Como criar pen drive de instalação do OS X Lion

Quando começou a se comentar que a próxima edição do Mac OS X – o Lion, que deve sair nas próximas semanas – poderia ser comprada pela Mac App Store, eu fiquei feliz: menos intermediários, menos espera para chegar ao Brasil, e bastante comodidade para o upgrade.

Mas logo depois veio a confirmação oficial, acompanhada da informação – também oficial – de que no lançamento o único canal disponível para nós, mortais comuns, instalarmos a nova versão seria a Mac App Store, a coisa mudou de figura, pois a consequência óbvia é de que quem vai instalar o Lion em mais de um Mac – por exemplo, por ter um Mini e um MacBook – terá que fazer o download completo em cada um deles, ainda que só vá pagar uma vez (se todos usarem o mesmo ID da App Store, claro).

Além disso, quem tem entre seus Macs um com uma versão antiga do OS X (como o Leopard, por exemplo), mas cujo hardware é compatível com o Lion, fica sem opção de upgrade direto neste Mac: é necessário primeiro instalar e atualizar o Snow Leopard, para só depois instalar o Lion pela App Store.

Cheguei a me conformar mas, felizmente, esta situação não durou muito: logo a Apple avisou que os clientes educacionais e corporativos (que geralmente têm dezenas ou centenas de instalações para fazer) terão métodos especiais de instalação à disposição oficialmente e... surgiu a informação de que, para os mortais comuns como nós, havia um meio não oficialmente divulgado de, a partir do download feito no primeiro Mac, gerar um DVD ou pen drive de instalação (como o que traz o instalador do Snow Leopard nos MacBooks Air atuais) para usar nos seus demais Macs.

Este procedimento, não-oficial, embora não seja especialmente complicado, também não é dos mais simples, além de não contar com suporte ou sanção oficial.

Eu resisti a divulgá-lo porque ele tinha sido identificado em versões de desenvolvimento e não havia garantia de que perduraria até a versão final mas, agora que a versão GM do Lion (que é distribuída como um “ensaio final” para os desenvolvedores) já circulou e alguns desenvolvedores amigos confirmam que o procedimento continua funcionando não vejo razão para não divulgá-lo, embora com os alertas que constam ao final.

 

Como criar disco de instalação do Lion em um pen drive

O procedimento, em linhas gerais, é como segue:

  1. Comprar e fazer o download do Lion a partir de um Mac compatível com ele (mais detalhes no post “Instalar o OS X Lion no seu Mac: como se preparar”). Antes de instalar no Mac no qual você fez o download, siga os passos a seguir:
  2. Clicar com o botão direito (ou ⌘+click) no ícone do aplicativo instalador do Lion e selecionar a opção “Mostrar Conteúdo do Pacote”.
  3. Abrir a pasta Contents, e dentro dela abrir a pasta SharedSupport. Dentro dela você encontrará a imagem do seu disco (ou pen drive) de instalação do Lion, com o nome de InstallESD.dmg.
  4. Copiar o InstallESD.dmg para o seu desktop ou outra pasta de sua preferência.
  5. Plugar  um pen drive de 4GB ou mais cujo conteúdo possa ser apagado.
  6. Com o Utilitário de Disco, criar no pen drive uma partição (de pelo menos 4GB) no formato que permite que ele seja bootável em um Mac (GUID).
  7. Ainda no Utilitário de Disco, usar a aba Restaurar para transferir para a sua nova partição no pen drive a cópia do InstallESD.dmg que você criou no passo 3 – é normal este passo demorar vários minutos.

E pronto: você terá criado o seu pen drive de instalação do OS X Lion, pronto para ser usado para instalar ou atualizar o sistema em qualquer máquina na qual você tenha licença para tal.

Para dar boot pelo pen drive, basta ligar o Mac com o pen drive conectado e a tecla Option apertada, respondendo adequadamente no menu que perguntará por qual dispositivo você deseja inicializar.

No SubRosaSoft você encontra uma descrição mais detalhada e ilustrada correspondente aos passos acima. Mas atenção: nada disso tem suporte ou garantia da Apple, nem da SubRosaSoft, nem de ninguém. Se você quer um procedimento garantido ou suportado, deverá usar o método anunciado pela Apple, ou aguardar novas orientações da empresa.

 

Touch: nova revista voltada ao iPad e iPhone

Um editorial que é em parte ironia e em parte reconhecimento ao recente discurso de Steve Jobs sobre estarmos vivendo o início da era pós-PC marcou o lançamento da primeira edição da revista Touch, dirigida aos usuários de Ipads, iPhones e outros dispositivos que rodam o iOS.

Revistas impressas tratando de dispositivos desta natureza parecem anacrônicas e até mesmo ligeiramente contraditórias – mesmo considerando que elas contam com versões digitais (foi como eu li a minha, no próprio iPad, em um exemplar para review que solicitei à banca digital Zinio), há que se considerar que uma revista com periodicidade mensal não consegue mais acompanhar a velocidade das mudanças nesta área.

Mas a reação das revistas voltadas a usuários é interessante: cada vez menos notícias (que ficam ultrapassadas bem antes de o exemplar chegar à mão do leitor) e cada vez mais análises de produtos, tutoriais e peças de opinião.

É o caso da australiana Touch, cujas 100 páginas da edição inaugural estão recheadas de informações sobre o iPad, o iPhone, suas apps, acessórios e uso.

É o que você vê em toda revista do ramo, certo? Mas aqui há um diferencial que me agradou muito, e que eu gostaria que estivesse presente em mais publicações nacionais e internacionais: fugir do óbvio.

Um exemplo claro vem na matéria de capa: 101 apps essenciais. Você já viu isso antes, né? E está pensando que já sabe quais são todas as 101. Mas a lista da Touch não é bem assim: realmente metade dela é composta por aqueles aplicativos que estão em todas as listas (Flipboard, Angry Birds, Pages...), mas o restante é recheado de apps “clássicas” que não são mais tão citadas (iHandy Carpenter!), e de algumas que você talvez nem tenha ouvido falar (Diacarta?) mas que merecem uma olhada.

Da mesma forma, as matérias sobre o iPad nas mãos de professores e alunos (iniciativas inovadoras na educação), sobre o uso da app Bento para colocar o iPad ou o iPhone em uso na automação de tarefas profissionais (cadastros de clientes, acompanhamento de processos, etc.) ou sobre o iPad como utensílio de cozinha deram um toque criativo muito bem-vindo – se não sobre os temas, ao menos sobre o conteúdo.

Claro que ela não é criativa de cabo a rabo, também: aqueles conteúdos nossos de cada dia esão presentes: a matéria explicando os primeiros passos a quem está usando um iPad pela primeira vez, os comparativos de smartphones e de tablets, vários reviews de apps (com notas variando entre 6 e 10), etc.

No final, uma atração interessante: uma seção que explica passo a passo algumas tarefas comuns com apps: gerenciar uma pendência com o Things, compartilhar um arquivo com o Dropbox, tirar uma foto com efeitos usando o Hipstamatic, e assim por diante.

A Touch é publicada pela editora australiana Niche Media, e sua primeira edição tem 100 páginas (em inglês, claro). Os artigos dela são originais, e não reproduções ou adaptações de material de revistas de outros países.

O sustento de uma publicação impressa ocorre mais pelos anunciantes do que pelo preço de capa, e neste sentido ela parece ter começado com o pé direito, com uma série de anúncios de marcas internacionais e produtos consagrados. Tomara que seja o indicativo de que muitas outras edições estão por vir!

Se você encontrar à venda em uma banca de aeroporto, compre – eu li e gostei. Se preferir, pode comprar a edição digital no Zinio, para ler no próprio iPad - o que já está se tornando habitual por aqui, e que vou tentar transformar em uma prática, pois o número de revistas sobre temas correlatos ao do BR-Mac só aumenta, e acredito que vocês tenham tanto interesse em conhecê-las quanto eu!

O exemplar usado para esta resenha foi disponibilizado ao BR-Mac pelo Zinio, distribuidor on-line de revistas em formato digital.

 

Open Source no mundo Apple

Open Source, ou código aberto, como é conhecido no Brasil, é um método de desenvolvimento de software que se vale, em um processo transparente, da possibilidade de revisão coletiva do código por todos os interessados.

Tendo como requisitos, entre outros, a disponibilidade do código para que ele possa ser estudado, modificado e redistribuído por qualquer interessado (assim como ocorre no âmbito do movimento Software Livre), o Open Source busca oferecer maior qualidade e flexibilidade, custo mais baixo, e menores riscos oriundos da dependência em relação ao fornecedor ou desenvolvedor original.

A Apple, em seu site oficial sobre suas iniciativas open source, descreve a si mesma como integrante do grupo das grandes empresas de informática que fazem do desenvolvimento em código aberto uma parte importante da sua estratégia de software, bem como relata que continua a usar e a disponibilizar quantidades significativas de software neste modelo.

 

Darwin e a evolução open source na Apple

Na nossa série comemorativa dos 10 anos do Mac OS X já apresentamos com mais detalhes este personagem interessante do histórico da Apple, até hoje ocupante de lugar relevantíssimo debaixo do capô do Mac OS X e do iOS: o Darwin, lançado pela Apple como código aberto em 2000.

Em si um sistema operacional compatível com o POSIX e com a Single UNIX Specification, o Darwin – que é fortemente baseado em código derivado ou obtido do NeXTSTEP e do FreeBSD - provê o grupo central de componentes nos quais as plataformas atuais da Apple se baseiam.

Os detalhes sobre a arquitetura e o funcionamento do Darwin – kernel, drivers, sistemas de arquivos, serviços de rede, componentes BSD, X11, gerenciamento de processos, gerenciamento de memória, APIs, etc. – podem ser encontrados neste documento da Apple para desenvolvedores interessados no Mac OS X, mas o essencial para o nosso foco de hoje está em outra URL: o código-fonte do Darwin, contendo boa parte dos elementos mais centrais dos produtos da empresa, sob uma variedade de licenças livres: GPL, BSD, Apache, MIT e outras.

 

Via de mão dupla

A Apple se beneficiou de uma série de projetos open source, mas ela também contribui com eles. Um exemplo envolve o FreeBSD, do qual muitos componentes estão presentes no Darwin (e no OS X e iOS, portanto): melhorias e novos componentes desenvolvidos pela Apple costumam ser incorporados ao seu código.

Um exemplo recente é o Grand Central Dispatch (GCD), API para execução concorrente de código que tem uma série de vantagens sobre o modelo tradicional baseado em threads. Introduzido a partir do Mac OS X 10.6 (Snow Leopard) e presente também no iOS, o código do GCD foi aberto já em 2009, e logo em seguida portado para o FreeBSD, no qual está presente desde a versão 8.1 (há port para Linux também).

Não faltam exemplos de outros projetos open source populares em diversas plataformas mas que são mantidos ou custeados pela Apple (para seus próprios interesses, naturalmente).

Vamos a alguns deles:

CUPS: provavelmente o mais popular sistema de impressão entre as distribuições de Linux, o CUPS é um software open source mantido diretamente pela Apple, que o usa desde 2002 e adquiriu os direitos sobre seu código em 2007 (quando ele já era extremamente popular no segmento), permanecendo livre (GPL/LGPL) para usuários de outros sistemas e um componente fundamental do OpenPrinting – bem como formando a base do sistema de impressão dos produtos da Apple, naturalmente.

 

WebKit: O engine HTML do navegador Safari, do OS X e iOS, também está presente no navegador Chrome, no sistema de jogos Steam, nos navegadores do BlackBerry e do Android, no Plasma do KDE, no WebOS da HP e em vários outros projetos.  Trata-se de um projeto de código aberto mantido pela Apple e derivado originalmente do componente KHTML (do KDE), mas que conseguiu dar a volta completa, sendo hoje adotado no próprio desktop livre que lhe deu origem.

 

LLVM: esta suíte de ferramentas open source de desenvolvimento (o compilador Clang, linker, debugger e mais) surgiu no meio acadêmico mas desde 2005 é patrocinada pela Apple, que a incluiu como parte integrante do conjunto de ferramentas de desenvolvimento oficiais de sua linha de produtos. Desde meados de 2010 o Clang passou a ser integrante do FreeBSD (que já pode ser completamente compilado com ele), e no momento este compilador, ainda em desenvolvimento, já alcançou um estágio em que é capaz de compilar uma versão funcional do kernel Linux, bem como uma máquina virtual Java, tarefas certamente não-triviais.

Outro exemplo ilustrativo é o do launchd, que desde 2005 é o sucessor, no Mac OS X, de vários componentes históricos do Unix: init, inetd, atd e crond, entre outros. Devido à sua robustez, entre outras vantagens, em 2006 a distribuição Ubuntu pensou em adotá-lo, mas deixou de fazê-lo devido a questões de licenciamento. Logo em seguida à divulgação do fato, a Apple anunciou que, “de forma a encorajar a adoção em outras plataformas”, mudou a licença deste componente, deixando para trás a APSL que o Ubuntu rejeitou e adotando a licença Apache.

 

Listão dos aprovados

A Apple mantém ainda uma longa lista de projetos open source que são adotados e distribuídos por ela.

Esta lista de projetos open source na Apple é longa, e seu preâmbulo é especialmente interessante por trazer um forte argumento para a adoção do código aberto: “A Apple acredita que o uso da metodologia Open Source faz do Mac OS X um sistema operacional mais robusto e seguro, pois seus componentes centrais foram submetidos ao extenuante teste da revisão pelos pares ao longo de décadas. Qualquer problema encontrado com estes softwares pode ser imediatamente identificado e resolvido pela Apple e pela comunidade Open Source”.

A lista de projetos Open Source incluídos no OS X e no iOS também é bastante variada: tem componentes do BSD, do GNU, projetos independentes e mais. Alguns exemplos ilustrativos:

  • Apache, Samba, Tomcat
  • Bsdmake, gnumake, autoconf, gcc
  • Bzip2, gzip, zip
  • Curl, netcat
  • OpenSSH, OpenSSL
  • Emacs, vim, nano
  • SQLite, BerkeleyDB
  • Perl, PHP, Python, Bash, Awk, Tcl

 

Mas é tudo open source?

Certamente que não: a Apple é uma empresa opaca e proprietária em muitos aspectos, incluindo boa parte dos seus aplicativos e outros componentes de software, suas relações tortuosas com DRM e suas extensas coleções de patentes de software.

Mas há um diferencial entre a sua forma de agir em relação ao código aberto e o de outros concorrentes: a Apple coloca o código aberto perto do núcleo de seus produtos, e constrói a sua vantagem competitiva ao redor – e beneficiar-se do poder de desenvolvimento e revisão de código da comunidade open source oferece a ela o incentivo para contribuir ativamente em uma série de projetos que são úteis também aos usuários de outras plataformas.

Tendo de enfrentar, na arena do desktop da virada deste século, um concorrente quase monopolista, a adoção e o incentivo ao uso de padrões abertos e de software open source fez todo o sentido como uma forma de impulsionar a estratégia da Apple e tornar mais nivelado o campo de batalha – ou seja, longe de ser uma decisão altruísta, trata-se de uma escolha consciente pelo modelo melhor adequado para a situação.

Hoje a Apple colhe os frutos desta decisão, e tanto os seus usuários quanto as comunidades dos projetos de software com os quais ela contribui se beneficiam. Torcemos para que este relacionamento frutífero perdure, e que as partes em que a Apple é bem menos do que open se tornem menos numerosas no futuro!

 

Veja também:

iPad: como assistir vídeos com legendas

O leitor Rafael Nascimento perguntou:

Boa noite Augusto. Baixei o AVPlayer e consegui passar os arquivos de vídeo para o iPad 2 e também o arquivo da legenda, porém a legenda não está aparecendo. Tenho que fazer alguma configuração a mais?

A dúvida dele veio como comentário em um post recente que explicava como assistir vídeos no iPad sem converter formatos e, assim como os demais temas abordados por lá, é uma consequência da variedade de padrões que envolvem os conteúdos multimídia, estando também sujeita às mesmas questões relacionadas a direitos autorais que já foram abordadas por lá.

Também da mesma forma que o que já vimos por lá (recomendo a leitura do post anterior, caso você não tenha lido!), esta é uma questão que tem muitas respostas possíveis, cada uma com suas vantagens, desvantagens e preferências.

A solução que vamos ver hoje é para assistir no iPad aos vídeos junto a arquivos de legendas em formato SRT e SMI (típicos de sites de legendagem on-line, ou fansubs), usando a mesma app AVPlayerHD que já conhecemos no post anterior.

 

O significado dos nomes

Quando está exibindo um vídeo, o AVPlayerHD tem um controle (em forma de balão de história em quadrinhos, visível na imagem abaixo), localizado no painel que exibe no lado esquerdo da tela, para ativar e desativar a exibição das legendas associadas ao vídeo que você estiver assistindo, bem como atrasá-las, adiantá-las e (des)acelerá-las, se não estiverem bem sincronizadas ou se referirem a uma versão diferente do vídeo. Nas suas preferências (botão "Settings") também há opções para selecionar fonte, tamanho e cor das legendas.

Mas você pode procurar durante horas e não encontrará na própria app uma forma de associar um arquivo de legenda a um arquivo de vídeo, por mais que ambos tenham sido transferidos para o iPad conjuntamente (e as instruções do post anterior sobre como transferir os arquivos de vídeo também se aplicam aos arquivos de legendas).

E a razão para não haver esta opção de associação é que os autores do AVPlayerHD resolveram se basear em um critério estrito de associação: ambos os arquivos (o de vídeo e o de legenda) precisam ter exatamente o mesmo nome, variando apenas a extensão, senão a legenda não será ativada.

Assim, se o seu arquivo de vídeo da animação Big Buck Bunny se chama Big-Buck-Bunny.XViD.DVDRIP.avi e o da legenda está como big.buck-bunny.pt-br.fansub.srt, você terá que renomear este último para Big-Buck-Bunny.XViD.DVDRIP.srt – exatamente igual ao nome do arquivo de vídeo, mudando apenas a extensão.

Aí é só transferir os arquivos (o vídeo e a legenda) para o AVPlayerHD e ele já será capaz de exibir a legenda em conjunto ao vídeo.

 

Padrão é tão bom, que podemos ter vários!

A providência acima basta para ativar a legenda, mas resta ainda um detalhe importante: a questão do padrão de codificação dos caracteres.

A configuração default do AVPlayerHD faz reconhecimento automático do padrão, o que funciona muito bem para legendas em inglês, mas deixa a desejar em idiomas que usam mais acentuação, como o nosso – podendo corromper completamente as legendas exibidas, no pior caso, ou simplesmente deixar de exibir os acentos e cedilhas, nos casos comuns.

A solução para isso é relativamente simples, ainda que exija intervenção manual no AVPlayerHD. O que você precisa é entrar no Media Explorer (a mesma opção na qual seleciona os vídeos que quer assistir), e clicar em uma legenda, o que a abrirá em formato de um arquivo de texto que mostra as legendas em si e o momento em que devem ser exibidas.

Procure por alguma legenda que inclua palavras acentuadas. Se os acentos estiverem aparecendo normalmente, você não precisa fazer mais nada, pode retornar e ir selecionar seu vídeo para assistir.

Mas se o texto estiver corrompido, se caracteres de outro idioma estiverem sendo exibidos, ou se os acentos e cedilhas tiverem sumido, você vai precisar usar os 2 controles rotativos que constam na base da tela.

A configuração mais frequente para legendas no nosso idioma é a ISO-8859-1 – para ativá-la, simplesmente role o seletor da esquerda até a opção ISO-8859, que fica quase no seu final, e aí selecione na direita o ISO-8859-1. O texto das legendas continuará sendo exibido acima, e se ele tiver se corrigido, simplesmente retorne e vá assistir ao seu filme.

Se não for suficiente, a probabilidade maior é que sua legenda esteja no padrão de acentuação UTF-8. Repita o passo acima, mas selecione na esquerda a opção Unicode (fica bem no começo), e aí na direita escolha UTF-8.

As duas opções acima devem resolver 95% dos casos de legendas em português obtidas na web ou geradas por programas especializados. Se não funcionar, seu caso é incomum e merece análise mais detalhada, mas a probabilidade maior é que, após selecionar uma vez, todas as suas demais legendas passem a funcionar com a mesma configuração.

 

E isso tudo é... fácil?

Na minha opinião, não – os desenvolvedores do AVPlayerHD poderiam perfeitamente ter oferecido uma opção de selecionar um arquivo de legenda, como outros programas permitem.

Mas este não é o único programa que se comporta assim e, francamente, há anos mantenho o hábito de renomear as legendas para que tenham o mesmo nome dos arquivos de vídeo, o que facilita a interação com a maioria dos aplicativos.

Quanto à acentuação, a culpa não é propriamente da aplicação, e sim do padrão de formato de legendas, que não inclui a possibilidade de definir explicitamente qual a codificação adotada por seu autor, fazendo com que os aplicativos muitas vezes tenham que adivinhar (mas aparentemente o AVPlayerHD não é tão bom em adivinhar quanto poderia ser).

De qualquer forma, esta é uma situação que tipicamente só precisa ser enfrentada uma vez, e depois tudo passa a funcionar para os vídeos seguintes.

Naturalmente, todos estes problemas podem ser ainda melhor resolvidos se você adquirir os vídeos já previamente formatados para o iPad, ou se buscar dominar as técnicas de conversão de formatos para criar arquivos com legendas opcionais embutidas a partir dos seus próprios vídeos.

Infelizmente não é o caso da maioria dos vídeos obtidos via Internet sem ser diretamente do distribuidor original ou de um representante autorizado diretamente por ele, o que acaba conduzindo os usuários a recorrer a este tipo de configuração, que – considerando os processos envolvidos - acaba nem sendo tão difícil assim.

 

Dica extra: Caso o procedimento não dê certo nos seus primeiros testes, experimente com outro vídeo e outro arquivo de legenda SRT, ambos obtidos de uma origem confiável, e renomeie ambos para um nome simples, como teste.mpeg (ou .mov, .avi, etc.) e teste.srt, para tentar isolar qual a origem do seu problema.

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Leia também: Como assistir vídeos no iPad – sem converter

Moom: colocando em ordem as janelas do Mac

Dividir o espaço no monitor entre todas as janelas que você precisa ter abertas ao mesmo tempo é um problema comum, a ponto de merecer múltiplas estratégias e ferramentas, algumas das quais já foram abordadas por aqui anteriormente.

“Fazer caber” é uma técnica de layout que não me agrada muito, seja para compor uma peça impressa ou para gerenciar as janelas na tela. Acredito que a comunicação ocorre melhor quando há espaço suficiente para uma boa disposição de todo o conteúdo mas... às vezes estamos mesmo sujeitos a ter que trabalhar com o editor de textos, o arquivo de referência e mais alguma ferramenta de apoio simultaneamente em uma mesma telinha.

E é neste tipo de situação que brilha o Moom, ferramenta para mover e controlar o tamanho das janelas no Mac.

 

Conhecendo o Moom

O nome Moom vem de move + zoom, as 2 ações básicas gerenciadas por ele com tanta maestria que, apesar de ser um lançamento recente, vem obtendo destaque em boa parte dos sites e podcasts sobre Mac que eu acompanho.

Ferramentas para mover e redimensionar janelas de forma melhor controlada no Mac existem aos montes, e todas são muito boas quanto ao resultado: colocam as janelas precisamente em qualquer um dos 4 cantos do monitor, ou ocupando a metade esquerda ou direita dele, ou o terço superior, terço inferior, e assim por diante, facilitando ter mais de uma aplicação visível de cada vez, seguindo a regra básica da boa convivência: cada uma no seu quadrado.

Mas a grande sacada do Moom, na minha opinião, foi agregar aos tradicionais controles pelo teclado uma forma extremamente prática de controle pelo mouse: um comando popup que surge sempre que você pairar o ponteiro sobre o botão verde de controle da janela (aquele que a gente está acostumado a chamar de “maximizar”):

O conteúdo deste popup pode variar: por default é só um grupo de posicionamentos comuns (metade esquerda, metade de baixo, tela inteira, etc.), mas nas configurações do Moom é possível incluir a opção de exibir o grid que você vê na imagem acima, que dá a opção de desenhar precisamente o terreno que você quer que a janela em questão ocupe – tudo ao alcance de cliques do mouse.

 

Múltiplos monitores e o comando pelo teclado

O Moom também tem a opção de controle pelo teclado, que você pode configurar de várias formas, mas para mim adota 2 comportamentos opcionais:

  • defini a tecla de ativação dos comandos de teclado do Moom como sendo ⌥← (ou seja: option + seta para a esquerda) porque ficam lado a lado no meu teclado e podem ser facilmente acionadas com a mão direita, e

  • ativei a exibição, bem no meio da tela, de uma “cola” dos comandos via teclado disponíveis  (como na imagem acima) sempre que eu pressionar a combinação acima, para não ter de decorar nada.

Usar 2 monitores no Mac é relativamente comum, mas a necessidade de ter informações visíveis para mim é tão premente que eu acabei concluindo que valia a pena investir um pouco mais e usar 3 monitores, pois permitem manter maximizadas simultaneamente as 3 janelas que geralmente uso: o documento no qual estou trabalhando, o documento que estiver sendo usado como referência, e a ferramenta de interação (chat, twitter, etc.) que para mim faz parte do trabalho.

Seja com 2 ou 3 monitores, entretanto, as teclas de controle do Moom também cuidam bem de uma operação muito comum quando se trabalha com mais de um: mover a janela ativa para outro monitor e maximizá-la. Na minha configuração, basta ativar os comandos do Moom (que para mim é com as teclas ⌥←), pressionar uma seta direcional (para dirigir a janela a um dos outros monitores) e pressionar espaço para maximizá-la – ou seja,   ⌥← + seta + espaço.

 

Tem muito mais

O Moom faz muito mais tarefas, e tem várias outras configurações, modos de operação, menus e mais. O site do Moom as apresenta de forma simples, detalhada e ilustrada, recomendo a visita.

Comprei minha cópia a US$ 5 na Mac App Store . Mal arranhei sua superfície neste post, mas o resumo geral é que eu não precisei de mais do que 10 minutos de uso do Moom para concluir que, para mim, ele é melhor do que as demais alternativas que já usei anteriormente.

Uso e recomendo!

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Leia também: Muitas janelas ao mesmo tempo no seu Mac? Gerencie com o BetterSnapTool!

Apps iPad para estudantes

Ver estudantes usando o iPad na sala de aula da faculdade, pós-graduação ou mesmo do colégio vem se tornando mais comum, e não é para menos: a utilidade potencial dos tablets (e dos smartphones!), quando bem empregados nos estudos, é quase inesgotável.

Isso acontece porque os estudantes que usam bem os seus tablets e smartphones têm sempre à mão um instrumento importante para reduzir o esforço e aumentar o rendimento dos seus cursos – os ingredientes básicos da produtividade.

No dia em que começa oficialmente o segundo semestre, acho oportuno tratar da questão aqui, mas eu também tratei do tema recentemente no Efetividade, embora lá falando especificamente sobre smartphones na sala de aula, e já havia observado a dificuldade de esgotar o tema: é fácil exemplificar utilidades para estes aparelhos durante e após as aulas, mas é difícil tentar fazer uma lista completa, até porque ferramentas versáteis têm usos diferentes para cada pessoa.

 

Por que iPad na aula? A Apple explica

Não é porque é difícil fazer uma lista completa que a Apple vai deixar de expor o que pensa a respeito, e ela o fez com estilo: nesta semana foi ao ar um conjunto de páginas no seu site explicando a utilidade dos seus produtos na sala de aula.

E a página dedicada ao uso do iPad na aula não é nada modesta, listando detalhadamente várias utilidades da tela multitoque, da possibilidade de armazenar e consultar informações, da bateria duradoura, da conectividade e da extensa biblioteca de apps úteis para estudantes.

Há até uma página específica listando apps para estudantes, classificadas por função ou por assunto: aprendizado de idiomas, ciências, geografia, artes e mais.

Mas claro que não é só isso: apps do dia-a-dia que se revestem de utilidades especiais na sala de aula, como o calendário de compromissos ou o sistema de anotações interno (embora eu prefira o Evernote) também receberam um capítulo especial.

Um caso à parte é o dos aplicativos típicos de escritório: processador de textos, planilha e apresentações. Há anos (décadas?) eles firmaram seu pé também no terreno dos trabalhos escolares, e o trio de apps do gênero oferecidas pela Apple (Pages, Numbers e Keynote, respectivamente) também está disponível no iPad e para mim já demonstrou sua utilidade na sala de aula mais uma vez – até mesmo para fazer apresentações, com um adaptador para o cabo do projetor.

 

Outras apps campeãs

Claro que entre o que a Apple diz e a utilidade do mundo real ainda há um complemento que não pode ser desprezado: apps populares extremamente úteis no contexto estudantil mas que a empresa acabou optando por não divulgar junto com as suas próprias eleitas.

Sabendo que é impossível fazer uma única lista definitiva, elenquei a seguir algumas das melhores apps iPad para a sala de aula, e convido os leitores a complementá-la nos comentários:

 

Dropbox: Acesso aos seus arquivos compartilhados do computador (ou do celular), via Internet, com opção de visualizar os formatos de documentos mais comuns sem sair do aplicativo.
 

Evernote: sabemos que o Evernote é uma excelente ferramenta para gerenciar anotações e referências (textos, fotos de documentos, etc.) e até já o mencionamos de maneira detalhada em um post anterior. Para quem tem o iPad 2, entretanto, ele tem 2 diferenciais extras na sala de aula: as anotações feitas com a câmera (uma foto do quadro, de uma transparência ou da anotação de um colega, por exemplo) e o novo recurso Evernote Peek, que usa aberturas parciais da Smart Cover para ajudar na hora de estudar, como você vê no vídeo de 30 segundos acima.

 

Instapaper: coleciona e formata para leitura posterior no iPad (mesmo offline, se você não tiver conectividade na aula) as páginas da web que marcamos (no computador) para “ler mais tarde”. Sua funcionalidade, que já mereceu um post específico aqui no BR-Mac, está em vias de ser absorvida pelo iOS na versão 5, mas resta verificar se vão superar o nível de conforto e praticidade que o desenvolvedor original já alcançou.

 

SimpleNotePenultimate: 2 aplicativos de anotações que dão um banho no que vem incluído no iPad: o primeiro é um bloco de notas tradicional, via teclado virtual, mas dá um show de sincronização (com o iPhone, com o computador, com a web), enquanto o segundo faz algo diferente: aproveita a tela grande e a sensibilidade touch para permitir anotações e diagramas a mão livre, ideais para anotar aulas ou reuniões. Veja também a recém-chegada Wacom Bamboo Paper

 

GoodReader: É o meu leitor favorito de PDF no iPad, como já tratei em um post anterior, servindo para acompanhar não só os documentos que os instrutores distribuem aos alunos, mas também a versão digital de revistas, manuais variados, e até para acompanhar walkthroughs de jogos enquanto aceito algum desafio no PS3 e, eventualmente, para acompanhar alguma receita nova perto do fogão.

 

Things: o Things já mereceu um artigo próprio aqui no BR-Mac por ser uma ótima opção para tirar da sua cabeça a necessidade de lembrar e priorizar todas as suas tarefas, obrigações, projetos, referências e contextos, substituindo essa necessidade constante de lembrar e priorizar por uma base de armazenamento mais confiável e um processo que permita a consulta a essa base sempre que chega a hora de escolher as próximas tarefas, garantindo também que os prazos sejam atendidos. Parte de sua funcionalidade está em vias de ser absorvida pelas apps default no iOS 5 e iCloud, mas ainda é cedo para dizer como os produtos irão se comparar. Veja também a mais especializada iStudiez Pro.

 

Estas são as minhas preferidas, mas toda a variedade oferecida na App Store também precisa ser levada em conta -  e você pode começar a conhecê-la melhor em nossa lista de apps essenciais para iPad.

Mas é só o iPad?

Claro que não: outros tablets, smartphones, netbooks e notebooks provam sua utilidade na sala de aula todos os dias, quando bem usados, assim como causam a agonia dos professores e dos demais alunos quando abusados por gente sem noção – nas mãos das quais qualquer ferramenta vira instrumento de perturbação de quem está ao redor e quer estudar.

Mas as ferramentas não têm culpa pelo mau uso, e a sua utilidade não é abalada pela existência das pessoas sem noção nem consideração.

Assim, a Apple não se limitou à página sobre o iPad para estudantes: também tem uma sobre os Macs na sala de aula,  e outra ainda só sobre iPhone e iPod Touch.

Pessoalmente uso bastante estes aparelhos para estudar, e é espantoso o quanto as mesmas utilidades se revestem de formas completamente diferentes na sala de reuniões no trabalho, na sala de aula ou em casa, preparando uma apresentação ou estudando para a prova. Recomendo, e o fato de a Apple estar dando atenção oficial ao assunto com páginas específicas no site em português é algo que vejo com bastante otimismo pelo que ainda está por vir.

 

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