Versão web do Kindle é ótima resposta da Amazon à política da Apple

A nova versão do leitor do Kindle é uma app web em HTML 5 que funciona no seu navegador (no Mac, iPad, Linux e outros sistemas), embora permita o uso offline - desde que você faça antes o download do livro desejado, claro!

Durante boa parte do ano corrente vimos notícias sobre a nova política da Apple para assinaturas e vendas de conteúdo efetuadas ou oferecidas dentro de apps nativas no iOS: a empresa se considera parte da transação, e quer ficar com polpudos 30% do preço.

No final de julho, após muitas idas e vindas, o cumprimento da política finalmente começou a ser exigido, e várias apps populares (Amazon Kindle, Google Books e outras) foram atualizadas por seus autores para remover a funcionalidade de venda.

Ou seja: ao invés de deixar a Apple ficar com uma fatia enorme de sua margem de lucro, ou de elevar os preços para compensar o intermediário, os prestadores preferiram deixar seus aplicativos funcionando puramente como leitores de conteúdo, confiando que os usuários saberiam visitar os seus sites na hora de fazer as compras. Na minha opinião, é uma resposta apropriada a esta exigência da Apple, ainda que penalize os usuários que gostavam de ter um botão para comprar livros (ou vídeos, ou revistas, etc.) na própria App.

 

Entra em cena o Kindle Cloud Reader

Em paralelo, também ao longo de vários meses, ouvíamos falar que a Amazon (grande rival da Apple em vários segmentos) estava preparando uma versão on-line do seu leitor para os ebooks do seu serviço Kindle.

Eis que na madrugada de hoje foi disponibilizado o Kindle Cloud Reader, que funciona diretamente no navegador (incluindo o do iPad) e dá acesso a todos os livros da sua biblioteca do Kindle – e, apesar de ser uma aplicação web, permite também ler offline, ou quando a conexão fica indisponível (ele faz download de cópia local dos livros que você abriu recentemente, e também permite que você “force” o download de qualquer título).

A resposta à Apple é bem clara: mesmo quando você usa no navegador do iPad, o botão “Kindle Store” está ali no canto superior direito da estante, onde sempre esteve – e agora leva a uma versão da loja virtual do Kindle melhor integrada ao aplicativo (e que não paga 30% para a Apple a cada livro que eu comprar!).

E o usuário sai ganhando de mais uma maneira: por ser uma webapp em HTML5, agora dá para ser leitor dos ebooks do Kindle em qualquer uma das plataformas suportadas pelo navegador Chrome (incluindo o Linux!), além do Safari no iPad, Mac e Windows (e o suporte em outros navegadores já está prometido para breve).

A interação é suficientemente parecida com a da app nativa de cada plataforma para não precisar de explicações adicionais. Abrir um livro, virar páginas, navegar pelo conteúdo e configurar o visual continua a ser como era, ou mudou de maneira consistente para se adaptar à nova plataforma.

Excelente resposta, Amazon, e que venham mais webapps multiplataforma de outros fornecedores de conteúdo!

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