Path Finder: complemente o Finder do seu Mac e gerencia melhor os arquivos

No post de segunda-feira sobre o comando open, mencionei que "o programa que eu uso como substituto do Finder tem um Terminal integrado, sempre presente na sua janela".

Isto despertou a curiosidade de vários leitores via Twitter, e o leitor Paulo sintetizou a dúvida na forma de uma pergunta nos comentários do post:

Augusto, qual o programa que você usa como substituto ao Finder?

Me pareceu uma pauta interessante, portanto hoje respondo detalhadamente apresentando a minha alternativa para substituir o gerenciador/navegador de arquivos nativo do Mac na maioria das minhas operações.

Ideal de perfeição ou de conformidade?

Quando se trata de interfaces para manipular o sistema de arquivos (copiar, mover, remover, inspecionar e de outras formas operar sobre o conteúdo das pastas do usuário e do sistema), arrisco a dizer que os usuários experientes definem a perfeição pelo grau de aproximação de um dado sistema em relação a um sistema que eles tenham preferido ou dominado no passado.

Assim, no caso do pessoal da velha guarda, há quem compare qualquer ferramenta aos jurássicos Norton Commander ou Xtree Gold. Mais modernamente há usuários que comparam todas as alternativas ao Windows Explorer, ou a seus similares no GNOME ou KDE, ou até mesmo a versões "clássicas" destes programas.

Neste sentido, embora o Finder do Mac OS X seja um primor de interface minimalista e um exemplo de como deixar recursos avançados disponíveis sem expor sua complexidade a um usuário casual, é interessante perceber a quantidade e intensidade de críticas a ele publicada por usuários avançados que se acostumaram em outras ferramentas a encontrar outro grau de disponibilidade dos recursos que valorizam na hora de manipular arquivos e pastas.

Entra em cena o Path Finder

É assim que muitos acabam optando por ferramentas alternativas, e acabou sendo o meu caso com o Path Finder, da Cocoa Tech.

Trata-se de um aplicativo independente que reproduz o visual e comportamento básicos do Finder, mas acrescenta itens e recursos (muitos deles opcionais) que me ajudam a ser mais produtivo.

E os recursos originais do Finder (incluindo comodidades como a visualização Coverflow, o QuickLook e o painel lateral) permanecem lá, funcionando como se estivessem no próprio Finder original.

Entre os recursos e interfaces modificadas que eu valorizo, estão:

Interface com 2 paineis: como os usuários do Norton Commander no DOS já sabiam na década de 1980, operações que envolvem mover ou copiar múltiplos arquivos salteados entre múltiplos diretórios de origem e 1 de destino (ou vice-versa) podem ficar mais simples quando a pasta "fixa" (seja de origem ou de destino) fica permanentemente aberta e você alterna as demais pastas na mesma interface, sem janelas que se sobrepõe ou ficam ocultas por outras no meio do caminho, bem quando você precisa delas.

Pilha temporária: a "drop stack" é equivalente a uma pasta temporária virtual para a qual você pode ir arrastando múltiplos arquivos de origens variadas sobre os quais quer operar, e depois completar a operação de uma só vez para todos eles.

Abas e favoritos: hoje em dia este recurso parece tão básico e tão essencial, que não poderia ficar de fora.

Ordenação: é possível colocar as pastas no início das listas ordenadas, sem ter de se resignar a deixxá-las misturadas com os arquivos.

Módulos: o Path Finder tem um conjunto de módulos com funcionalidades especiais, que podem ser expostos quando necessário, ou ficar permanentemente integrados na sua interface. A lista inclui itens como Atributos, iTunes, Preview, Cover Flow, documentos recentes e até especialidades como Subversion e visualização hexadecimal.

Terminal embutido: é um caso especial dos módulos, mas para mim significa muito mais: um mini Terminal fica (opcionalmente) sempre exposto num cantinho da janela do Path Finder, para quando a interface gráfica não é a forma mais conveniente de executar alguma operação repetitiva, por exemplo.

Path navigator: uma forma simples de retroceder (e voltar a avançar) na hierarquia de pastas, e de visualizar rapidamente o path completo da pasta que está sendo exibida.

Gavetas: recurso de interface presente em vários aplicativos do Mac OS X, as gavetas se expandem a partir das laterais ou da base da janela do Path Finder, e em cada uma delas você pode manter um dos Módulos mencionados acima, que ficará sempre ativo, mas só se tornará visível quando você abrir a gaveta - como na imagem acima, em que movi a barra lateral do finder para a gaveta esquerda, e coloquei o Terminal na gaveta inferior.

Controles na barra inferior: além de informações sobre a pasta que estiver aberta (número e tamanho dos itens selecionados, espaço ocupado e livre), a barra inferior tem sempre visíveis 6 controles importantíssimos, que ativam e desativam a qualquer momento a barra lateral, os módulos exibidos dentro da janela, a interface em 2 paineis, e as 3 gavetas.

Um vídeo para você entender melhor

Assistir ao vídeo abaixo resumindo os principais recursos do Path Finder pode ser uma boa forma de empregar 8 minutos do seu tempo, se isso for ajudar você a optar por adotar uma ferramenta que pode representar grande ganho de produtividade:

A locução robotizada com sotaque britânico não ajuda muito, entretanto ;-)

Outras possibilidades

Substituir o Finder por uma outra ferramenta mais adequada às suas expectativas é positivo, e para mim o Path Finder (que pode ser testado gratuitamente por 30 dias) é a ferramenta certa.

Vale lembrar, entretanto, que pode ser muito útil também aprender a usar bem o Finder, para os casos em que você precisar um Mac em que uma alternativa não esteja imediatamente disponível - vou continuar apresentando posts esporádicos falando sobre os recursos do Finder, naturalmente.

E como existem muitas outras alternativas que expandem ou substituem o uso do Finder no Mac (até o mc, clone do Norton Commander, está disponível via Rudix), eu gostaria de saber dos leitores quais as suas preferidas, e as razões que levaram a esta escolha. Agora a bola está com vocês!

Comando open: unindo o melhor de 2 mundos no Terminal do Mac

Quem chega ao Mac OS X vindo de um histórico com o Linux, algum BSD ou mesmo outro Unix frequentemente está acostumado a tirar proveito da interface via Terminal que, por meio de comandos estruturados e razoavelmente uniformes entre os múltiplos sistemas operacionais que implementam uma shell POSIX, permite manipular os objetos gerenciados pelo sistema de maneiras que muitas vezes não estão disponíveis por meio de sua interface gráfica.

Muitos deles são extremos em sua preferência, a ponto de rejeitar as interações baseadas em interface gráfica. Outros ficam em variados pontos no meio do caminho, por exemplo:

  1. preferir a interface gráfica, mas usam o Terminal para um pequeno conjunto de tarefas em que o reconhecem como a ferramenta mais adequada;
  2. usar o Terminal como um elemento a mais do seu sistema, alternando rotineiramente entre o uso da linha de comandos e a manipulação de ícones, menus, Dock, Finder e outros elementos gráficos;
  3. preferir o terminal, mas se resignar ao uso dos elementos gráficos da interface quando absolutamente necessário.

Existem outras variações, incluindo o uso de utilitários que levam a interação via comandos de teclado para parte das tarefas desempenhadas pela interface gráfica também.

Entra em cena o comando open

O meu caso é o de número 2 na lista acima: a cada momento tenho diversos Terminais abertos na interface gráfica, e complemento cada um dos 2 modos pelo uso do outro - até mesmo o programa que eu uso como substituto do Finder tem um Terminal integrado, sempre presente na sua janela.

Existem várias maneiras de chamar aplicativos gráficos via Terminal, sendo que algumas delas chegam a surpreender - como o comando "edit", que é instalado como parte do TextWrangler e permite executá-lo diretamente de um Terminal, chamando-o quase como se estivesse executando o vim, ou o nano: digito edit post-comando-open.txt e ele abre o rascunho deste post - com uma integração que funciona exatamente como usuários experientes da interface shell estão acostumados, mas os neófitos do Terminal muitas vezes demoram a dominar.

E o comando open funciona na mesma linha, mas tem um diferencial: já vem instalado com o seu Mac, não depende de você ter instalado o TextWrangler ou outro pacote qualquer.

E o open é versátil, pois permite abrir vários tipos de objetos. Por exemplo:

  • open texto.txt (vai abrir o arquivo texto.txt no seu editor default)
  • open texto.doc (vai abrir o arquivo texto.doc no seu editor de documentos default)
  • open imagens/figura.jpg (vai abrir o arquivo imagens/figura.jpg no Preview ou no seu editor default)
  • open relato.pdf (vai abrir o relato.pdf no Preview ou no visualizador default)
  • open http://br-mac.org/ (vai abrir o BR-Mac no seu navegador default)

Percebeu um padrão? Sempre que é chamado acompanhado apenas de um nome de arquivo, pasta ou URL, o open executa a ação que seria tomada se o usuário tivesse dado um duplo clique neste mesmo objeto usando a interface gráfica, abrindo-o da maneira default aplicável.

Caso especial: open .

Embora este caso não tenha nada de especial quanto à sua sintaxe, ele é bastante útil devido ao seu uso: graças à maneira como o sistema de arquivos e a shell trabalham, digitar open . (ou seja: a palavra open seguida de um espaço e de um ponto final) pode ser entendido como a ordem: "Abra no Finder a pasta corrente deste Terminal".

Assim, sempre que você quiser atuar graficamente no conteúdo do diretório corrente da sua shell, basta digitar open . e visualizar ou manipular as pastas como desejar.

Parâmetros adicionais do open

Quando chamado acompanhado apenas do nome de um arquivo ou outro objeto, o comando open faz o básico: age como se você tivesse dado um duplo clique no objeto mencionado.

Mas ele tem bem mais truques na manga, como nos exemplos a seguir:

  • open -a /Applications/Preview.app cardapio.pdf (abre o arquivo PDF no Preview mesmo que o visualizador default seja outro)
  • open -e script.sh (abre o script.sh no TextEdit, mesmo que a ação padrão fosse executá-lo, ou que houvesse outro editor definido)
  • open -t script.sh (abre o script.sh em seu editor default, mesmo que a ação padrão fosse executá-lo)
  • ls -l | open -f (manda a saída de um comando para um arquivo no /tmp, e abre este arquivo no editor default)

Estes são apenas alguns dos que uso mais frequentemente, mas o open tem bem mais parâmetros úteis - incluindo alguns que vão interessar especialmente aos desenvolvedores. Use man open para conhecê-los!

O comando open chegou ao Mac OS X por meio do NextSTEP. Implementações de ambientes gráficos Open Source recentes também incluem similares (o GNOME tem o gnome-open, KDE tem kde-open, e há ainda o xdg-open, parte do xdg-utils), que podem ser úteis (diretamente ou via um alias criativo) aos usuários de shell em outros sistemas operacionais ;-)

Melhores apps: revista Tap! agora também na web

No post em que abordei pela primeira vez a questão das melhores apps para iPhone, ainda nos primeiros dias de atividade do BR-Mac.org, incluí uma dica extra que dizia:

Para quem já instalou os aplicativos essenciais e quer avançar, a minha fonte preferida de listas de apps legais agora é a caloura revista Tap, mesmo sendo tão incongruente ler uma revista em papel sobre esses sistemas tão digitais.

E convenhamos: ler uma revista em papel sobre aplicativos para celular parece mesmo incongruente, embora seja uma incongruência que eu pratique regularmente ;-)

Desde aquela ocasião, acabei descobrindo que as edições da Tap! podem ser lidas no próprio iPhone e iPad (ou no navegador do micro), pois estão disponíveis no Zinio, uma app especializada na leitura de edições digitais de revistas.

E agora chegou uma notícia que complementa muito bem a edição digital: agora o site da Tap! passou a ter conteúdo atualizado e grátis sobre os temas da revista (apps e acessórios de iPhone e iPad), incluindo um ranking de apps, outro de games, app da semana, chamada para o conteúdo da edição corrente e muito mais. Tem até um blog (coisa que toda revista deveria ter...)

Já sou leitor da revista, mas certamente vou acompanhar também o site da Tap!, e recomendo!

PopCap e Capcom: Jogos para iPad e iPhone com desconto

E parece que esta é mesmo a semana das ofertas de apps a preços reduzidos - mas quando a oferta é acompanhada de uma doação integral para as vítimas de uma catástrofe como a do Japão, como a PopCap e a Capcom estão fazendo, vale duplamente a pena contribuir para a divulgação.

A PopCap, rainha dos jogos casuais e dona de títulos campeões no iPhone e iPad, como Bejeweled 2 e Plants vs. Zombies HD, enviou hoje uma nota informando que neste sábado e domingo vai baixar os preços dos seus jogos para iPhone e iPad em uma promoção especial, e doar para as vítimas da catástrofe no Japão (via Cruz Vermelha) 100% do seu faturamento com a promoção.

Um dos carros-chefe da empresa, o genial jogo Plants vs. Zombies (para iPhone e iPad) já esteve no primeiro lugar do ranking de vendas no Japão, e a PopCap também abriu recentemente um escritório em Tóquio, portanto percebe como apropriada esta iniciativa em um momento em que grande número de pessoas depende de ajuda para ter seus alimentos, abrigo e atendimento médico.

Sábado e domingo, portanto, todos os jogos da PopCap para iPhone sairão por US$ 0,99 cada, e os 2 títulos para iPad saem por US$ 1,99 cada - e a PopCap doará 100% do que receber.

A japonesa Capcom também divulgou, no início da semana, uma série de medidas voltadas ao apoio às vítimas do terremoto e tsunami, incluindo uma doação polpuda, medidas de redução do consumo de energia, ofertas de jogos e outras distrações para o público das áreas afetadas que ainda contar com conectividade, e uma promoção similar à da PopCap, de jogo com desconto e faturamento integralmente revertido às vítimas da catástrofe.

O jogo que a Capcom está oferecendo a US$ 0,99 (também por tempo limitado) é o Street Fighter IV para iPhone, que traz 14 personagens da série Street Fighter em 11 ambientes diferentes, permite lutas contra outros usuários (via Bluetooth) e inclui um dojo para ensinar as manhas do jogo para quem não viveu a era de ouro da série.

Uma nota sobre jogos para iPhone e iPad no Brasil

Infelizmente é complicado baixar jogos para iPhone no Brasil. Os desenvolvedores de jogos para iOS encontram um impasse jurídico na hora de publicá-los na App Store aqui do Brasil - e é esse o porquê de não termos vários jogos populares na loja brasileira do iTunes.

Alguns desenvolvedores “resolvem” dizendo que seu software não é jogo, e sim entretenimento. Outros simplesmente procuram as App Stores de outros países para oferecer seus produtos, e nos ignoram - assim você talvez não encontre na App Store os jogos acima.

Uma solução comum para os usuários que querem escapar dessa restrição é pesquisar como fazer para abrir uma conta na app store da Argentina, que aceita cartões de crédito brasileiros (internacionais, claro). Mas quem recorre a isso geralmente comete uma irregularidade, porque tem que colocar um endereço postal de lá.

Aplicativos multimídia para Mac: Open Source

A abertura e a transparência do desenvolvimento open source produz softwares de qualidade nas mais variadas plataformas, o que não é de se surpreender, já que a missão da iniciativa open source é oferecer melhor qualidade, maior confiabilidade, mais flexibilidade, menor custo e um fim às restrições predatórias praticadas por distribuidores.

Existe grande quantidade de aplicativos open source disponíveis (geralmente de forma gratuita) para instalação no seu MacBook, iMac ou Mac Mini. Muitos deles ocupam posições de destaque em seus respectivos campos, mas outros são relativamente desconhecidos, apesar de serem excelentes soluções.

Alguns deles só existem em versões para Mac, mas a maioria está disponível para diversas plataformas contemporâneas.

A partir de hoje iniciamos uma série de posts, com periodicidade indefinida, que vai dar destaque a algumas apps em código aberto que não devem faltar no seu Mac. Neste primeiro post nosso foco serão os aplicativos multimídia, e veremos:

  • Perian: similar a um "CODEC Pack" do mundo Windows, mas open source e voltado ao QuickTime do Mac.
  • XBMC: transforma o Mac em um ótimo media center e organizador de coleção de vídeos
  • VLC: a chave universal da exibição e conversão de vídeos
  • HandBrake: um conversor de formatos e mídias: do DVD para o Mac, entre formatos, e o que mais precisar.

Vamos a eles!

Perian: expandindo a mente do QuickTime

O QuickTime, aplicativo oficial da Apple para exibir vídeos no Mac, vem com suporte a um número limitadíssimo de formatos de vídeo, razão pela qual muitos usuários rapidamente o deixam de lado e o substituem por outros aplicativos mais versáteis, como o VLC (que veremos a seguir).

Mas usar o player nativo da plataforma tem algumas vantagens - por exemplo, na hora da integração com outros aplicativos. Aí há 3 soluções possíveis: só usar os formatos suportados pela Apple, converter sua coleção de vídeos para estes formatos, ou fazer o QuickTime suportar formatos adicionais.

E esta terceira via é justamente a que o Perian domina com maestria: ele é um componente open source para o QuickTime, que se integra ao Mac OS X na forma de um painel adicional das Preferências do Sistema e, quando ativado, faz com que o QuickTime trate com naturalidade (exatamente como se fossem nativos!) os formatos que ele opta por não suportar por dafault, como:

  • as diversas variações de arquivos AVI, DIVx, FLV, MKV, GVI, VFW, ...
  • vídeos MS-MPEG4, DivX, 3ivx, H.264, Sorenson, H.263, MPEG 1 e 2, ...
  • áudio WMA, Vorbis, MPEG, DTS, ...
  • Suporte a AVI com AAC, áudio AC3, H.264, MPEG 4, ...
  • Legendas SRT SAMI, SSA/ASS

A instalação é simples e, quando concluída, ativa um ícone específico para o Perian no seu painel de Preferências do Sistema. No QuickTime em si não há mudança visível, exceto o fato de que ele passará a exibir arquivos que antes informava não suportar ;-)

O Perian é um software open source (licença LGPL), e inclui códigos de vários outros projetos fundamentais para o suporte a multimídia em código aberto, como o ffmpeg, MatroskaQT e mais. Ele também é incluído em alguns outros projetos, como a versão Mac do Miro e o Airfoil.

XBMC: transformando o Mac em Media Center

Todo Mac recente já vem com o Front Row, um aplicativo (que você ativa digitando ⌘+ESC) para ser usado na sala de TV e facilitar o acesso à biblioteca de vídeos do seu iTunes e mais alguns outros conteúdos que a Apple selecionou para você.

Mas além da sua interface ser um pouco limitada (ou intencionalmente espartana, dependendo de a quem você perguntar), ele é bastante restrito quanto às fontes dos conteúdos que pode exibir - ou você coloca todos os seus arquivos no iTunes, ou terá que achar outra forma de exibi-los.

E a "outra forma de exibi-los" que eu prefiro é o XBMC, uma solução completa que serve tanto como aplicativo para usar na tela do seu Mac quanto para ser a base de uma central de entretenimento digital que funciona bem em toda a linha - inclusive nos Mac Minis, que agora vêm com saída HDMI nativa e são bem fáceis de instalar perto da maior TV da casa ;-)

O premiado XBMC está em atividade desde 2003, e hoje tem versões para Mac, Linux e Windows. Ele exibe praticamente todos os formatos populares de áudio e vídeo (inclusive com as legendas!), funciona com arquivos locais (do seu HD, discos removíveis, pen drives, etc.) quanto via streaming. E tem tantas funcionalidades extras que nem dá de pensar em fazer uma lista delas aqui!

Um ponto em que o XBMC brilha é a possibilidade de criar bibliotecas de conteúdo multimídia, agrupando filmes, episódios de seriados, músicas, etc. e até mesmo obtendo via Internet as ilustrações das capas, textos descritivos de filmes (como o da tela acima) e episódios e mais - perfeito para videófilos, ainda que às vezes não seja tão fácil colocar este recurso em uso.

Geralmente eu uso o XBMC ligado à TV por um adaptador HDMI para o
conector Mini DisplayPort dp meu MacBook, às vezes até mesmo fazendo uso
do luxuoso Apple Remote (primeira geração, aquele que parecia um iPod)
que acompanhou o meu primeiro Mac Mini, há alguns anos ;-)

VLC: tudo e mais um pouco

O VLC é de tudo um pouco: ele é player de vídeo e áudio, faz e recebe streaming, converte formatos multimídia, e muito mais.

Por ser tão versátil, ele não pode faltar em nenhum computador - pois ainda que possa não ser o seu aplicativo preferido, ele geralmente será um excelente estepe para quando o preferido não conseguir entender algum formato ou completar alguma tarefa.

Mas não é impossível que ele acabe sendo o seu preferido, também: é simples, é rápido, é extensível, suporta a maioria dos formatos e mídias conhecidos pela humanidade, e tem mais um caminhão de outras vantagens.

Além disso tudo, ele é open source, e está disponível para Mac em versões estáveis e frequentemente atualizadas. E nunca está ausente em nenhum computador que eu use!

HandBrake

O HandBrake resolve uma demanda comum nestes tempos em que queremos ter cópias de nossos vídeos funcionando perfeitamente tanto na TV de mais de 1m de diagonal quanto na telinha do celular - para não falar na salada de restrições de formatos que precisamos encarar para colocar nossos vídeos para funcionar em aparelhos com restrições como o PS3, o PSP, vários tablets e smartphones.

E ele resolve com categoria, oferecendo uma interface tão simples quanto possível para um aplicativo que permite ter controle sobre os detalhes de uma tarefa com tanta possibilidade de variação.

Eu uso para converter DVDs para assistir seriados no iPad em longas viagens, para fazer versões reduzidas (em resolução ou em tamanho de arquivo) de vídeos dependendo das necessidades de cada momento, e para converter os formatos para atender aos mais variados aparelhos e players dos amigos, conhecidos e familiares que não conseguem fazer com que o vídeo filmado na câmera apareça no videogame, no celular ou na TV que tem suporte a pendrive.

Como dizem os autores do HandBrake, uma função dos bons softwares é fazer parecer simples o que é complexo, e eles buscam fazer isso sem varrer a complexidade para baixo do tapete.

Versões anteriores do HandBrake tinham suporte a gerar vídeos em uma variedade maior de formatos, mas felizmente os players estão se consolidando, e agora o aplicativo só precisa se preocupar com gerar arquivos MP4 e MKV, contendo vídeos MPEG-4, H.264 ou Theora.

Quando os formatos e dispositivos suportam, o HandBrake sabe lidar com seleção e marcação de capítulos, inclusão de legenda, alguns efeitos essenciais de qualidade da imagem, e mais. Ele também tem uma variedade de configurações pré-prontas (presets) para os formatos de saída: iPod, iPhone, Apple TV, Clássico e o meu preferido, singelamente batizado de "Normal".

Existem outros aplicativos de conversão de vídeo, mas este é o meu preferido há anos, e vem ficando melhor com a maturidade. Recomendo fortemente!

Nos próximos capítulos...

A variedade de aplicativos open source para Mac é grande, e muitos merecem ser destacados por aqui. Nos próximos posts da série, veremos os destaques em outras áreas, e conto desde já com suas sugestões!

Aplicativos para Mac com descontão (vários, e por tempo limitado!)

Que tal comprar um pacotão de apps legais para seu Mac, com grande desconto?

Este tipo de promoção (os chamados "bundles" ou "heists"), sempre por tempo limitado, são comuns no mundo Mac e permitem a quem estiver atento renovar o acervo de aplicativos do seu Mac pagando bem menos do que o preço de tabela.

O mecanismo é simples: a oferta é de um pacote fechado de aplicativos, geralmente cerca de 10, incluindo 1 ou 2 carros-chefe ou âncoras, e um complemento de aplicativos lançados já há algum tempo ou que tenham apelo só com segmentos bem específicos.

Como o desconto em relação ao preço de tabela é real (é fácil comparar com os preços de cada pacote individualmente na Mac App Store, por exemplo) e geralmente bem grande, na prática você acaba pagando pelo conjunto completo bem menos do que pagaria pela soma dos 2 ou 3 aplicativos do pacote que realmente deseja, e ganha os outros "de brinde" - embora muitas vezes acabe encontrando utilidade para eles também!

É uma situação ganha-ganha: os desenvolvedores ganham publicidade e um pico de vendas que, apesar do descontão, acaba gerando lucro devido ao modelo de precificação típico de aplicativos desenvolvidos por empresas pequenas. O distribuidor (responsável por organizar o Bundle) ganha no volume, e o usuário ganha pelo preço reduzido e a oportunidade da aquisição.

No momento temos duas oportunidades deste tipo em aberto, e uma delas se encerra já no início da próxima semana - portanto, informe-se e avalie a tempo, para não perder a oportunidade!

O Mac SuperBundle

O Mac SuperBundle está agendado para durar até a próxima segunda-feira, e é uma oferta razoável: US$ 49 por licenças de 9 aplicativos potencialmente interessantes.

Entre os aplicativos incluídos no pacotão de US$ 49 do Mac SuperBundle estão:

TechTool Pro 6: um aplicativo que me lembra a série Norton, conhecida de quem usou PCs nos anos 80 e início dos 90. Diagnósticos de hardware e do sistema, procedimentos de reparo, e tudo aquilo que a maioria dos usuários prefere nunca ter de fazer, mas que quem tem bits e bytes correndo nas veia gosta de inspecionar e conhecer (preço de tabela: US$ 99).

Hallmark Card Studio Essentials: aplicativo de criação de cartões de comemoração, baseado nos modelos da Hallmark (mais de 1500) mas permitindo mudar mensagens, fontes, imagens, cores, etc. (US$ 24,99 na Mac App Store)

Xilisoft Video Converter: um conversor de formatos de vídeo e áudio, facilitando converter seus arquivos multimídia para os formatos exigidos pelo seu iPod, iPhone, PSP, PS3, Xbox, celular, MP4 player, Android, iPad e mais (US$ 59,95 na tabela)

Marine Aquarium 3.0: o screensaver "da moda" há alguns anos, transformando seu monitor em um simulador de aquário marinho em 3D. Já deixou de ser moda, mas continua bonito! (US$ 19,95 na tabela)

Picturesque: um editor de fotos fácil de usar, especialista em efeitos como reflexões, perspectivas, sombras, etc. (US$ 29,95 na tabela)

iPhone Ringtone Maker: segundo o site do SuperBundle, este aplicativo está disponível apenas nos primeiros dias da promoção. É um facilitador para o processo de criar ringtone para o iPhone a partir de arquivos MP3, cuja forma manual e mais complexa já vimos em um artigo anterior. (na tabela: US$ 15,95)

E os outros 3 são: Moneywell Personal Finance, Binary Software Home Inventory, Font Explosion 500 Font Collection.

Que tal? Eu já comprei o meu Mac SuperBundle, paguei via PayPal (poderia ter sido via cartão de crédito), recebi o e-mail com os links de download e os códigos de licença, e me diverti com o TechTool Pro. Estou curioso para experimentar o Video Converter (pois já sou usuário satisfeito de um concorrente open source, o HandBrake) e o Picturesque. O Marine Aquarium eu já instalei e estou esperando o gato da casa aparecer por aqui pra ver se os peixinhos 3D o convencem.

E o TheMacBundles?

Tem outra promoção similar em andamento no TheMacBundles, e essa ainda dura mais alguns dias (mais 17 dias, para ser preciso) e tem um preço um pouco mais baixo: US$ 39,95 pelo pacote de 10 aplicativos.

Só que não são os mesmos aplicativos - na verdade, nenhum deles se repete. Entre os 10 do TheMacBundles, encontramos:

Chronicle: um gerenciador pessoal de contas a pagar. (tabela: US$ 14,95)

CuteClips 3: um gerenciador e extensor da funcionalidade da clipboard do Mac. (tabela: $15)

CrossOver Mac: camada de compatibilidade que permite instalar e rodar diversos aplicativos feitos para Windows. (tabela: US$ 39,95)

Os outros títulos desta segunda oferta são: Caboodle, Crossover Games, Debtinator, DiskTracker, PrimeFiles, Punakea, WebPrint Plus.

Eu achei a seleção deste pacote meio fraquinha (excesso de aplicativos de bancos de dados pessoais que não me interessam), mas existe um recurso interessante que pode compensar: em conexão com a mesma promoção, você pode montar seu próprio pacote de 5 ou de 10 (outros) aplicativos na BYOB Store, escolhendo entre dezenas de títulos.

Montando seu próprio pacotão o desconto não será tão grande como no pacote padronizado do TheMacBundle, mas ainda assim pode compensar. Os links para a a montagem dos pacotes personalizados constam na própria página do TheMacBundles e recomendo olhar com calma e comparar com os preços oferecidos na Mac App Store (quando for o caso) e no site dos desenvolvedores de cada aplicativo!

Não perca o bondebundle

Como são por prazo limitado, este não é o tipo de promoção cuja análise deva ficar para depois.

Eu já comprei meu Mac SuperBundle e, embora não tenha apreciado a seleção de aplicativos que vem por default no seu concorrente TheMacBundles, gostei bastante da sua alternativa de montar um bundle alternativo (com desconto menor), e já estou com ela aberta aqui na aba ao lado para não deixar o prazo expirar!

E uma dica: ao completar a compra, faça o download de todos os aplicativos adquiridos (mesmo os que no momento não o interessarem), e grave seus instaladores, juntamente com um PDF do e-mail que informa os códigos de licença, em uma pasta específica (e com backup), pois se você precisar deles no futuro, é possível que o download já não mais esteja disponível, e que o seu código de licença não sirva para outras versões!

Atualização: O Paulo Vieira e o @dino_bsb avisam da promoção do MacUpdate, nos mesmos moldes, com aplicativos interessantes (Parallels Desktop, Divvy, Mac DVDRipper, Civilization IV, ...) e que ainda vai durar mais 2 semanas!

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