Evernote importando automaticamente os arquivos de uma pasta no Mac: como fazer

É possível replicar no Mac o recurso existente no Evernote para Windows que permite definir uma pasta do computador para que todos os arquivos nela gravados sejam automaticamente importados pelo Evernote.

A implementação a seguir define uma sequência de comandos de importação do Evernote e a associa a uma pasta qualquer à sua escolha, de modo a enviar automaticamente para o Evernote tudo o que for criado ou movido para ela, fazendo uso (leve) de AppleScript, e do recurso Ações de Pasta (Folder Actions) do OS X.

Após criar a pasta com importação automática, você pode usá-la como o destino default de gravação do aplicativo do scanner, por exemplo (caso ele não sincronize automaticamente com o Evernote, como o PDFscanner faz), ou para importar fotos, guardar screenshots, arquivos de texto, impressões exportadas em PDF ou o que for que você gere ou importe no seu Mac e gostaria de enviar ao Evernote sem ter de olhar para o app no processo.

Verificando a pasta de scripts

O primeiro passo é verificar se o seu usuário já tem uma pasta chamada Library/Scripts/Folder Action Scripts, que é onde será armazenado o nosso script (e NÃO É nesta pasta que você terá que armazenar seus arquivos para importação automática).

Existem muitas formas de fazê-lo, mas a que eu prefiro é no utilitário Terminal, digitando:

cd; ls -d "Library/Scripts/Folder Action Scripts"

Caso apareça o erro "No such file or directory", aproveite a mesma sessão do Terminal para criar a pasta, com o seguinte comando:

cd; mkdir -p "Library/Scripts/Folder Action Scripts"

O comando acima, se bem-sucedido, não exibe mensagem alguma. Para ter certeza de que funcionou, repita o comando anterior, que agora não deve exibir mensagem de erro, e sim o nome da pasta.

Para facilitar o próximo passo, sugiro certificar-se de que a pasta Library do seu usuário está visível, por meio do seguinte comando:

chflags nohidden ~/Library/

Criando o script

Agora que já temos a pasta de scripts, é hora de criar o script que será armazenado dentro dela.

Se você é usuário avançado de Mac e ainda não conhece o Applescript, nunca é tarde para começar, mas não será hoje que veremos detalhes sobre ele: a ideia é apenas mostrar como criar um script básico de importação automática para o Evernote.

Abra o utilitário Editor AppleScript e crie nele um novo arquivo, contendo o texto deste link. Salve-o, com o nome de evernote-autoimport, na pasta Library/Scripts/Folder Action Scripts (se o seu OS X estiver em português, ela aparecerá como Biblioteca/Scripts/Folder Action Scripts).

Após salvar, o Editor AppleScript reconhecerá a sintaxe do arquivo e o mostrará colorido, como na imagem acima. Se desejar, edite as linhas que definem as variáveis MyNotebook e MyTag para usar o nome do bloco de anotações e a tag do Evernote que deseja usar para todos os arquivos que forem importados automaticamente, e salve novamente.

Associando o script a uma pasta

A pasta em que você vai gravar os arquivos que deseja sincronizar automaticamente pode ser qualquer uma do disco do seu Mac: pode ser uma pasta no desktop, ou dentro da pasta do Dropbox (para poder sincronizar de uma vez só com o Dropbox e o Evernote!), ou no local que fizer mais sentido para você.

Para nosso exemplo, vou assumir que você criou uma pasta chamada Evernote diretamente na sua pasta pessoal, como a do exemplo acima.

Após criar a pasta, clique nela com o botão direito do mouse (ou dê control+clique) e selecione a opção de menu "Configuração das Ações de Pasta" (que, dependendo do seu Mac, pode também estar em um submenu chamado "Serviços").

Vai aparecer um menu como o da tela acima, onde você deve selecionar o seu script evernote-autoimport, pressionar "Anexar", e depois certificar-se de que está ligada a opção "Ativar ações de pasta".

Usando a pasta

Agora é só usar a pasta normalmente – se desejar, você pode até mesmo criar um atalho para ela no desktop, ou na Dock, ou no Dropzone, por exemplo.

Sempre que você criar um arquivo nesta pasta, ou mover/copiar algo para ela, e este arquivo for suportado pelo Evernote, ele será automaticamente importado pelo app, que vai inseri-lo num bloco de notas chamado Autoimport e marcá-lo com a tag Autoimport (ou outra de sua preferência, se você editar o meu script).

Aí, quando for o momento de organizar no Evernote (que nem sempre é no momento de armazenar), tudo o que foi importado automaticamente estará em um mesmo bloco, e você poderá mover os conteúdos para os locais e rótulos adequados, acrescentando a eles os detalhes que transformam cada arquivo em uma verdadeira anotação.

Caso você encontre problemas com o procedimento ou o script (que para mim funcionou bem, mas possivelmente pode precisar de alguma adaptação para você), pode ser uma boa oportunidade para motivar-se a conhecer mais detalhes sobre o Applescript ou as ações de pasta, com ajuda da documentação ou de algum amigo que já domine estes recursos. Caso queira saber mais sobre o suporte do Evernote a AppleScript, esta lista de exemplos pode ajudar bastante.

Bom proveito e boas anotações automáticas!

Python no iPad e iPhone: Python 3.2, Python 2.7 e Pythonista

Você sabia que pode programar em Python diretamente no iPad e iPhone, e executar normalmente os programas que criar? Os ambientes de desenvolvimento para Python no iOS vêm com editor de código, ambiente de execução e acesso a vários recursos da linguagem.

Não sou programador Python, mas este fascinante artigo do Federico Viticci no MacStories me deixou (mais uma vez) interessado em acrescentar esta linguagem ao meu currículo.

No artigo, Federico explica (longamente, como é seu estilo) o potencial e a utilidade prática para ele do Pythonista, ambiente de desenvolvimento e execução do Python para iPhone e iPad com editor completo (incluindo extensão do teclado), documentação, boa parte da biblioteca padrão e mais alguns módulos específicos para gráficos e som, e mais.

As limitações do iOS quanto a importar código de outras origens para executar em um app e quanto a trocar dados entre apps são os maiores obstáculos, mas não impediram o desenvolvimento de uma série de scripts e rotinas no Pythonista, que Federico usa na prática para publicar seus textos, e que cumprem tarefas como:

  • Converter Markdown para HTML para publicar no WordPress
  • Criar uma nova imagem automaticamente a partir da composição de 2 outras
  • Converter uma screenshot do iPad para JPG
  • Fazer upload de imagens do Dropbox para o site e colocar na Clipboard o código HTML necessário para inseri-la em um artigo
  • Copiar o título e URL de uma página e colocar o código HTML correspondente na clipboard
  • Postar no Pinboard, gerar novas tarefas em apps de lista de tarefas, etc.
  • e mais.

A conclusão dele é interessante, e estou de acordo: no momento trata-se de automatizar tarefas de forma bem crua (e não isenta de alguns passos intermediários, na maioria dos casos) pela exploração de recursos do iOS que não foram feitos para isso. Mas no OS X boa parte das tarefas de automação que usamos no dia-a-dia também ocorrem assim (por exemplo, tirando proveito do suporte a tecnologias assistivas para poder simular o pressionamento de teclas), e um dia foram bem mais cruas também.

Quanto ao Python em si,o artigo dele é um bom exemplo do que o Pythonista pode fazer, e também das limitações a que está exposto.

E se o que você planeja for algo mais simples, há outras possibilidades, incluindo os apps Python 2.7 e Python 3.2, ambos com editor simples e ambiente de execução, e em oferta por tempo imitado: de US$ 2,99, saem agora por US$ 0,99.

Se você criar algum script interessante e quiser escrever um artigo a respeito, não deixe de me avisar para divulgar por aqui ツ

Capa para iPad: Touchtype leva junto um teclado completo e ainda serve como apoio

Eu sou fã do teclado virtual do iPad, mas às vezes um teclado físico é útil na minha rotina de uso, por isso levo um na mochila quando viajo – e a capa Touchtype serviria muito bem para esta finalidade.

A Touchtype abriga tanto o iPad quanto um teclado sem fio da Apple, e quando eles estão em uso, ainda serve como apoio para o tablet ficar em frente às teclas.

Eu já compartilhei anteriormente com vocês a minha solução para levar meu teclado para iPad: uma Origami Workstation, que faz exatamente o que eu preciso: abriga um teclado sem fio da Apple na mochila, e quando está fora dela ainda serve como apoio para usar o iPad em conjunto com ele.

Na maior parte do tempo eu uso o iPad com seu próprio teclado virtual na tela, e escrevo nele suficientemente bem, com ajuda dos 7 truques ninjas para o teclado do iPad. Mas quando estou em trânsito e sinto que um teclado físico é necessário para digitar um pouco mais rapidamente, uma solução como o Touchtype ou a minha escolhida Origami Workstation (abaixo) para deixar o teclado à mão vêm bem a calhar.

A minha escolha pelo teclado sem fio da Apple é o que possibilita optar por estes modelos. Ele funciona bem com o iPad e tem um layout que considero confortável.

Mas há outras boas alternativas de teclado à disposição, incluindo uma série de capas para iPad com teclado embutido: eu testei e aprovei uma Logitech Ultrathin Keyboard Cover, por exemplo, que pode ser uma escolha melhor para quem quer manter um teclado sempre preso ao iPad.

Para quem quiser mais detalhes sobre a nova alternativa, recomendo uma visita ao site da TouchType, ou a este vídeo de quando ela era apenas um projeto/proposta.

E se você quiser experimentar, saiba que eles oferecem de vez em quando alguns lotes para envio direto a clientes de outros países, e possuem um formulário no qual você pode se inscrever para ser notificado quando houver algum disponível.

No mesmo tema, vale mencionar que a capa para iPad "estilo MacBook" Brydge, sobre a qual já comentamos por aqui, está começando a ser entregue aos primeiros consumidores que a adquiriram antes mesmo de ela começar a ser fabricada.

Leia também: Como acentuar no iPad com teclado externo.

VLC no iPad e iPhone: novo licenciamento livre abre caminho para o retorno à App Store

O VLC é o canivete suiço dos players de vídeo. Trata-se de um software livre disponível para muitas plataformas (incluindo o Mac), e que esteve disponível por um breve período também para o iPhone e iPad, até ser removido da App Store no início de 2011 a pedido dos desenvolvedores, que estavam em conflito entre si sobre se os termos de licenciamento permitiam ou não a sua disponibilização nela, como narrei no artigo "VLC no iPhone: a liberdade que remove", publicado no início de 2011.

Eu cheguei a instalar o VLC no iPhone e no iPad na época em que ele estava disponível como um app gratuito na App Store, e o uso até hoje (apesar de não ter sido atualizado para tirar proveito de modelos mais recentes) porque ele faz algo que os apps da Apple não fazem: suporta vídeos DivX, H.264, MKV, WebM, WMV e nos mais variados formatos, sem conversão nem necessidade de inclusão na biblioteca do iTunes (leia também: 10 coisas que o VLC faz e você não sabia)

Na ocasião da sua remoção, apesar do posicionamento da direção da associação Videolan (responsável pelo software) e da empresa Applidium (que portou para o iOS) e da reação de usuários, prevaleceu o entendimento de que a licença usada no VLC sustentava mesmo a remoção da App Store motivada pelo pedido individual de um desenvolvedor participante do projeto.

Os meses foram passando e a situação mudando aos poucos graças a um longo esforço do presidente da Videolan em entrar em contato com todos os autores que já contribuíram com o projeto, chegando a um marco na semana passada: a licença do VLC passou a ser a LGPL, também software livre, mas com termos de licenciamento mais permissivos.

Nem todos os autores puderam ser contatados, mas a maior parte dos que responderam não teve qualquer objeção ao relicenciamento sob outra licença de software livre. Quanto aos trechos de autoria de quem não respondeu, ocorreram várias alternativas: alguns foram removidos, outros reimplementados, alguns foram isolados para causar menor impacto quando ausentes, etc.

Segundo Jean-Baptiste Kempf, que dirigiu o processo de relicenciamento, a mudança de licenciamento pode permitir a inclusão na App Store de um app similar ao VLC – e imagino que seja similar, e não igual, porque os trechos que não foram relicenciados precisarão ser excluídos.

Para as demais plataformas e repositórios, nada muda por enquanto. Para o iPhone e iPad, pode ser o retorno de um dos melhores players de vídeo. Aguardemos, portanto, os próximos capítulos!

For those about to rock: discos do AC/DC chegam à iTunes Store

Quando os Beatles liberaram seu catálogo na loja do iTunes, há 2 anos, a banda australiana AC/DC passou a ocupar o topo do pódio entre os representantes das várias vertentes do rock'n'roll que permaneciam ausentes.

E isso acaba de mudar: o catálogo completo do AC/DC já está na iTunes Store, trazendo desde os discos clássicos da década de 1970 até as obras mais recentes, como o disco do show de 2009 e o álbum Black Ice.

Além dos discos originais remasterizados, também estão presentes 2 coletâneas completas (uma com tudo o que foi gravado em estúdio, e outra realmente completa, incluindo gravações ao vivo, demos e mais) e a possibilidade de comprar músicas separadamente.

Para comemorar, enquanto faço o download do disco AC/DC Live (de 1991), vou jogar uma partidinha de AC/DC Pinball Rocks HD

App de lista de tarefas: comparando Clear, Any.DO e Wunderlist

Como escolher uma ferramenta de produtividade? Se você não estiver satisfeito com a sua, marque na sua agenda um horário para ler este longo e detalhado comparativo entre 3 das alternativas mais populares no iPhone.

Eu escrevo com frequência sobre ferramentas de produtividade pessoal no meu outro site, o Efetividade.net - e um ponto que destaco é que a busca constante por uma ferramenta melhor acaba consumindo tempo que prejudica a produtividade.

Claro que isso só serve como preocupação quando a pessoa já tem uma ferramenta boa o suficiente, e é o meu caso no que diz respeito ao gerenciamento da lista de pendências: anteriormente eu estava satisfeitíssimo usando papel e caneta, e só recentemente passei a usar o computador e o iPhone para isso, adotando o app Wunderlist, com o qual permaneço satisfeito.

Uma lista com todas as suas tarefas pendentes (ou to-do list) é a ferramenta essencial de boa parte dos métodos de produtividade pessoal, e não é sem motivo: ter a visão de tudo o que está pendente (geralmente excluindo os itens que têm data e horário certo, que residem em uma Agenda de Compromissos) é o que permite priorizar e escolher tarefas, saber quando acelerar ou não, e quando é hora de começar a rejeitar e selecionar melhor novas atividades!

Assim, se você estiver em transição ou precisando adotar uma ferramenta para gerenciar suas tarefas e pendências, este loooooongo comparativo do iMore pode ser o que você precisa, pois ele apresenta pontos positivos e negativos de 3 ferramentas populares do gênero para rodar no iPhone: Any.do (grátis), Clear (US$ 1,99) e Wunderlist (grátis).

O artigo é detalhado e merece a sua leitura atenta, mas adianto a conclusão: para o autor, a razão para optar pelo Wunderlist só pode ser a necessidade de suporte a múltiplas plataformas. Para quem só pensa em usar no iPhone e Mac, o Any.Do é a escolha de quem prefere ênfase em notificações e em organizar cronologicamente as listas, e o Clear será a preferência de quem valoriza uma interface simples e baseada em gestos, e a presença de um app nativo para Mac.

Aguardo para ver como o Wunderlist 2 mudará este equilíbrio ツ

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