Kindle Store para o iPad: Amazon escapa de novo de pagar os 30% da Apple

A política da Apple com relação a compras realizadas a partir de aplicativos comercializados em sua App Store para iPad e iPhone foi bastante comentada durante boa parte de 2011. O resumo dela é: se a compra foi feita a partir de um app, a Apple se considera parte da transação e exige ficar com polpudos 30% do preço pago.

Após várias reviravoltas, no começo do segundo semestre o cumprimento da política passou a ser obrigatório, e vários apps de conteúdo (Amazon Kindle, Google Books e outras) lançaram novas versões se adequando - não pelo início do pagamento dos 30%, mas sim pela retirada de adquirir o conteúdo por meio do próprio app.

O usuário destes apps populares passou a ter que fazer suas compras fora do app (por exemplo, acessando o site da Amazon pelo navegador do iPad) para consumi-las no app, e assim os publishers não tiveram que decidir entre abrir mão de uma fatia considerável da sua margem ou elevar os preços para compensar o intermediário adicional. Por outro lado, a Apple passou a coletar seus 30% de quem não pode se dar ao luxo de esperar que seu usuário deseje tanto o conteúdo a ponto de realizar operações externas para adquiri-lo.

A medida tem consequências sobre todos os desenvolvedores de apps que oferecem algum conteúdo para venda, mas atinge de maneira especial os que já são, em si, intermediários de uma venda: livrarias e bancas on-line, lojas de música e de outros conteúdos, por exemplo.

Um dos afetados com maior faturamento (e assim com bolsos mais fundos para gastar na busca de alternativas) foi a Amazon, cujo app do Kindle é um sucesso na plataforma iPad, e onde eu tenho lido boa parte dos livros recentes que passaram por minhas mãos, incluindo a biografia de Steve Jobs e a de Keith Richards, o livro de introdução ao desenvolvimento para iOS que recentemente recomendei, e muitos outros.

Mas os meses foram passando e os caminhos alternativos foram sendo explorados. Uma das primeiras respostas interessantes à política da Apple a receber projeção foi justamente a que a Amazon divulgou em agosto: uma versão do Kindle feita como web app, compatível com o iPad (ela ganha até mesmo seu próprio ícone, como se fosse um app comprado na loja do iTunes) e que, por não ser nativa, não está sujeita à restrição. Usuários do iPad interessados em ler os livros da Amazon na mesma interface em que os compram já tinham para onde ir, e a Apple não tinha que receber seus 30%.

Eu testei, aprovei mas... não adotei. O web app é bom, mas o app nativo é ainda melhor, e não me importo em acessar o site da Amazon quando surge o interesse em adquirir mais livros.

Não devo ser o único nesta situação, porque na semana passada a Amazon – que naturalmente tem o maior interesse em que os usuários passem mais tempo na sua loja de conteúdo, e não só no leitor – me surpreendeu com mais uma alternativa para os usuários do iPad.

No endereço amazon.com/iPadKindleStore agora encontramos um web app cuja função é exclusivamente visitar a loja de livros do Kindle, mas com uma interface especialmente adaptada ao iPad.

Assim como na alternativa anterior, embora rode no navegador, a iPad Kindle Store pode até mesmo ter um ícone no seu iPad, e o usuário até mesmo recebe dicas sobre como criá-lo quando a acessa.

E funciona: o acesso facilitado e a nova interface são tão mais agradáveis, que enquanto eu fazia os testes para este post eu não resisti e comprei mais um livro: Inside Delta Force, que conta a história de um dos integrantes iniciais desta unidade anti-terrorismo do exército dos EUA, e também mostra alguns detalhes sobre como ela operava nos anos 70 e 80, incluindo operações contra sequestros de avião, que é o capítulo que estou lendo. Este livro também inspirou uma série de TV chamada The Unit.

Não tenho nada contra os proprietários de varejo virtual cobrarem suas taxas de intermediação, mas a forma como essa regra dos 30% foi colocada em prática pela Apple não me pareceu a coisa mais amistosa que ela já fez com seus parceiros e clientes, e me agrada ver que aqueles que têm fôlego e recursos suficientes conseguem oferecer alternativas de contorno - ainda mais quando funcionam tão bem!

Apresentações no Mac: controlando a exibição da Tela do Apresentador no Keynote

O leitor Antonio Athayde encaminhou uma dúvida que já vi ocorrer a outros usuários também:

Preparei uma apresentação no MacBook Pro, utilizando o Keynote. Quando tento projetar (usando um projetor da Epson) aparece no computador o slide e projeta no projetor 2 slides, o que estou tentando mostrar e seguinte. Como devo proceder?

Antonio, esta tela com 2 slides é um recurso bem interessante do Keynote, embora claramente esteja aparecendo no monitor errado para você (e vamos resolver isso em seguida).

Trata-se da Tela do Apresentador, que você pode configurar usando o menu do Keynote, em Reproduzir | Personalizar tela do apresentador.

A ideia é que, enquanto o público vê apenas o slide corrente, esta tela auxiliar apareça no monitor do próprio Mac, visível apenas para a pessoa que está apresentando, para lhe dar uma série de informações úteis à atividade, tais como:

  • O slide atual e, em tamanho menor, o próximo slide da sequência
  • As anotações do apresentador sobre os slides
  • Relógio/cronômetro
  • O tempo decorrido, e o tempo restante, se um limite tiver sido programado.

Mas às vezes ocorre a indesejada situação que você menciona: por algum motivo o Keynote identifica o monitor do Mac como principal e o projetor como se fosse o secundário, e aí nada funciona como deveria: o slide corrente fica na sua telinha, e a Tela do Apresentador é projetada.

Seja qual for o motivo da identificação invertida, a solução é simples: basta ir nas Preferências do Keynote (pelo menu do aplicativo ou pressionando ⌘+, ou Command + vírgula), clicar no ícone Apresentação de Slides e selecionar a opção "Apresentar em monitor secundário". A tela acima mostra a opção em questão.

Um detalhe: se no futuro você vier a usar outro projetor que não deflagre o mesmo conflito de identificação, basta desfazer a opção, selecionando "Apresentar no monitor principal" novamente.

Mac Mini: modo de usar

O Mac Mini, com seu gabinete quadrado de meros 20cm (e 3,6cm de altura), de operação silencioso e com baixo consumo de energia, é a escolha de muitos usuários para um primeiro contato com os Macs, e garante este posto não apenas pelo preço mais baixo em relação ao MacBook, mas também por oferecer recursos interessantes.

Ontem a linha Mini (ou mini, em minúsculas, como prefere a Apple) completou 7 anos, e ela conta com minha simpatia e admiração, como já vimos no post "Mac Mini: vale a pena?", escrito a partir da minha própria experiência usando o Mini como desktop e como media center.

Não vou repetir tudo o que já foi dito lá, mas eis um pequeno resumo das características dos 2 modelos default atuais: gabinete unibody em alumínio, slot para cartão SD (SDXC, até 64GB), entrada e saída de áudio (conector de microfone e headphone comuns, ou padrão iPhone, ou ainda conector digital Mini TOSLINK), 4 portas USB 2.0, Ethernet, FireWire, HDMI, Thunderbolt, fonte interna, WiFi, Bluetooth, processador Core i5, 2GB ou 4GB de RAM, 500GB de disco, placa gráfica Intel ou Radeon, OS X Lion.

[Leia também: Mac mini conectado à TV: funciona bem ou não? Veja o resultado dos testes]

O desempenho dos processadores Core i5 é interessante e representou um grande salto sobre os modelos do ano anterior, que deixavam a desejar, mas vale destacar que ao mesmo tempo que o Mac Mini de 2,3GHz é o Mac com preço de tabela mais baixo (R$ 1.799), também cabe a este modelo mais barato o posto de Mac com menor desempenho no teste Speedmark.

Mas vale também o contraponto positivo: o outro modelo de Mac Mini (o de 2,5GHz) ganha no Speedmark tanto do MacBook Air quanto do MacBook Pro mais básicos da linha - veja os detalhes no comparativo de desempenho de todos os Macs.

Para completar as características, alguns pontos negativos frequentemente mencionados: ele não é feito para receber upgrade de hardware pelo usuário (o único procedimento oferecido é ampliar a memória RAM), não vem com teclado, mouse ou drive de DVD, precisa de um adaptador não incluído caso você queira usar um monitor VGA (um adaptador de HDMI para DVI vem incluído).

Mac Mini: como usar

Eu comprei meu primeiro Mac Mini há cerca de 5 anos, para usar como media center. Posteriormente ele recebeu upgrade para o Mac OS X Snow Leopard, cheguei a usá-lo como desktop auxiliar por alguns meses, e hoje ele permanece em uso por outra família, escondido atrás da TV da copa/cozinha, servindo basicamente como media center e estação de acesso à Internet (inclusive para procurar receitas no Google e os grandes sucessos de Ray Conniff no Youtube).

Durante um período mais longo, o meu desktop principal no home office foi um Mac Mini comprado em 2010, rodando tanto o Mac OS X Snow Leopard quanto o Ubuntu. Hoje ele foi substituído (por um iMac), mas ainda o uso como desktop auxiliar em outros projetos, e agora ele roda o OS X Lion. E o desktop da minha esposa é um silencioso Mac Mini modelo 2011, no qual ela não sente a menor falta de drive de CD/DVD.

Mas estes 2 usos (desktop e media center) que já experimentei e aprovei para o Mac Mini não são os únicos em que ele vem sendo adotado, e um artigo do Unofficial Apple Weblog ontem destacou uma lista de outras utilidades frequentes do Mini, que não vou traduzir mas quero comentar:

  • Media Center: essa eu já usei e aprovei. Atualmente me acostumei à comodidade de um Apple TV, mas quando quero algum recurso que vai além das suas limitações, preciso plugar um notebook na TV da sala. Na época do Mac Mini rodando XBMC naquele posto, isso jamais acontecia (e raramente eu precisava usar teclado: o Apple Remote resolvia quase tudo). Vale destacar um ponto que consta no post do TUAW: plugando uma interface de captura de TV ao Mini, ele pode se transformar em uma boa solução de DVR, gravando seus programas preferidos. Por outro lado, neste cenário o drive de DVD ausente pode fazer falta.
     

  • Primeira estação de desenvolvimento para iOS: Desenvolvedores querendo se aproximar do iPhone, iPad e do iOS em geral podem encontrar no mais barato dos Minis recursos suficientes para rodar o Xcode e tudo o mais que precisam para desenvolver, testar e publicar os apps nos quais darão seus primeiros passos na plataforma. Mas recomendo 4GB de RAM, e já prever que, em caso de sucesso, a tentação por fazer upgrade para um Mac com maior desempenho não tardará.
     

  • Computador para as crianças da casa: Um Mini já bem usado pode vir a ser uma boa solução de entretenimento para a geração mais recente da família, especialmente se for dotado de um teclado e mouse bem resistentes. Ele normalmente exige pouca manutenção e é suficientemente fácil de operar. Aliás, um Mini também pode ser uma boa escolha para ser o desktop de um familiar adulto pouco versado nas artes digitais, como foi o caso daquele modelo de 5 anos atrás que comentei acima, e que hoje está muito bem instalado em uma cozinha.
     

  • Sistemas embarcados: quiosques, apresentações interativas, etc. que precisem dos recursos de um desktop completo mas nas quais o computador em si deva desaparecer de vista.
     

Nem sempre isso acontece (por aqui é frequente, obrigado!), mas os comentários dos leitores de lá acrescentaram várias formas interessantes de usar o Mini, que também comentarei brevemente:

  • Media center na TV da sala, mas com webcam para permitir video chat em família
  • Servidor doméstico e nuvem privativa (mail, agenda, multimídia, impressão, arquivos, torrents, backups, acesso remoto, segurança doméstica, ...)
  • Desktops para apresentações em auditórios, salas de conferência e de aula
  • Controladores XSAN para um sistema de armazenamento de 36TB
  • Servidor de acesso remoto (via iPhone ou iPad) para suporte a redes de Macs

Outros testemunhos de usuários devem continuar aparecendo por lá, confira! E se você tem interesse em considerar aderir aos Minis, leia também nosso post anterior, que está atualizado para os modelos correntes da linha: "Mac Mini: vale a pena?"

Fique de olho: 10 apps para Mac que prometem novidades em 2012

Quem tem Mac há algum tempo certamente já possui uma seleção de apps que constituem um verdadeiro "kit default" que recomendariam a um recém-chegado: aquelas que quase chegam a se confundir com a plataforma em si, de tão integradas e complementares.

Já tratamos delas em posts anteriores (recomendo este: Apps para Mac: um kit de 10 ferramentas essenciais para os recém-chegados), mas hoje é a vez de vermos algo diferente: um conjunto de 10 apps que ainda não conquistaram o mesmo destaque em relação ao público em geral, mas que prometem chamar atenção em 2012.

A lista foi preparada pelo Mac.Appstorm e é fortemente inclinada ao tipo de aplicativo no qual tenho interesse: produtividade pessoal, editores de texto e de código, ferramentas de desenvolvimento web (mas também inclui um ou outro exemplo de outras áreas).

Eu gostaria de saber em quais apps para Mac vocês estarão de olho em 2012. Enquanto vocês não respondem, como é meu hábito, não vou traduzir a lista publicada pelo Mac.appstorm, mas quero comentar. Vamos aos apps selecionados:

  1. Wunderkit: no momento é o aplicativo que aguardo com mais atenção. Evolução do Wunderlist, que é a pedra fundamental da minha produtividade pessoal, registrando minhas tarefas e pendências e sincronizando-as entre computadores, tablets e smartphones, ele promete trazer uma série de recursos que me fazem falta (como contextos, subtarefas e tarefas recorrentes) e outros nem tanto (como a coordenação de atividades em equipes). Segundo a nota divulgada anteontem, o Wunderkit parece estar indo bem!
  2. Mou: um editor de textos para a web que suporta a marcação de formatos usando o padrão Markdown e exibe um preview do texto formatado ao lado da janela de edição, ele já me interessou mesmo durante o beta, e avança rapidamente.
  3. Chocolat: também um editor de textos para a web com características interessantes, incluindo preview ao vivo.
  4. Sublime Text 2: na mesma linha, mas este editor nasceu no Windows, atraiu atenção e promete chegar ao Mac (e ao Linux) em 2012.
     

  5. Gradient: um editor para a criação de gradientes em CSS. Atualmente só suporta gradientes de 2 cores, mas está prevista para 2012 a expansão que permitirá gradientes multistep com mais cores.
  6. Spotify: o que eu gostaria mesmo é que em 2012 este serviço on-line de músicas chegasse oficialmente ao Brasil.
  7. Adobe CS6: não sou público-alvo do pacote de ferramentas da Adobe, mas dizem que a nova versão chega em 2012, e os usuários já andam atentos às informações que circulam sobre novas ferramentas e recursos.
  8. Caffeinated: Afinal o que mais precisamos é de mais um leitor de feeds RSS, certo? Se bem que a possibilidade de acrescentar funcionalidades por meio de scripts, apontada como um diferencial ao qual esta ferramenta vem dando atenção especial, pode mesmo ser interessante.
  9. TextMate 2: nova versão de um clássico da edição de texto e códigos.
  10. Coda 2: Nova versão deste ambiente de desenvolvimento.

Agora é a sua vez: que novo app ou atualização você está aguardando atentamente para 2012?

Graças aos desenvolvedores para iOS, Objective-C foi a linguagem com maior crescimento em 2011

Eu acompanho há anos o índice de popularidade de linguagens de programação publicado periodicamente pela TIOBE, que permite acompanhar e até mesmo prever, em alguma medida, movimentos como a ascensão da popularidade do Python, há poucos anos, ou a retomada do C ao topo da lista em 2010, após anos de dominância inconteste do Java (que no momento ocupa novamente o topo).

Interpretar os dados fica como possibilidade para cada um, mas os resultados expressos pela pesquisa costumam ser interessantes, e o relatório publicado há poucos dias, fazendo um balanço de 2012, tem uma informação que me chamou bastante a atenção, e merece a atenção dos desenvolvedores interessados nas plataformas móveis, em especial nas da Apple.

E é uma afirmação bem simples: a linguagem Objective-C foi a que mais cresceu em popularidade em 2011 (+3,91 pontos percentuais), após ter estado muito próxima disso nos 2 anos anteriores. O relatório atribui este resultado ao sucesso continuado do iPhone e iPad, cujo desenvolvimento de apps ocorre quase exclusivamente nesta linguagem e nas tecnologias associadas a ela.

O Objective-C, que há um ano estava na oitava posição com índice de 3,011%, agora está na quinta, com 6,919% - e se aproximando da quarta, ocupada pelo C++, que neste ano caiu 0,72 p.p.

Minha decisão de aprender a programar para iOS foi tomada antes de saber destes números - e, francamente, não seria influenciada por eles. Mas eles a reforçam, e espero que possam servir para que outros desenvolvedores possam avaliar mentalmente o cenário que visualizam com relação à popularidade e crescimento das linguagens e ambientes.

Gerenciamento de Projetos no iPad com o Timeli

Que tal uma ferramenta para o planejamento e acompanhamento do cronograma dos seus projetos pessoais no iPad?

Gerenciar projetos com eficiência, mantendo o controle e garantindo que as entregas ocorram com as características definidas, no prazo, na qualidade e no custo combinados, é uma necessidade de muitos profissionais, que para isso se apoiam em ferramentas, técnicas e boas práticas reconhecidas internacionalmente.

O mesmo conjunto de boas práticas e técnicas pode ser usado como base para projetos dos mais variados portes: da construção de uma plataforma petrolífera à reforma da cozinha. O que varia é o conjunto de processos e a intensidade da sua adoção - por exemplo, gerenciar comunicações do projeto é bem diferente quando se trata de um empreendimento internacional com múltiplas equipes trabalhando em fases paralelas, ou quando é uma iniciativa tocada por 3 pessoas trabalhando como voluntárias em dias da semana alternados (e ambos os casos podem ser desafiadores...)

Eu fiz pós-graduação em gerenciamento de projetos, e uma das coisas que fixei bem (por viver na prática, para o bem e para o mal, ao longo do curso) e trouxe para a vida profissional é a importância de, além de selecionar o conjunto de processos de gerenciamento adequados à complexidade do projeto, optar também por uma ferramenta de gerenciamento que corresponda aos requisitos de cada equipe e projeto.

A disponibilidade de ferramentas que permitem o gerenciamento de grandes equipes, em projetos que operam em vários fusos horários simultaneamente, faz com que muita gente que gerencia pequenas equipes ou mesmo projetos individuais acabe optando por ferramentas que são mais trabalhosas e complexas de configurar e operar do que precisariam.

A ideia de que é vantajoso usar no projeto da abertura da filial da sorveteria no bairro ao lado a ferramenta criada para gerenciar a abertura de um cluster de fábricas de automóveis em outro continente nem sempre se sustenta, e a escolha de uma ferramenta complexa demais pode ser até mesmo um elemento para a descontinuidade da adoção do gerenciamento de projetos em uma organização, ou para o insucesso do projeto em si.

Entra em cena o Timeli

Segundo a popular definição adotada no âmbito do Project Management Institute (PMI), os processos do gerenciamento de projetos podem ser vistos sob o enfoque de 9 áreas de conhecimento distintas: gerenciamento de integração, escopo, tempo, custo, qualidade, pessoas, comunicações, riscos e aquisições.

No caso dos projetos de pequeno porte e complexidade, raramente todas as áreas são gerenciadas ativamente: as práticas existentes de comunicações e orçamento são mantidas, a equipe é considerada como disponível, os riscos e a qualidade são considerados só nas definições iniciais, e assim por diante.

Mas a área de conhecimento que quase invariavelmente leva ao interesse pela adoção destes métodos no gerenciamento dos projetos de pequeno porte é o Gerenciamento do Tempo, ou mais especificamente a necessidade de planejar, acompanhar e garantir a execução das atividades e tarefas no prazo necessário, considerando o encadeamento entre elas, possíveis paralelismos e mais.

E é na hora de suprir exatamente esta demanda que o Timeli, um app gratuito para o iPad, pode oferecer uma boa ajuda, desde que o projeto seja individual ou ao menos simples o suficiente para que seu único gerente se responsabilize por todos os aspectos do gerenciamento.

Planejamento e acompanhamento de cronograma no iPad

O que ele oferece é bem simples: a possibilidade de criar visualmente e sem maiores complicações calendários de execução das atividades de cada projeto, formando uma versão simplificada dos chamados gráficos de Gantt, em que as tarefas aparecem em linhas e os períodos são mostrados ao longo das colunas.

Não espere por recursos avançados, como controle de encadeamento, identificação do caminho crítico e outros que você encontra em outras aplicações do gênero: aqui você terá apenas a definição e visualização das tarefas ao longo do tempo, com diferenciações simples para identificar se elas estão pendentes, completadas ou em andamento, e algumas facilidades para reposicioná-las caso haja replanejamento ou a execução não siga o cronograma inicialmente definido.

Na minha opinião, trata-se de uma boa ferramenta para dar os primeiros passos do gerenciamento do tempo em projetos pessoais, especialmente os individuais. Embora um mínimo de recursos de coordenação (possibilidade de envio dos cronogramas por e-mail ou impressão) estejam presentes, é provável que um mínimo de possibilidade (hoje indisponível) de atribuir responsáveis pela execução de cada tarefa, ou um pouco mais de detalhes sobre escopo e orçamento, pudessem fazer bastante diferença na aplicabilidade de uma versão da mesma ferramenta também em projetos de pequenas equipes.

De todo modo, no que diz ao gerenciamento do calendário de um projeto pessoal, os elementos essenciais estão presentes, e penso em adotar esta ferramenta em um próximo projeto individual para ver como ela se sai.

O Timeli para iPad é grátis na App Store.

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