Alerta de malware: previna-se contra o novo bug do Java

Se você tem o Java 7 instalado em seu computador, atenção: uma falha recém-descoberta neste sistema (e ainda não corrigida pela Oracle, que é seu fornecedor e a princípio recusou-se a comentar) está sendo ativamente explorada por malfeitores.

A infecção dos computadores é drive-by, ou seja, pode ocorrer sem intervenção do usuário, pela simples visita a um site infectado (e a infecção pode ocorrer mesmo sem o consentimento do proprietário do site) usando um navegador web com o plugin Java ativado.

Por enquanto os ataques detectados se concentram em explorar o alvo mais amplo: os usuários de Java em ambientes Windows.

Mas a ComputerWorld testou e confirmou que a mesma vulnerabilidade está presente quando o Java está rodando no Mac e no Linux, o que permite imaginar que em breve alguém terá a ideia de fazer um malware multiplataforma ou mesmo algum voltado especificamente aos usuários de Java no Mac, como foi o caso do malware Flashback, em abril.

Verificando e prevenindo

Vale mencionar que o Java não faz mais parte da instalação do OS X desde o lançamento do Lion, no ano passado.

Mesmo no caso dos usuários que ativaram o Java por meio dos recursos do próprio OS X, a probabilidade maior é que eles tenham o Java 6, que (segundo informações preliminares) não tem a mesma vulnerabilidade.

Eu não instalei o Java diretamente a partir do site da Oracle, e a tela acima do utilitário Preferências Java (disponível em em Aplicativos / Utilitários) mostra que o Java presente em meu Mac por meio das ferramentas do sistema é da versão 6 e, mais importante que isso para evitar infecções tipo drive by, que o plugin correspondente está desativado nos navegadores.

Se preferir ativar/desativar diretamente nos navegadores, também é possível. No Safari é em Preferências | Segurança | Ativar Java, no Firefox é em Tools | Addons | Plugins, e no Chrome você pode visitar a URL especial chrome://plugins/

A próxima atualização programada do Java está marcada pela Oracle para outubro, e não se sabe ainda se haverá correção antes disso. Não há razão para medidas extremas, apenas prevenção, pois no momento a exploração ativa da vulberabilidade no Java dos Macs é apenas potencial.

Por via das dúvidas, vou continuar mantendo o plugin Java desativado, como mencionei recentemente na minha coluna no TechTudo, e recomendo que você verifique cuidadosamente a sua situação, e ao detectar risco passe a ativar o Java apenas para acessar sites em que tenha confiança.

Em todos os casos, pode valer a pena ficar atento a novas notícias e orientações por parte da Oracle ou do fornecedor das suas soluções de segurança.

Atualização: alguns dias depois da publicação deste artigo, a Oracle publicou uma atualização do Java 7 que corrige a vulnerabilidade.

Tweetbot alfa para Mac é a primeira vítima das novas regras do Twitter

Com a suspensão dos downloads do Tweetbot (alfa) para Mac, as novas regras do Twitter que limitam de várias formas o que os desenvolvedores externos podem fazer em apps de acesso ao serviço acabam de fazer sua primeira vítima – ou ao menos a primeira vítima visível para mim.

Escrevi recentemente sobre a qualidade do TweetBot para Mac que, mesmo sendo uma versão em desenvolvimento e não um produto acabado, já começou a substituir o TweetDeck (que pertence ao próprio Twitter, não é um app de terceiros) como minha preferência para acesso ao serviço no Mac.

E agora a notícia que vem da Tapbots é lamentável: em resumo, eles cancelaram os downloads da versão alfa para Mac, e deixaram clara a razão: como agora o Twitter impõe a eles um número limitado de ativações de usuários, eles não querem usar este limite em mais usuários da versão de desenvolvimento.

Em outras palavras, quem pegou, pegou. Os demais que poderiam vir a aproveitar as versões pré-lançamento terão de esperar mesmo pelo lançamento da versão final (que continua confirmado para breve, segundo o mesmo link acima, que traz mais detalhes sobre a situação), ou o Twitter atender as solicitações dos desenvolvedores de liberar acesso fora da cota para a continuidade da versão alfa.

Que péssima notícia, espero que não seja o prenúncio do que acontecerá a outros clientes bem-sucedidos, como o Flipboard.

Mais de uma biblioteca do iTunes no mesmo computador: como fazer

O leitor E. S. me encontrou no elevador e apresentou a seguinte dúvida:

Eu e minha esposa compartilhamos um mesmo Mac, sem ter usuários separados para cada um. Mas gostaríamos de ter bibliotecas de músicas do iTunes separadas, para cada um ouvir no computador (e sincronizar com outros aparelhos) só as suas favoritas, e não as do outro. Tem como fazer?

Tem sim como ativar múltiplas bibliotecas do iTunes no mesmo Mac, e não é complicado: basta encerrar o iTunes (pelo menu ou pressionando ⌘+Q) e iniciá-lo novamente com a tecla Option pressionada. O iTunes apresentará a seguinte tela:

A partir daí as opções são simples: na primeira vez você cria a biblioteca adicional, e nas próximas vezes (sempre iniciando o iTunes com o Option apertado) simplesmente escolhe qual das bibliotecas deseja usar.

A dica é oficial da Apple, e vem acompanhada de uma sugestão: acostumar-se a lembrar de fechar o iTunes quando terminar de usar, reduzindo a chance de o outro usuário inadvertidamente sincronizar seu iPhone com a biblioteca errada que já estava aberta antes de ele começar a usar o computador.

Launchpad do OS X: organizando para a produtividade

Mesmo preferindo rodar aplicativos a partir da Dock ou do teclado (com ajuda do app Alfred), descobri como tirar proveito do Launchpad, o lançador de aplicações "estilo iPad" que surgiu no OS X Lion e continua presente no Mountain Lion.

Na imagem acima (que ilustra o Launchpad no site da Apple) você o vê na parte de cima, com a Dock em seu local habitual, na parte de baixo. Mas aproveitá-los melhor é uma questão de harmonizar e combinar, como veremos a seguir.

Comprovando, aliás, que até um recurso rejeitado a princípio pode encontrar o interesse dos usuários, se continuar sendo empurrado nas configurações default do sistema, nos ícones default da Dock e até com uma tecla dedicada nos teclados da empresa ツ

Por que rejeitei o Launchpad a princípio

Uma das várias heranças que o iOS trouxe do iPad para o OS X dos Macs, o Launchpad é uma interface típica do estágio atual das interfaces touchscreen, em que há ícones similares aos das interfaces desktop (só que geralmente maiores), mas opera em tela cheia, não há menus de contexto, ações adicionais (como arrastar um ícone de arquivo para um ícone de aplicativo e assim abri-lo nele), livre reposicionamento: os ícones estão lá para lançar os aplicativos correspondentes, e pouco mais do que isso pode ser feito.

Eu até gosto de interfaces touch mas, assim como nos casos das interfaces desktop tradicionais e das interfaces via Terminal, ela tem seu ambiente, e não necessariamente se aplica igualmente a outros. A Apple deve ter suas razões para trazer elementos dela ao OS X desde já, mas eles não necessariamente se traduzem em grande conforto para mim no momento.

Para completar, a forma como o Launchpad se auto-organiza, se você não interferir, não ajuda muito: novos apps instalados vão se acumulando em múltiplas telas acessíveis via paginação lateral, sem grande exercício lógico: na organização default do Launchpad meu iMac, por exemplo, havia componentes do MS Office espalhados por várias telas do lançador, apesar de ele ter sido instalado da forma tradicional (ou seja, de uma vez só).

Eu estou afirmando que ele é uma solução ruim? Não, e até imagino que quem esteja livre dos hábitos que formei em interfaces desktop nas décadas anteriores tire proveito dele muito bem, organizando os apps em múltiplas páginas e até tirando proveito dos atalhos de teclado para seleção que ele agora (no Mountain Lion) oferece.

O meu ponto é que ele surgiu como uma forma nova de fazer o que eu já fazia, mas não se apresentou de uma forma muito convincente para o meu caso de uso (embora para mim esteja claro que o público-alvo dele é formado muito mais por quem chega ao OS X vindo do iPad, e assim se sente mais em casa).

A utilidade do Launchpad até para um geek rabugento saudoso dos anos 90

Abri este artigo com 2 elementos importantes para entender o que vem a seguir:

  1. o fato de eu já estar bem satisfeito em rodar aplicativos a partir da Dock e do app Alfred (que permite chamá-los digitando as letras iniciais dos seus nomes), e
  2. a percepção de que o Launchpad continuará presente (em ícone, em gesto default e até em tecla física nos MacBooks) e em evidência.

Percebi a utilidade do Launchpad no meu caso de uso a partir de notar uma insuficiência na forma como eu fazia uso do meu conjunto de ferramentas: a Dock com excesso de ícones se torna confusa (e os recursos para organizá-la são limitados), e chamar os aplicativos via teclado não é útil quando não se consegue lembrar os nomes deles, algo que acontece com ferramentas recém-chegadas ou raramente utilizadas.

E é aí que o Launchpad entra em cena, e ironicamente em um cenário compatível com a descrição oficial da Apple, que o coloca como complemento (e não sucessor) da Dock.

Assim, na minha prática, o Launchpad virou um lugar para:

  1. colocar os ícones dos apps que formavam o excesso na própria Dock, e
  2. deixar expostos (e categorizados) os apps recém instalados ou raramente usados, cujos nomes não sejam memoráveis o suficiente para facilitar o uso via Alfred.

Além disso, ele teve uma terceira utilidade bem prática para mim, embora talvez não seja um caso comum: "escondeu" fora da Dock (mas mantendo acessível) o ícone da Mac App Store, que me atrapalhava pela similaridade com o ícone default do iTunes.

A imagem alguns parágrafos acima mostra a primeira tela do meu Launchpad, na qual você pode ver que há poucos ícones expostos (são os antigos excessos da minha Dock), e muitas pastas categorizando os demais apps. E a partir daí, a tecla F4 do meu MacBook passou a ter sua utilidade justificada ツ

Para fechar, 3 dicas extras:

  • Para criar pastas no Launchpad, faça como no iPad: basta arrastar um ícone para cima de outro.
  • O nome da pasta é editável clicando no mesmo quando ela está aberta.
  • E é possível localizar rapidamente um app do Launchpad simplesmente digitando as letras iniciais do seu nome (não é preciso clicar antes no campo de busca no alto da tela do Launchpad).

E bom uso deste recurso default do OS X!

Emulador de SNES para Mac: BSNES

O BSNES revive com categoria os jogos do Super Nintendo no seu Mac, seguindo a tradição dos emuladores de videogames que permitem voltar a apreciar as emoções e a diversão dos jogos de décadas passadas.

Ao contrário de outros emuladores "clássicos" que exigem passos complicados de instalação e configuração, com o BSNES é só fazer o download e jogar - ele vem com 3 pacotes diferentes, com um otimizado para desempenho, outro para a compatibilidade e o terceiro para a acurácia da emulação. Basta escolher um, clicar e rodar.

Ele também tem a vantagem de ser compatível com o Lion e o Mountain Lion, algo que não ocorre com alguns outros emuladores "clássicos". Como ele não vem assinado, talvez você precise rodá-lo clicando com o botão direito e selecionando Abrir (ao invés de simplesmente clicar com o botão esquerdo) para ter a opção de executar aplicativo de desenvolvedor não identificado pelo Mountain Lion.

Após abrir, basta selecionar um arquivo corresponde à ROM de algum dos seus cartuchos de SNES, e ele executará. Nas preferências, segundo a dica do OS X Daily (que eu atendi), pode valer a pena selecionar as opções Effect Size como 2x e Effect Type como Super 2xSal para poder redimensionar a tela mais confortavelmente.

A partir daí, é só jogar. Divirta-se!

Terminal: Repetindo o último argumento do comando anterior, usando o bang-dollar

O !$ ou bang-dollar é um daqueles atalhos que ajudam a economizar quilômetros de digitação.

A sintaxe comum a boa parte dos comandos que são executados no Terminal faz com que seja frequente encontrar situações em que o último argumento do comando anterior seja repetido no próximo comando, como nos exemplos a seguir:

ls -l sistema-3.8.2-pre
tar zcvf sistema-3.8.2-pre.tar.gz sistema-3.8.2-pre
mkdir projeto
cd projeto
cp example.conf wordpress.conf
nano -w wordpress.conf
ping -c1 servidor.com.br
ssh fulano@servidor.com.br

Trata-se de uma situação tão comum, que mereceu inúmeros atalhos e formas alternativas de ter de evitar a redigitação. Para quem já aprendeu, na semana passada, a usar o bang bang (!! ou dupla exclamação) para repetir um comando inteiro como argumento do próximo, provavelmente a alternativa mais simples de memorizar será o !$ (que, pela tradição tipográfica dos EUA, recebe o título de bang dollar).

O funcionamento do bang dollar é fácil de entender, pois simplesmente executa o novo comando substituindo o !$ pelo último parâmetro do comando anterior (mostrando antes, numa linha à parte, como ficou o comando após a substituição). Repetindo os exemplos acima:

ls -l sistema-3.8.2-pre
tar zcvf !$.tar.gz !$
mkdir projeto
cd !$
cp example.conf wordpress.conf
nano -w !$
ping -c1 servidor.com.br
ssh fulano@!$

Se você quiser ver o resultado da substituição antes de confirmar o novo comando, pressione ESC Control+E (ou seja, primeiro a tecla ESC separadamente, depois Control e E ao mesmo tempo).

Uma alternativa um pouco diferente no mecanismo, mas que nos casos comuns tem o mesmo efeito (exceto pela ausência de impressão do comando expandido antes de executá-lo), é usar a variável no lugar da expansão !$.

Ao invés de inserir uma expansão ou variável, você também pode inserir na posição do cursor o último parâmetro do comando anterior usando um atalho de teclado. O ESC. (ou seja, a tecla ESC seguida de um ponto) é um deles, e funciona na configuração default do Mac.

E já que você está memorizando expansões baseadas no ponto de exclamação, aqui vão mais duas:

  • !* expande para o conjunto completo de parâmetros do comando anterior
  • !:n (onde n é um número) expande para o n-ésimo parâmetro do comando anterior. Por exemplo, !:3 é o terceiro parâmetro, !:5 é o quinto parâmetro, e assim por diante

Estes são apenas exemplos simples da expansão de parâmetros do shell Bash (default do Terminal do OS X) e de outros que adotam as mesmas convenções, mas também estão entre os mais úteis no dia-a-dia, e podem poupar bastante digitação. Aproveite!

(PS: Certamente voltaremos ao assunto dos atalhos do Terminal, mas se você quiser ir se adiantando, a documentação do Bash tem bastante informação interessante e atualizada sobre maneiras de economizar tempo e digitação ツ)

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