Leitor de código de barras no iPhone - pague boletos no home banking sem digitar

Pagar as contas pelo celular ganha um forte incentivo adicional quando o aparelho se transforma em leitor de código de barras e, pela sua câmera, lê todos aqueles numerozinhos que você teria de digitar para pagar no computador.

O iPhone já faz isso há algum tempo, e o serviço está incorporado às apps de home banking do BB e do Bradesco para iOS, que você pode obter via App Store.

É possível que você use estas apps há um bom tempo e nem saiba desta capacidade extra - não me parece que elas tenham tido a divulgação que mereciam. Mas hoje vamos dar um jeito nisso ;-)

Como ler boletos com código de barra no iPhone

O procedimento de pagamento de boletos com código de barras no iPhone com a app do BB é simples a ponto de merecer um guia visual passo a passo. Vamos a ele, portanto, estrelando uma conta de pagamento suplementar de plano de saúde no valor estratosférico de R$ 12,01 ;-)

A iPhone Vamos ver como fazer, passo por passo:

1 - Acessar a conta do Banco do Brasil pelo iPhone e selecionar "Pagamentos":


 

2 - Selecionar "Leitor de Código de Barras":


 

3 - Seguir as instruções na tela para enquadrar o código de barras com a câmera (nada de sombras, e evite inclinações) - quando perceber que focalizou, toque na tela:


 

4 - Se a leitura não for possível, a tela vai ficar vermelha - repita a operação!


 

5 - Selecione a origem dos fundos: conta corrente ou cartão de crédito. Na tela seguinte, se necessário, preencha abatimentos ou acréscimos de acordo com as instruções do boleto:


 

7 - CONFIRA os dados do pagamento (vencimento, valor, etc.) e confirme a operação com sua senha de 6 dígitos:

8 - Veja a confirmação da transação na tela e comemore por não tido que digitar os 44 a 48 algarismos do código do seu boleto, nem as datas e valores!

Outras alternativas

Não sou correntista do Bradesco, portanto não posso ilustrar seu procedimento - mas julgo que vale a pena pesquisar. Para usuários de outros bancos, o aplicativo genérico "Boleto Scanner", que lê boletos bancários em geral e os "digita" no computador, pode ser uma ajuda também!

Como sempre, todos estão convidados a compartilhar suas próprias soluçãoes via comentários, mas faço um alerta geral: se o aplicativo ou site sugerido se comportarem de forma estranha, ou se não for possível encontrar uma confirmação oficial do seu uso por meio do próprio banco, não prossiga! Procure orientações com o seu gerente antes de fornecer qualquer informação.

10 anos de Mac OS X, parte final: estreia complicada - e ajuste rápido

Na primeira parte desta série vimos o ambiente e a cadeia de decisões que conduziram à decisão de renovar o Mac OS a partir do NeXTSTEP/OPENSTEP, e na segunda parte acompanhamos como foi o período de incubação: mais de 2 anos nos quais a Apple continuou com o Mac OS 9 no mercado, enquanto nos bastidores criava seu sucessor Mac OS X - cujos detalhes gerais foram mantido em segredo do público (e especialmente da Microsoft).

Nesta terceira e última parte da série lembrando do início do Mac OS X para homenagear seus 10 anos recém-completados, veremos como foi o sucesso do anúncio oficial e o atribulado lançamento do primeiro integrante da série atual do Mac OS X - o 10.0 Cheetah, lançado no início de 2001 e logo corrigido com a chegada do 10.1 Puma poucos meses depois. Veremos também uma breve retrospectiva do que veio depois, e um comentário sobre o que o futuro reserva.

Anúncio surpreendente

Boa parte do que foi descrito acima aconteceu em segredo ao longo de 2 anos, com uma equipe de desenvolvimento de software que chegava perto dos mil integrantes.

A informação de que a Apple estava criando um novo sistema operacional para seus computadores era pública, naturalmente, mas detalhes como a criação de uma nova interface visual eram um segredo até mesmo dentro da companhia, exceto para os diretamente envolvidos.

Além de garantir maior repercussão para o lançamento, o segredo tinha uma razão estratégica: Steve Jobs conhecia bem o modus operandi de seus concorrentes, e não queria a Microsoft "se inspirando" na sua interface antes do anúncio oficial.

E o anúncio finalmente ocorreu no início de 2000, no evento Macworld. Hoje corriqueiras, características da nova interface Aqua do Mac na época eram inéditas em sistemas do mesmo porte: transparências, sombras e animações faziam parte dos detalhes visuais do sistema como um todo e tinham suas funcionalidades bem definidas, embora o sistema conseguisse rodar em todos os equipamentos correntes da empresa na época, com processadores G3 e 8MB de memória de vídeo. O vídeo acima mostra o anúncio inicial feito por Steve Jobs, e os aplausos permitem avaliar melhor como foi a recepção.

Como previsto, a novidade atraiu a atenção de usuários, desenvolvedores, concorrentes, imprensa e mercado, e a partir dali começou a forjar uma nova imagem para os softwares da Apple, que conhecemos até hoje.

A chegada ao mercado: Cheetah e Puma (2000)

A chegada aos Macs dos usuários foi gradual. Houve uma versão beta pública ainda em 2000, feita para disseminar o conhecimento sobre a nova versão e para obter valioso feedback dos usuários que permitiu promover diversas alterações na interface Aqua antes do lançamento da versão 1.0 - ou melhor, 10.0 ;-)

Em março de 2001 foi lançado o Mac OS X 10.0 Cheetah (veja o review "vintage" no Ars Technica), primeira versão oficial pública da linhagem, e ainda longe de satisfazer as expectativas de seus usuários.

O Cheetah, que rodava nos iMacs, PowerBooks e Power Macs G3 e G4 da época, era lento e não tinha ainda todos os componentes planejados para o sistema além de padecer do mal dos novos sistemas: ficou disponível antes de seus principais aplicativos estarem prontos. A estabilidade também não era nota 10, mas isso foi corrigido com algumas atualizações nos meses posteriores.

Algumas características típicas do Mac OS X de hoje já estavam lá, entretanto: a Dock (ainda sem os efeitos 3D), o amplo suporte a PDF, o Terminal, a interface Aqua, as APIs Carbon e Cocoa. E conceitos como multitarefa preemptiva e memória protegida faziam também sua estreia no mundo Mac, graças ao XNU/Darwin/BSD ;-)

As limitações do Cheetah levaram ao lançamento do Mac OS X 10.1 Puma em setembro do mesmo ano, na forma de uma atualização gratuita. A qualidade do Puma convenceu a própria Apple: foi a partir dele que o OS X passou a vir como default nas máquinas da empresa.

O Puma melhorou o desempenho e completou as funcionalidades básicas que ficaram ausentes da versão 10.0 lançada 6 meses antes, incluindo suporte mais simples a gravação de CDs e DVDs (no Finder e no iTunes), exibição de DVDs, 3D mais rápido, melhorias no AppleScript e suporte a mais impressoras, câmeras e scanners.

Primeiros 10 anos

A partir das 2 versões lançadas no primeiro ano, outras 5 versões foram lançadas de 2001 até agora: Jaguar, Panther, Tiger, Leopard e Snow Leopard.

Um caso à parte é o iOS (anteriormente iPhone OS), lançado em 2007. Durante seu primeiro ano de existência pública, a Apple o chamava simplesmente de OS X, afirmando simplesmente (inclusive em documentos oficiais) que o iPhone rodava o OS X. Só em 2008 ele passou a ser chamado de iPhone OS, mas o fato de ser integrante da linhagem do Mac OS X permanece evidente.

O sucesso da estratégia traçada a partir da decisão de reconstruir o Mac OS a partir dos produtos da NeXT pode ser aferido pelo sucesso comercial da Apple na última década, e é interessante perceber a evidente participação de elementos open source (como o GCC, o Mach, o WebKit e o CUPS) neste resultado.

Para os próximos meses estão previstos o lançamento do Mac OS X Lion (10.7) e também do iOS 5.0, e teremos a oportunidade de continuar acompanhando como estas tecnologias vão evoluir nos próximos 10 anos!

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10 anos de Mac OS X: Galeria de screenshots das versões - do beta ao Lion

A propósito da série de posts (em andamento) comemorando os 10 anos do Mac OS X pela descrição da sequência de eventos que deu origem ao sistema, o leitor @reinaldo_bh perguntou:

Não sabe onde tem uma galeria com os visuais de todos os OS X lançados? Só consegui pesquisando um a um. No seu post, você colocou os codinomes e datas de lançamentos. Eu, como não lembro, gostaria de ver a evolução visual...

Até existem artigos com a evolução visual completa, mas a ideia me pareceu bem apropriada ao momento - aniversário de 10 anos merece retrospectiva, certo?

Vamos portanto a uma breve retrospectiva da série Mac OS X!

10 anos de Mac OS X: as screenshots

O Mac OS X Public Beta saiu em setembro de 2000, para expor ao público em geral e obter feedback valioso que permitiu vários ajustes antes do lançamento definitivo. Note que vários detalhes da interface Aqua já estão presentes, mas repare no visual diferente do media player e do Finder, e na ausência do efeito 3D na dock.

O Mac OS X 10.0 Cheetah saiu em março de 2001 inaugurando oficialmente a série Mac OS X. Ele teve vida curta. Requeria 128MB de RAM (mais do que o default dos Macs da época...), e introduziu oficialmente programas que até hoje estão presentes, como o Mail, Address Book e TextEdit. Note que o navegador é o IE - o Safari só chegou 2 anos depois.

Resolvendo problemas de desempenho, estabilidade e funcionalidades ausentes da versão 10.0, o Mac OS X 10.1 O Puma saiu em setembro de 2001 trazendo novidades essenciais como o suporte a mais impressoras, scanners e câmeras. Foi a partir dele que os Macs passaram a vir com o OS X instalado por default.

Um ano depois saiu o Mac OS X 10.2 Jaguar, introduzindo os "family packs" de 5 licenças de instalação a preço menor. Entre as suas novidades estavam o Bonjour (zeroconf), suporte a impressoras com os milhares de drivers do CUPS (open source), busca na janela do Finder, suporte a redes Windows, maior desempenho.

O Mac OS X 10.3 Panther saiu em outubro de 2003, abandonou o suporte a alguns Macs mais antigos e inaugurou uma "era moderna" do visual do Mac OS X. Entre suas novidades visíveis estavam as texturas de metal escovado, o Exposé, um Finder renovado, X11 e a chegada do navegador Safari.

Foi com o Mac OS X 10.4 Tiger, lançado em abril de 2005 (ainda para a arquitetura PowerPC) que a Apple conduziu o início de sua transição para a arquitetura Intel, em 2006. Ele também brilhou pelo número de novidades visíveis: Spotlight, Dashboard e Automator surgiram nesta versão, por exemplo.

O Mac OS X 10.5 Leopard foi lançado em outubro de 2007, quando a transição da Apple para a arquitetura Intel já estava consolidada (mas ele ainda suportava a arquitetura PowerPC, complementarmente). Além do novo visual geral que parece familiar aos usuários dos Macs atuais, ele trouxe recursos como o Time Machine e o Spaces, e foi o primeiro sistema operacional descendente do BSD a receber a certificação UNIX 03.

O Mac OS X 10.6 Snow Leopard, lançado em agosto de 2009, é a versão corrente do sistema, e foi a primeira a deixar de suportar a arquitetura PowerPC. Suas mudanças em relação ao Leopard foram mais nos bastidores (para tirar melhor proveito da plataforma renovada) do que nos aspectos mais visíveis ao usuário. Uma das novidades foi o preço baixo: a US$ 29, a Apple vendeu bem mais licenças do que nas versões anteriores.

O Mac OS X 10.7 Lion deve ser lançado nos próximos meses (a promessa é para o inverno de 2011), e o que já se sabe sobre ele foi sintetizado em um post sobre o Lion aqui no BR-Mac!

Sem esquecer da origem

Afinal, antes de haver o Mac OS X, já havia o Mac OS, rodando no Macintosh!

Leia também:

E a terceira parte sai nesta terça ;-)

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10 anos de Mac OS X, parte 2: estratégia em ação

Na primeira parte desta série vimos o ambiente e a cadeia de decisões que conduziram à opção por renovar o Mac OS a partir do NeXTSTEP/OPENSTEP. A seguir veremos como foi o período de incubação: mais de 2 anos nos quais a Apple continuou com o Mac OS 9 no mercado, enquanto nos bastidores criava seu sucessor Mac OS X - cujos detalhes gerais foram mantido em segredo do público, e especialmente da Microsoft.

Os aplicativos fazem o sucesso de uma plataforma desktop

A Apple sabia que os usuários desktop são atraídos e mantidos não só pelas especificações físicas das máquinas e pelas características de seus sistemas operacionais, mas principalmente pela oferta de aplicativos para rodar neles.

É por isso que a empresa (e tantas outras, pois este é um conhecimento compartilhado por todas) investe em oferecer aos desenvolvedores externos condições técnicas atrativas ao desenvolvimento de softwares de boa qualidade, e neste sentido funcionou bem a escolha de uma base UNIX (o XNU, nascido do Darwin) por meio do NeXTSTEP foi uma tacada de mestre, atraindo desenvolvedores com familiaridade com os detalhes do sistema, e de ferramentas de desenvolvimento que estavam à frente da concorrência. E, como se sabe, funcionou: os desenvolvedores logo vieram e não param de chegar.

Nasce uma interface

Mas antes de o NeXTSTEP (via OPENSTEP) se transmutar em Mac OS X, havia mais uma metamorfose no caminho: a interface com o usuário.

Lembre-se que estávamos em meados da década de 1990, em que interfaces modernas da época (como as do Windows 95) ainda se baseavam em ícones de baixa resolução, cantos em ângulo reto e chanfros para todos os lados.

E a princípio, ao contrário do que acabou sendo realizado, a decisão interna da Apple foi simplesmente dedicar um desenvolvedor solitário para fazer a interface do sistema novo ficar parecida com a do Mac OS clássico (que você confere na imagem acima).

Este desenvolvedor chegou a fazer isso por algum tempo, mas felizmente havia outras cabeças mais progressistas na empresa e, quando as ideias de renovação chegaram a Steve Jobs, ele reuniu a equipe responsável pela decisão de continuísmo e deixou bem claro que era para esquecerem a interface antiga e repensarem tudo - o que foi feito, na forma de protótipos (que preservaram várias boas ideias do Mac OS clássico, no final das contas), em 3 semanas.

Claro que as 3 semanas de protótipo foram só para obter o sinal verde. A partir daí, a interface foi desenvolvida durante um ano e meio, com aprovação pessoal por Steve Jobs de cada elemento, por pequeno que fosse: barras de rolagem, menus, botões e assim por diante.

 


O visual do primeiro beta público do Mac OS X, em 2000 

Usando suas atribuições de CEO interino que foi chamado do exílio para salvar a companhia, Jobs cortava e cortava, buscando reduzir ao mínimo a complexidade da interface (o importante não é a janela, mas seu conteúdo!) e tornar mais simples a manipulação e configuração do sistema, incluindo elementos como a Dock, o painel unificado de preferências, e os botões de controle das janelas (fechar, minimizar, etc.) adotando as cores da sinalização de trânsito.

Curiosamente o pequeno episódio (felizmente interrompido a tempo) de tendência ao continuísmo veio em um período em que o design na Apple já estava em franca renovação: aqueles curiosos iMacs com cor de gelatina e formato inspirado em gotas já haviam sido lançados (rodando o Mac OS clássico, claro) há algum tempo. E acabaram servindo de inspiração para a nova interface, que hoje conhecemos como Aqua...

Todo mundo gosta de novidade mas ninguém aprecia mudanças

A Apple sabia que o Mac OS X seria uma novidade para todo mundo: mesmo os desenvolvedores e usuários experts no mundo Mac clássico precisariam reaprender muita coisa, e abandonar várias das práticas a que estavam acostumados - para não falar na necessidade de reescrever aplicativos e utilitários.

A estratégia da Apple para vencer esta natural resistência foi top-down, com uma parceria estratégica que se à epoca parecia surpreendente, hoje chega a ser irônica tendo em vista o relacionamento recente nas plataformas móveis: fez acordo com Microsoft, Adobe e Macromedia para garantir a conversão dos principais aplicativos profissionais do Mac OS clássico para o Mac OS X.

A estratégia funcionou, e a qualidade das ferramentas de desenvolvimento disponíveis ajudaram a convencer os desenvolvedores menores e independentes a embarcar também, mas uma lacuna nos planos acabou levando a própria Apple a se envolver nos aplicativos "de usuário final", como as suítes iLife e iWork - o que talvez tenha gerado a experiência que ajudou a empurrar a empresa na direção de criar o iPhone.

No próximo capítulo

Na primeira parte desta série vimos o ambiente e a cadeia de decisões que conduziram à opção por renovar o Mac OS a partir do NeXTSTEP/OPENSTEP, e agora vimos o que ocorreu durante seu desenvolvimento. O próximo post, nesta terça, será o capítulo final, contando sobre o lançamento do Mac OS X em 2000, incluindo as dificuldades iniciais e a maneira como foram corrigidas com uma segunda versão poucos meses depois.

 

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10 anos de Mac OS X, parte 1 : as origens do sistema

O Mac OS X chegou aos consumidores da Apple em 24 de março de 2001, 10 anos atrás, trazendo um conjunto de novidades que revolucionou o histórico da linha Mac, facilitou a consolidação da migração para processadores Intel e ajudou a pautar as expectativas até mesmo dos usuários de outros sistemas operacionais desde então.

A (relativa) popularização dos Macs no Brasil é bem mais recente do que isso, tendo crescido com os Macs Intel e de carona no sucesso do iPhone.

Isso ajuda a explicar por que muitos entusiastas locais, embora conheçam bem a plataforma, nunca operaram um Mac com sistema operacional anterior ao Leopard (codinome do Mac OS X 10.5, de 2006) - a maioria dos que encontro aderiu ao Mac já na época do Snow Leopard (Mac OS X 10.6, 2009).

Em benefício deles, e de todos que gostam de relembrar, hoje e nos próximos 2 dias publicaremos uma série de 3 posts apresentando os bastidores, as decisões estratégicas e o lançamento das versões iniciais do sistema, em 2001.

De onde viemos

O Mac OS X, que trouxe os bastidores do UNIX para se unir ao "jeito Mac de ser", chegou aos usuários na virada do século.

A partir de um beta lançado em setembro de 2000, chegaram ao público as seguintes versões, todas batizadas em homenagem a grandes felinos:

  • Cheetah (10.0, 2001)
  • Puma (10.1, 2001)
  • Jaguar (10.2, 2002)
  • Panther (10.3, 2003)
  • Tiger (10.4, 2005)
  • Leopard (10.5, 2006)
  • Snow Leopard (10.6, 2009)
  • Lion (10.7, previsto para 2011)

Como se vê, o Mac OS X já iniciou na versão número 10.0, pois sucede a série Mac OS "clássica" (que foi de 1984 a 2001) encerrada pelo Mac OS 9.

Bastidores e preliminares

Naturalmente a história não começa no beta público do ano 2000: antes dele houve alguns anos de desenvolvimento do sistema sob o nome de Rhapsody, partindo do código do OPENSTEP (adquirido quando a Apple comprou a NeXT), portando para ele características que definiam o Mac OS "clássico".

O Rhapsody acabou evoluindo para o produto que foi lançado com o nome de Mac OS X Server 1.0 (1999 - um "tio" do atual Mac OS X), e em seguida seu código sofreu um fork que tomou a forma do Darwin (em 2000), a estrutura open source (contendo código da própria Apple e elementos do NeXTSTEP, BSD e outros projetos abertos) ao redor da qual foi construído o Mac OS X e, mais tarde, o iOS.

Devido à sua herança do OPENSTEP e do BSD, o Mac OS X (a partir da versão 10.5, rodando em Macs Intel) é certificadamente um sistema operacional UNIX, aderindo à versão 3 da Single UNIX specification - ao lado de poucos outros nomes: Solaris 10, HP-UX 11i, AIX 5L e AIX 6.

Um começo antes do começo

Os benefícios que o OS X trouxe à Apple a partir de 2000 hoje são incontestáveis, mas o seu parto não foi fácil: já em 1994 os desenvolvedores da empresa começaram um processo de reescrita do Mac OS clássico, após perceber a instabilidade e outros problemas que a base de código iniciada em 1984 e cada vez mais difícil de manter estava causando aos usuários de Macs daquela década.

Mas não demorou muito até engenheiros e executivos da companhia perceberem que a reescrita era possivelmente inviável, e certamente não era a melhor alternativa - e passarem a planejar a aquisição de uma base externa na qual pudessem incorporar os diferenciais da Apple.

Depois de realizada, a escolha pareceu natural: a Apple adquiriu a NeXT Computer, empresa criada por Steve Jobs em 1985, após sua saída forçada da Apple, empresa que também fundou. Junto com a NeXT veio o NeXTSTEP (e seu sucessor OPENSTEP for Mach), sistema operacional que já incluía boa parte do que a Apple desejava para o futuro do Mac OS:

  • reputação de confiabilidade e estabilidade
  • um kernel Unix open source (o Mach) mais componentes do BSD
  • Uma interface com o usuário refinada e consistente
  • Suporte a conectividade IP de primeira linha
  • A linguagem e runtime Objetive-C
  • Orientação a objetos
  • toolkits e outros recursos de desenvolvimento robustos e reconhecidos

A aquisição perpetuou o legado mas não o nome, portanto esclareço aos que chegaram mais recentemente: a história da NeXT antes da incorporação pela Apple foi curta mais marcante.

Para ficar apenas em um exemplo, o primeiro navegador web foi desenvolvido por Tim Berners-Lee em um NeXTcube, e tirando proveito dos recursos de desenvolvimento e conectividade do NeXTSTEP na época - e boa parte das definições de layout do HTML 1.0 e 2.0 são herdeiras diretas da classe Text do NeXTSTEP.

No próximo capítulo

No próximo post desta série veremos como as decisões estratégicas tomadas pela Apple nos 2 anos que antecederam o lançamento do Mac OS X ajudaram a formar a atual realidade deste sistema (e do iOS), e como houve o risco de tudo ter sido radicalmente diferente - para pior!

 

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iPad 2 no Brasil

O iPad 2 chegou às lojas há poucas semanas nos EUA, e nesta próxima sexta-feira deve chegar a mais 25 países, tanto nos shoppings e lojas físicas quanto na Apple Store de cada um deles.

Por enquanto, comprar um iPad 2 no Brasil só é possível pelas vias indiretas - por exemplo, pode-se comprar o iPad 2 no Brasil via site MercadoLivre, onde encontrei hoje ofertas por até R$ 1800.

Infelizmente a lista de países que receberão o iPad pelos canais oficiais da Apple nesta sexta-feira não inclui o Brasil.

Nem mesmo há uma previsão oficial que nos inclua. O que a Apple adianta sobre os demais países fora da lista dos 25 é apenas que "o iPad 2 chegará a Hong Kong, Coreia, Singapura e países adicionais em abril, e em muitos outros países ao redor do mundo nos meses vindouros".

Animador, não? A empresa também informa que as informações sobre disponibilidade e preços nos demais países serão divulgadas posteriormente. Ah bom.

O histórico não nos é muito favorável quanto a uma data de lançamento rápida: no ano passado, o iPad I chegou às lojas dos EUA em abril, e no Natal ainda era relativamente difícil de encontrar por aqui, a ponto de merecer a curiosa capa da Veja de 8 de dezembro, reproduzida acima.

Com o iPad 2 a minha tendência seria apostar em um calendário similar, talvez antecipando a disponibilidade no Brasil para novembro. Cheguei a estar mais otimista quanto à data, mas as trágicas notícias do Japão, e as análises sobre o impacto delas na disponibilidade de chips e outras matérias-primas e componentes da indústria eletrônica, abalaram minhas expectativas (e, francamente, notícias como essas fazem empalidecer a relevância de questões sobre chegadas de gadgets a países...)

Enquanto isso, a continuidade de uma grande demanda não suprida no varejo dos EUA pelo iPad 2 também joga contra nós.

Por outro lado, o Gizmodo Brasil é bem mais otimista. Para os vizinhos de lá, "(...) a postura tanto da matriz americana quanto da Apple brasileira mudaram recentemente. Então acreditamos que o iPad 2 chega por aqui entre o fim de abril e o início de maio."

Acho que estão errados, mas torço para que estejam certos. E você, qual seu palpite?

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