutido tem uma alternativa: usar os fones de ouvido do iPhone (ou outros com o mesmo conector), pois o microfone deles é compatível com o Air.

A câmera do MacBook Air, denominada FaceTime, está no meio do caminho entre a câmera iSight do MacBook Branco e a FaceTime HD do Pro. Naturalmente associada ao serviço FaceTime de conversação visual da Apple, o modelo do MacBook Air é mais fino (naturalmente) e dá bom suporte a condições de baixa luminosidade, mas não oferece a mesma resolução que a câmera do Pro.

A duração em uso da carga da bateria do MacBook Air de 13 polegadas é a mesma do MacBook Pro analisado: os números oficiais são 7h de atividade com Wi-Fi ativado. Mas, graças ao SSD, a rapidez com que o Air volta a operar após adormecer para poupar energia torna bastante conveniente "esticar" bastante estas 7h deixando que o Mac descanse automaticamente sempre que detectar a ausência de movimento de sua parte por alguns minutos - e a duração prometida da carga da bateria do Air quando adormecido é de 30 dias.

Além disso, o MacBook Air de 13 polegadas tem os demais recursos disponíveis também nos seus primos analisados: Wi-Fi (n/a/b/g), Bluetooth (versão 4, diferentemente do Pro que ainda tem a 2.1 +EDR), 2 portas USB, microfone e alto-falantes embutidos, exterior em alumínio, teclado retroiluminado e o OS X Lion.

Na data deste artigo, o MacBook Air de 13 polegadas com 128GB de armazenamento descrito acima poderia ser comprado na loja on-line brasileira da Apple por R$ 3.799,00.

MacBook Branco: Descanse em paz

O MacBook branco foi removido da linha de produtos da Apple em julho de 2011, e o MacBook Air de 64GB e 11 polegadas herdou o posto de ser o modelo entry level e o preço de tabela mais baixo do seu primo extinto.

O último modelo do MacBook branco (o nome oficial dele era simplesmente "MacBook") foi lançado em maio de 2010 e tinha CPU Core 2 Duo, 2GB de RAM, 250GB de disco e tela de 13,3".

Conclusão

Eis a ordem de indicação, e os pontos fortes de cada um:

  1. Air de 13 polegadas: tela, desempenho do armazenamento, memória, bateria.
  2. Air de 11 polegadas: preço, peso.
  3. Pro de 13 polegadas: desempenho de CPU, memória, bateria, volume de armazenamento, mídias removíveis, resolução da webcam, acesso a rede local cabeada.

A lista acima encerra esta coleta de informações para orientar a escolha de um MacBook na faixa dos R$ 3.000,00.

A conclusão, no momento, é apenas reiterar o que já foi dito: na minha opinião, nessa faixa de preço, usuários interessados em MacBooks devem escolher assim::

  • Quem precisa de grande volume de armazenamento interno, de um drive de CD/DVD ou vai fazer principalmente uso profissional do equipamento (exemplo: desenvolvimento de software, produção de vídeo, etc.) deve optar pelo MacBook Pro de 13".
  • Entre os demais, quem valoriza especialmente a mobilidade, a ponto de abrir mão de 2GB de RAM e de 2h de duração da bateria, OU quem tem grande sensibilidade a uma diferença de preço de R$ 800, deve optar pelo Air de 11 polegadas, 64GB e 1,08kg (R$ 2.999 na tabela).
  • Todos os demais (a turma do navegador, e-mail, editor de texto e outros aplicativos "comuns", e que opera usualmente conectada à Internet) devem optar pelo novo MacBook Air de 13 polegadas com processador Core i5 e 128GB de armazenamento, com resolução de vídeo maior que a do Pro, mesma duração de bateria e pesando quase 700g a menos.

Pretendo publicar versões atualizadas deste artigo conforme as linhas de MacBooks forem sendo renovadas pela Apple, e conto com os comentários de vocês para torná-lo cada vez mais preciso e completo!

Produtividade: 5 apps essenciais para o seu Mac

As ferramentas de produtividade que acompanham o Mac podem ser bons recursos a favor da sua produtividade pessoal, mas muitas vezes o investimento em recursos adicionais é rapidamente compensado por grandes ganhos de eficiência e produtividade, além de contribuírem para o melhor alcance dos seus objetivos, em um contexto de efetividade.

Mas ficar testando as dezenas de ferramentas complementares disponíveis na Mac App Store pode tomar um tempo que você não tem, embora possivelmente resulte num conjunto melhor ajustado às suas demandas específicas.

Ofereço, portanto, uma lista de 5 (ou 8!) apps fáceis de instalar e usar que podem fazer muito pelas suas anotações, gerenciamento de pendências, agendamentos, produção de textos e organização de ideias. Bom proveito!

 

Anotações e referências com o Evernote: campeão absoluto de indicações em todas as pesquisas sobre apps de produtividade pessoal conduzidas no Efetividade.net, o Evernote merece abrir este rol: ele gerencia anotações, listas, bilhetes, recados, referências a sites,  aquela foto que você tirou do mural ou do quadro com as dicas do palestrante. Além de fazer tudo isto com categoria, ele ainda integra e sincroniza as informações para você acessar e editar mesmo quando estiver longe do seu Mac: no iPhone, iPad, várias outras plataformas e até mesmo por um cliente web. O Evernote está disponível na Mac App Store e seu download é gratuito, dando direito a 60MB de uploads por mês – se você precisar de mais do que isso futuramente, terá que optar por um plano comercial (que também dá acesso a alguns recursos adicionais).

 

Pendências e tarefas com o Things: o Things gerencia pendências e tarefas. Ele é o mais caro entre os aplicativos mencionados nesta lista, mas eu o uso diariamente (paguei também pela licença para usá-lo no iPad) e o danado justifica o preço que paguei por ele todos os dias, apesar da sua solução menos do que ótima (e em vias de ser melhorada profundamente) para a sincronização entre os dados do Mac e do iPad (ou do iPhone).

Eu escrevi um post inteiro descrevendo suas funcionalidades, e certamente não dá de resumi-lo aqui, por isso recomendo a leitura do outro post. Mas trago de lá uma breve citação introdutória: “(...) recentemente tive conhecimento de um software que permite implementar parte considerável do tratamento de pendências e tarefas do método GTD usando o iPhone e (opcionalmente) o Mac, e pela primeira vez desde que abandonei a plataforma Palm, há alguns anos, estou me adaptando bem a manter a minha lista de tarefas e pendências em uma base digital e, ao menos parcialmente, móvel. O aplicativo em questão é o Things, que tem versão para Mac (disponível na Mac App Store) e apps correspondentes para iPhone e para iPad, que podem ser usadas isoladamente ou sincronizadas (via Wi-Fi) com o Things para Mac.”.

Um adendo: A Apple já avisou que o iOS 5 vai oferecer alternativas interessantes nesta área, mas não imagino que elas irão suplantar o Things em seu conjunto – pelo contrário, minha expectativa é que ele vá crescer um pouco mais nas áreas em que a Apple providenciou saudável concorrência, como a possibilidade de associar tarefas a determinadas localizações geográficas.

 

Agendamentos e compromissos com o Fantastical, Busycal ou Today: o iCal, que já vem com o Mac OS X, tem funcionalidade suficiente para cuidar dos seus agendamentos, e a Apple oferece maneiras de garantir a sincronização dos dados dele com as apps nativas do iPhone e iPad.

Mas a interface da opção nativa, tanto para entrada de dados quanto para consulta, deixa a desejar, e abre espaço para complementos interessantes como o Fantastical, o BusyCal e o Today. Cada um deles tem seu próprio diferencial quanto à entrada de dados, a interface de consulta, a sincronização (com a agenda do Google, a do Mac, etc...), a integração, etc., e não consigo recomendar apenas um deles. Mas todos eles oferecem versões gratuitas para teste, e você poderá descobrir qual o atende melhor, ou mesmo se as suas vantagens não justificam ir além do iCal que já veio com o seu Mac.

 

Edição de textos com o TextWrangler ou o WriteRoom: eu escrevo muito, todos os dias, e já faz tempo que descobri que há grande ganho de produtividade em separar as atividades de escrita propriamente dita e as de formatação. Para escrever, prefiro um editor de textos que me permita concentrar a atenção em produzir os blocos de texto: frases, parágrafos, capítulos. O layout (dos negritos às quebras, passando pela escolha de fontes, cores, etc.) fica para quando já há um texto pronto, e assim as tarefas se complementam, deixando de competir pela atenção.

O WriteRoom, que na imagem acima é mostrado em uma configuração visual que lembra um terminal de décadas passadas, tem um grande mérito a seu favor: quando colocado em tela cheia, ele esconde tudo que não seja o seu texto, à exceção do cursor e de uma contagem (opcional) de palavras. Para quem se incomoda com distrações, pode ser uma boa maneira de ficar a sós com as palavras (e para ver o menu, basta deslocar o mouse até o alto da tela).

Já o gratuito TextWrangler é a ferramenta que eu tendo a usar mais frequentemente, pois tem  suporte ao tipo de detalhe técnico que meus textos às vezes exigem: indentar blocos de linhas, fazer buscas com expressões regulares, comparar documentos, colorir a sintaxe de linguagens de programação, e mais. Além de tudo, o danado carrega rapidamente, e não fica no caminho com opções de interface indesejadas.  É uma ferramenta indispensável, que já descrevi em um artigo específico anteriormente.

 

Mapas mentais com o MindNodeMapas mentais são uma forma para representar o encadeamento e estruturação de ideias. Servem para registrar os tópicos de uma reunião, os temas de uma aula, os assuntos a abordar em um artigo, e muito mais. O MindNode permite construir mapas mentais com facilidade, permitindo coletar, classificar e estruturar suas ideias. Ele tem duas versões na Mac App Store, uma gratuita e outra com alguns recursos a mais, que custa cerca de US$ 20 – um comparativo das versões pode ser consultado no site da ferramenta.

Como extrair, transferir e inserir páginas de arquivos PDF?

No recente post sobre como anotar e editar arquivos PDF no Mac, o leitor  Manoel registrou uma dúvida colateralmente relacionada:

Suas dicas foram excelentes. As opções nativas do Mac OS X sempre surpreendem. Mas fiquei com uma expectativa. Pelo Preview seria possível destacar uma página inteira e salvá-la como outro arquivo de PDF diferente do originário (somente a página destacada)? É que, por conta de meu trabalho, às vezes tenho que salvar todo um arquivo de Diário Oficial (+/- 200 pág.) por conta de uma única página que contém uma publicação desejada.

Sim, Manoel! E é tão simples de fazer, que ler a descrição aqui vai tomar mais tempo do que colocar em prática ;-)

 

O poder da barra lateral

O requisito essencial para que você possa extrair uma página (ou um conjunto de páginas) de um PDF na ferramenta de Pré-Visualização (“Preview”)  do Mac OS X é habilitar a barra lateral direita que exibe as miniaturas ou os títulos das páginas individuais, como a do exemplo abaixo:

Se a sua barra lateral direita não estiver ativa, use o menu Visualizar | Barra lateral para configurá-la.

Depois que ela estiver visível, o restante se torna muito fácil: selecione na barra lateral a página (ou o conjunto de páginas) que você deseja extrair, e simplesmente arraste-a para o seu desktop, ou para uma pasta aberta no Finder.

No ato de arrastar, o Mac identificará o que você deseja fazer, e criará no local de destino um novo arquivo, com o mesmo nome do original mais o sufixo “(arrastado)”, e contendo apenas a(s) página(s) que você selecionou.

Simples, não?

 

Bônus: enxertando páginas de um PDF em outro

O ato de arrastar páginas não serve apenas para criar novos documentos com extratos de PDFs – você também pode arrastar páginas de um documento PDF para outro, juntando, podando e enxertando o conteúdo da forma que melhor fizer sentido para as suas necessidades de arquivar, transportar ou distribuir a informação.

Para ficar claro, observe os exemplos acima: são 2 documentos, sendo que o da esquerda adota páginas orientadas em retrato (verticais), e o da direita as adota em paisagem (horizontais).

A tela acima mostra o que aconteceu quando arrastei uma página da barra lateral da janela da direita, e a soltei na barra lateral da janela da esquerda, entre as 2 páginas que já estavam lá: ela foi mesclada.

Interessante, não? Agora é só usar Arquivo | Salvar como..., e gravar o documento com a página enxertada – ou simplesmente selecionar o conjunto das páginas e arrastá-lo diretamente para a pasta desejada.

Naturalmente dá de realizar bem mais operações com PDFs e outros formatos no Pré-Visualização, mas a dúvida do Manoel era bastante singela. Até a próxima!

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