Microsoft confirmou o Office para iPad, mas não disse algo importante – além da data

É o típico anúncio que não gera grande tração: nada de características do produto, data de lançamento ou roadmap. Mas uma outra informação crucial ficou faltando e vale a pena prestar atenção a ela.

Após muito torcer o nariz para oferecer o Office no iPad enquanto dizia que os tablets com Windows 8 é que eram o futuro da produtividade móvel, agora a Microsoft confirma: passou a fazer parte da estratégia dela levar os principais programas do Office "também para outros dispositivos de forma a suprir as necessidades dos consumidores", e ela precisa "dominar a experiência de produtividade em todos os dispositivos".

A estratégia da empresa pouco me interessa enquanto ela não tiver um produto que me atenda, e no caso do veteraníssimo Office eu tenho sincera dúvida se uma versão para iPad algum dia me atrairá.

No momento não há nem mesmo uma data prevista, apenas a informação vinda do próprio CEO da empresa de que a versão para o iPad virá depois de uma versão criada desde o início para interfaces baseadas em toque, e que será lançada inicialmente nos tablets com Windows.

Mas há algo mais que a empresa não mencionou: a estratégia de preços. Desde o anúncio oficial do iPhone 5s, no mês passado, sabemos que o pacote iWork, da Apple (que contém um processador de texto, uma planilha e um programa de apresentações - foto acima), nativo das plataformas da empresa, passa a ser grátis na aquisição de todos os novos dispositivos com iOS.

A adoção do Microsoft Office sempre contou com fatores favoráveis incluindo a integração com o sistema operacional dominante na plataforma e a familiaridade dos usuários com a sua interface. No caso do iPad com uma versão baseada em toque, nenhum dos 2 fatores permanece.

E com o concorrente, que tem boa qualidade e permite gerar arquivos interoperáveis com usuários do Office em outras plataformas, vindo com uma etiqueta de preço gratuita, o que será que a Microsoft vai ter que oferecer para nos convencer que o seu Office, nascido em 19901, continua sendo a resposta certa mesmo após o PC?

 
  1.  O pacote Office é de 1990, mas alguns de seus componentes são bem mais antigos. O Word, por exemplo, foi lançado em 1983.

Pode fechar o cronograma dos presentes: evento do iPad (e mais) será daqui a 2 semanas

A forma como usualmente ficamos sabendo antecipadamente da data de um evento da Apple é assim: o AllThingsD informa, e o The Loop confirma. E ontem esse ciclo se completou: será no dia 22 de outubro.

Claro que não vale como confirmação oficial, mas o histórico da combinação dessas 2 fontes é de 100% de aproveitamento. Na manhã de hoje, jornalistas especializados do ramo já estavam informando que estão providenciando passagens para San Francisco na data.

Vale destacar que a data também corresponde precisamente (guardados os deslocamentos de dias da semana) à praticada em 2012, e o mesmo aconteceu com o recente evento em que foi apresentado o iPhone 5s – não por acaso, afinal lançar produtos novos a tempo de aproveitar as compras de Natal faz todo o sentido para a Apple.

A lista de produtos que serão anunciados é objeto de dúvidas e especulações como de costume, mas o sempre bem informado Jim, do The Loop, confirmou o que parece óbvio: o evento terá foco nas atualizações da linha iPad.

Tem mais produtos na fila

Na minha lista de previsões, este será o último evento do ano e, fora o imponderável, ainda falta lançar:

  • novos modelos de iPads
  • novos modelos de iPods
  • os controles de jogos que o iOS 7 e o Mavericks passarão a suportar
  • OS X Mavericks,
  • Macs que já nasçam com o Mavericks,
  • a atualização ou evolução 2013 do MacBook Pro,
  • outros MacBooks com CPUs Haswell
  • a atualização ou evolução 2013 do MacBook mini,
  • alguma coisa vinda da linha Apple TV

Ultimamente a Apple dá exclusividade aos seus produtos principais, e não costuma colocar mais de um deles como estrela de um evento, razão pela qual talvez tenhamos parte desses lançamentos realizados de forma discreta, possivelmente até mesmo antes do evento.

Claro que eu posso estar errado sobre absolutamente tudo que mencionei acima, afinal de contas, rumores são rumores, e vice-versa. Mas a lista de produtos que eu mencionei não nasce de rumores externos, e sim de observações minhas, que formam minhas próprias expectativas. E a data prevista para o evento vem de 2 fontes que não são oficiais mas que vêm de veículos com histórico impecável de acesso direto a fontes privilegiadas.

Hot Corners: pare de esbarrar nos Cantos de Acesso Rápido do Mac – combinando-os à tecla ⌘

Os Cantos de Acesso Rápido são comodidades para ativar o Mission Control, exibir as Notificações, apagar imediatamente o monitor e outras tarefas simplesmente movendo o mouse para um dos cantos do desktop – mas quando esbarramos neles, acabam sendo obstáculo e não ferramenta.

Nas Preferências do SistemaMission Control1 você pode clicar no botão Cantos de Acesso Rápido e configurar qual ação deseja associar a cada um dos 4 cantos do(s) seu(s) monitor(es).

Só que o acionamento das funções é imediato assim que o ponteiro do mouse encosta nos cantos que você ativar, o que tende a levar a acionamentos acidentais: eu sou campeão em ativar sem querer o Mission Control (que para mim fica no canto superior direito) quando quero acessar o menu da maçã, por exemplo.

Para evitar o problema, existe um truque fácil, mas nada óbvio: pressione a tecla (ou qualquer outra tecla modificadora: Control, Shift e Option também valem) enquanto estiver selecionando a função de cada canto, e ela será incorporada ao gesto – e até mesmo mostrada na seleção, como você vê na tela a seguir:

Note que na minha configuração eu usei a tecla em 3 dos cantos, e no outro – o canto superior direito – eu não associei tecla nenhuma, porque quando alguém se aproxima enquanto estou trabalhando em algum material confidencial, quero poder colocar o monitor em repouso da forma mais rápida possível, mesmo sem olhar para a tela ou o teclado, apenas mexendo o mouse para a diagonal correta.

Nos outros 3 cantos, as funcionalidades estão presentes, mas só se eu pressionar a tecla ao mover a seta do mouse para eles.

Adeus, acionamentos acidentais.

 
  1.  Ou nas configurações da proteção de tela.

Como eu organizo fotos no Mac – incluindo as do iPhone – sem usar o iPhoto

Jamais me adaptei ao "jeito iPhoto" de fazer as coisas, mas o Mac vem com um bom mecanismo para organizar e visualizar minha coleção de fotos: as pastas e o Finder. Com a ajuda de algumas ferramentas adicionais, fica melhor ainda, e hoje vou explicar como faço.

Em meio a uma consulta sobre como fazer a biblioteca do iPhoto ficar em um HD externo (dica: mantenha pressionada a tecla Option ao abrir o iPhoto), Diogo Ávila soube que eu não uso esse app e perguntou, via contato do BR-Mac:

Desculpe perguntar, mas o que vc usa ao invés do iPhoto?

Trata-se de uma pergunta que recebo com frequência, e respondi a ele o que sempre digo:

Sou old school, e mantenho minhas fotos em pastas e subpastas, que organizo no próprio Finder (usando o modo de visualização em thumbnails, que permite ordenar por data, nome, tamanho e também definir o tamanho exibido na tela com uma barrinha no canto inferior direito do Finder) e visualizo rapidamente usando o QuickLook (seleciona as imagens que quer ver, no próprio Finder, e pressiona Espaço) ou mesmo o Pré-Visualização.

Mas o meu sistema tem mais 2 ingredientes: o Dropbox, com o qual eu sincronizo as imagens do iPhone e iPad com os computadores, e um script que roda automaticamente todas as noites para lidar com o que vem do iPhone e iPad, separando screenshots de fotos e movendo as fotos para pastas organizadas por ano e mês.

O Dropbox é interessante como local intermediário ou definitivo para as fotos porque:

  • Como funciona por compartilhamento, uma cópia local de todas as suas fotos, armazenadas como arquivos comuns, continuará à sua disposição mesmo que a empresa Dropbox ou a Internet inteira desapareçam subitamente da face da terra.
  • Suas versões recentes têm opções para importar automaticamente para a pasta ~/Dropbox/Camera uploads as imagens armazenadas nos dispositivos iOS e no iPhoto (caso algum dia você tenha mantido uma biblioteca neste inflexível e inchado app)
  • Se você tem mais de um computador, é possível escolher em quais deles a pasta Camera uploads deve ser sincronizada – assim, se algum deles tem pouco espaço em disco ou conectividade, não precisará manter uma cópia da coleção de fotos.
  • É bem provável que você já tenha uma conta nele e, se não tiver, ela pode ser criada gratuitamente, migrando para um plano pago só no caso de a biblioteca de fotos importadas dos dispositivos móveis e não transferida para algum outro disco crescer demais.

É possível configurar a importação das fotos do iOS de duas formas: no app Dropbox do próprio dispositivo (que se encarrega de enviar uma cópia via Internet para o Dropbox) ou no menu do Dropbox em um computador ao qual você conecta os dispositivos com frequência (que aí se encarrega de buscar as fotos novas no dispositivo e copiar para o Dropbox).

Eu uso ambas, sendo a primeira no iPhone, que conecto todos os dias ao computador para carregar, e a outra para iPads, que passam semanas sem conectar ao computador.

Mesmo com a conveniência das transferências automáticas, ainda sobra uma questão, especialmente quando você conclui a sua primeira transferência para o Dropbox: as centenas ou milhares de fotos estarão todas em uma mesma pasta, de uma forma muito difícil de lidar, e o ideal é organizá-las em pastas como as da ilustração acima, por tipo – fotos, vídeos e screenshots – e data (e eventos especiais, quando for o caso).

Há várias formas de corrigir isso: manualmente, com um app (o completíssimo Hazel é o expoente do gênero, mas há outros mais simples) ou com um script, e esta última é a minha forma preferida.

O script que eu uso é o que você vê (mas mal consegue ler) na imagem acima, cujo conteúdo completo está disponível para download – é só descompactar, tornar executável, ajustar a variável "fotosdir" na linha 7 caso o seu Dropbox não esteja na configuração padrão, e rodar quando quiser, ou automaticamente se preferir.

Caso tudo isso esteja acima do nível de complexidade que você espera, recorra a um app simples de usar, como o Easy File Organizer, ou ao já mencionado Hazel.

E assim você só precisará recorrer ao iPhoto se ele tiver mesmo algum recurso que para você compense a maneira com que ele armazena, organiza e gerencia suas fotos.

Playlist de festa: app Party Monster automatiza o DJ no iPhone e iPad, sem esforço

Um app inteligente antes da festa, fácil de usar durante a festa, que transforma o iPhone ou iPad em um DJ automático para quem não quer "atacar de DJ", mas sim escolher quais as músicas que vão tocar e depois curtir.

O Party Monster é simples e fácil de operar, 2 atributos essenciais para um app feito para ser usado durante festas. E para você entender melhor, vou deixar claro o que ele não é: o Party Monster não é um app para ficar inventando efeitos e transições durante a festa.

A grande sacada dele é agilizar a criação de uma playlist para a sua festa (ou caminhada, ou viagem, ou trajeto para o trabalho) e depois executá-la com estilo, adicionando discretos crossfades (transições suaves) entre as faixas para manter a continuidade, mesmo que você resolva interferir durante a execução, parando uma música e forçando o início de outra.

A interface é realmente simples, como você pode ver no vídeo abaixo. Toque para colocar a música na playlist, segure e arraste para mudar a ordem, arraste para tocar ou pausar. Você também pode configurá-lo para passar a tocar automaticamente alguma playlist do seu iTunes no caso de a sua seleção especial acabar antes da festa.

Outro toque interessante para o uso durante festas é que a fila de músicas para execução é exibida na tela de travamento, assim você pode deixar o iPhone (ou iPad, ou iPod Touch) bloqueado e ninguém precisa ter a sua senha para ver o nome da música que está tocando ou o que virá depois.

Vale lembrar: se você levar o seu iPhone com a playlist de festa e mais o cabo P2–P2 e o adaptador P2–P10 da foto acima, poderá tocar as músicas em estéreo em qualquer aparelho de som doméstico com entrada para microfone. Mas se for festa anos 80, não esqueça: os meninos precisam levar bebida, e as meninas precisam levar salgadinho.

Party Monster, para iPhone, iPad e iPod Touch, na App Store.

O novo joystick para iPhone da Logitech é uma ótima notícia, ainda que possa não existir de verdade

O início de uma nova safra de controles para jogos no iOS, padronizados, oficialmente suportados e bem planejados: não importa se o modelo da Logitech é verdadeiro ou não, a notícia permanece sendo boa para quem joga no iPhone.

Eu não acredito em rumores de lançamento de acessórios enquanto eles não se materializam na forma de produtos à venda, e certamente ainda não é o caso deste controle de jogos para iPhone da Logitech que "vazou" via @evleaks.

Mas é fora de dúvida que teremos controles oficialmente suportados em breve: durante o WWDC, há poucos meses, a Apple os mencionou rapidamente ao público em geral1, e publicou oficialmente as especificações do framework que irá suportá-los. Eu acho a ideia ótima, inclusive porque já faz mais de 2 anos que eu publiquei meu manifesto contra os joysticks virtuais que assolam boa parte dos jogos para iPhone.

Descobrir se o modelo da Logitech é real não é a parte importante da questão

Como os controles vão existir, é provável que a Logitech esteja mesmo experimentando ou preparando-se para lançar algum deles, e até é possível que a imagem "vazada" pelo @evleaks corresponda a algum deles – possivelmente ao modelo low end, já que a documentação da Apple sobre os novos controles de jogos mostra ao menos 2 possibilidades: (1) com só 1 par de botões frontais e sem sticks e (2) com 2 pares de botões frontais e com sticks. O controle da foto é o caso 1, e a imagem abaixo é a ilustração oficial do caso 2:

Se ela não estiver, alguem estará, e esses controles têm algumas características bem interessantes, segundo o que tenho lido em notícias:

  • Ao contrário da maioria dos controles hoje existentes, que simulam um teclado Bluetooth, essa nova safra pode se comunicar com o iOS diretamente pela porta de sincronização do aparelho, reduzindo a latência e ampliando a responsividade dos botões e direcionais.
  • Agora há uma API padrão, de forma que os desenvolvedores de jogos só precisam se preocupar em suportá-la, e automaticamente suportarão todos os dispositivos dos variados fabricantes que resolvam criar controles alinhados a ela.
  • Ao contrário de aparelhos no estilo celular+videogame, como o icônico (e malfadado) Nokia Ngage, o uso frequente como videogame não precisa prejudicar o uso como smartphone, pois você pode vestir e despir o controle ao redor do aparelho quando quiser.
  • Ao contrário de vários videogames portáteis atuais, ele cabe bem no bolso, e geralmente está ao seu alcance – ainda que sem o acessório, o que não impede o jogo! – quando surge a oportunidade para uma partida rápida.

Assim, fica aqui o registro da minha opinião como consumidor: lancem logo os acessórios dessa categoria, para que eu possa escolher o que melhor me atende, aguardar a encomenda chegar ao Brasil, e começar a usar!

 
  1.  Fora o que ocorreu nas sessões reservadas com os desenvolvedores credenciados, claro.

Mais acessados:

Artigos recentes: