Mac Mini: vale a pena?

Mac mini 2012 já está à venda no Brasil trazendo nova geração de processadores Intel Ivy Bridge, suporte a USB 3.0, nova placa de vídeo e o mesmo formato compacto do Mac com preço mais baixo à venda no Brasil. Vale a pena? Veremos em detalhes a seguir.

O Mac mini 2012 foi anunciado no final de outubro e já está à venda no Brasil em 2 modelos básicos:

  • Mac mini com Core i5 de 2,5GHz: CPU Intel Core i5 dual core de 2,5GHz (Turbo Boost até 3,1GHz, e com 3MB de cache L3), Disco rígido de 500GB.
  • Mac mini com Core i7 de 2,3GHz: CPU Intel Core i7 quad core de 2,3GHz (Turbo Boost até 3,3GHz, e com 6MB de cache L3), Disco rígido de 1TB.

Ambos os modelos possuem GPU (hardware gráfico) Intel HD Graphics 4000 integrada à CPU e vêm pré-instalados com o OS X Mountain Lion. Em ambos você encontra 4GB de memória RAM, mas é possível adquirir na Apple Store online configurações opcionais já com 8GB (é a que eu uso) ou 16GB de RAM.

No caso do segundo modelo, é possível adquiri-lo na Apple Store online brasileira em configuração personalizada substituindo o disco rígido por uma unidade SSD de 256GB, ou um Fusion Drive (híbrido de HD e SSD) de 1TB. Também existe uma opção pré-instalada com o OS X Server, que vem com 2 unidades de disco rígido de 1TB.

Por fora eles os 2 minis são idênticos, e quase iguais também ao modelo imediatamente lançado em 2011: uma caixa de alumínio com o logotipo da Apple em cima, um led na frente e todas as portas na parte traseira.

E não são poucas portas, pois temos:

  • uma porta Thunderbolt (que permite tráfego de dados até 10Gbps, inclui compatibilidade nativa com Mini DisplayPort, e permite usar adaptadores para vídeo DVI e VGA),
  • uma porta HDMI nativa (áudio multicanal e vídeo),
  • 2 portas de áudio (entrada e saída/fone de ouvido, ambas compatíveis com pinos analógicos tradicionais e também com conectores digitais mini-TOSlink - e a saída de fone de ouvido também é compatível com os fones de iPhone, com microfone e comandos inline)
  • 1 porta FireWire 800
  • 4 portas USB 3.0
  • 1 slot para cartão SD (SDXC)
  • 1 porta de rede cabeada Gigabit Ethernet (10/100/1000BASE-T, com conector RJ-45)

Além das portas para conexões físicas, temos ainda receptor de infravermelho (frontal), rede Wi-Fi (sem fio 802.11n, compatível com IEEE 802.11a/b/g) e suporte a Bluetooth 4.0.

Como nos modelos anteriores, a fonte de alimentação é interna, silenciosa e econômica (é o desktop com menor consumo de energia do mercado), e a parte de baixo é uma tampa giratória que, se removida, oferece acesso fácil aos slots SO-DIMM de memória.

Teclado e mouse USB geralmente são compatíveis, embora teclados com cedilha (modelo ABNT-2, diferentes dos modelos oferecidos pela Apple) possam exigir configuração. No meu mini eu uso e aprecio o teclado Apple sem fio e o Magic Trackpad.

A caixa traz os itens da imagem acima: o próprio Mac mini, um adaptador de HDMI para DVI, e o cabo de alimentação (100 a 240V, 50 a 60Hz).

O OS X Mountain Lion já vem instalado, incluindo os apps acima, mais o iTunes e o pacote iLife (iPhoto, iMovie e GarageBand).

A compra na rede autorizada dá direito a 90 dias de suporte telefônico gratuito e garantia limitada de um ano, expansíveis por meio de um plano de serviços (opcional) de 3 anos de duração.

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Cenários de uso

A pergunta "Mac mini vale a pena?" surge em vários contextos comuns: pode ser o “primeiro Mac” de alguém que quer experimentar o OS X aos poucos, por exemplo. Mas também pode ser uma central multimídia para a sua sala de TV, ou um servidor compacto rodando o OS X Server, ou um desktop que já vem com o OS X mas custa bem menos que um iMac (especialmente se você aproveitar o monitor que já tem!), por exemplo.

Apesar de suas dimensões reduzidas, o Mini pode formar bons desktops, e se encaixa também em vários outros papeis nos quais a criatividade dos usuários o coloca.

O meu desktop do home office é um iMac, mas durante um longo período o lugar que hoje é dele foi ocupado por um Mac Mini (modelo 2009), que chegou aqui meio por acaso: movido pela intensa frustração com um PC que se recusou a funcionar num fim de semana em que eu precisava muito dele, peguei o Mac Mini que estava na sala e servia como central de entretenimento da casa e coloquei-o como desktop provisório.

Era para ser uma solução rápida até poder consertar o outro PC na segunda-feira, mas em vista do resultado acabou ficando permanente: o Mac Mini (modelo 2009, a geração final antes dos atuais Mac Minis com o gabinete unibody inaugurado no ano passado) ficou como desktop por pouco mais de um ano, rodando valente em 2 monitores tudo que eu precisei (até mesmo ferramentas de desenvolvimento, máquinas virtuais, edição de filmes e mais).

Hoje este Mac Mini 2009 não é mais meu, mas continua na família, servindo como desktop em um escritório aqui perto. Ele foi sucedido na minha escrivaninha em 2010 por um iMac (cujo desempenho já é equiparado ao Mac mini 2012 com processador Core i7...), mas durante seu tempo de serviço como meu principal desktop, ele funcionou com o teclado, mouse e monitor que eu já tinha na mesa, e que antes estavam conectados ao PC anterior, sem problemas nem sustos, desde o primeiro boot.

Não sou o único usuário de Mac na casa, então ainda temos um Mac Mini (modelo 2010, unibody) em funcionamento diário ali na sala como central de entretenimento, e com o lançamento do novo modelo 2012, é provável que em breve ocorra um upgrade em cascata na família ツ

Mas o desktop nosso de cada dia não é a única alternativa: no artigo "Mac Mini: modo de usar" você encontra relatos de outros usuários satisfeitos do Mac mini, em tarefas adicionais como:

  • Central de entretenimento (com um detalhe importante: a ausência do drive faz dele uma má escolha para quem quer trabalhar com DVDs no computador),
  • Estação de desenvolvimento de software
  • Servidor doméstico, departamental ou de nuvem privada
  • Sistemas embarcados
  • Estação para auditórios e apresentações
  • Desktop de escritório
  • Acesso remoto

e mais.

Para mais um caso de uso, o artigo "Mac Mini como media center: relato de um usuário satisfeito" descreve a experiência recente de um leitor do BR-Mac.

Desempenho do Mac mini 2012

Boa parte do diferencial de desempenho do Mac mini 2012 pode ser atribuído aos processadores Ivy Bridge, que fazem sua primeira participação nesta linha de computadores.

A tecnologia Hyper Threading aumenta a eficiência do uso dos recursos da CPU. No modelo mais básico, com processador Core i5 de 2,5GHz, o sistema permite gerenciar 4 núcleos virtuais de processamento, enquanto no modelo que vem com processador i7 são 8 núcleos virtuais.

Além disso, o recurso Turbo Boost permite ao sistema acelerar a execução bem além da velocidade nominal da CPU quando necessário: o modelo com CPU Core i5 de 2,5GHz pode ir até 3,3GHz, e o modelo com Core i7 de 2,3GHz pode ir até 3,3GHz.

Já vimos no comparativo de desempenho de todos os Macs que a diferença entre os 2 modelos é considerável no score do teste SpeedMark 8, que mede desempenho em tarefas comuns do dia-a-dia, e a tabela a seguir mostra como ambos os modelos se posicionam em relação aos demais modelos de sua categoria:

Algumas observações:

  • o modelo com processador i5 teve score de 131, pouco acima do MacBook Pro de 13 polegadas mais básico de 2012, e
  • o modelo com processador i7 ficou com 164 pontos, quase empatando com o MacBook Air de 13 polegadas de 2012, e à frente dos modelos básicos 2012 do MacBook Pro 15 polegadas, MacBook Air de 11 polegadas e dos 2 modelos básicos 2012 de MacBook Pro de 13 polegadas.

Para tarefas em que a velocidade da CPU (e não o disco) é o determinante do desempenho, a vantagem a favor do modelo com i7 é ainda mais evidente. Segundo os testes feitos nos laboratórios da MacWorld que embasaram a tabela acima:

  • No teste MathematicaMark, a vantagem do modelo com i7 foi de 72%
  • No teste de CPU do Cinebench, o modelo com i7 demorou 51% de tempo a menos para completar.

Já no que diz respeito ao desempenho gráfico, o resultado é intermediário: a nova Intel HD Graphics 4000 (integrada à CPU) é bem mais rápida (27%, ao jogar Portal 2) que a HD Graphics 3000 do modelo anterior, mas não chega a alcançar o desempenho da placa Radeon que vinha em um dos modelos de 2011.

Diferenças em relação ao Mac mini 2011

As diferenças do Mac mini 2012 (anunciado no final de outubro) em relação à geração anterior do Mac mini (a primeira com portas Thunderbolt e sem drive de DVD, lançada em julho de 2011) são menos evidentes do que a evolução ocorrida no ano passado, mas importantes:

  • as CPUs Intel Core i5 e Core i7 passaram da geração Sandy Bridge para a Ivy Bridge, mais recente e avançada,
  • a placa de vídeo Intel HD 3000 do modelo básico foi substituída pelo modelo Intel HD 4000, mais rápido, que agora também está presente no modelo avançado (que anteriormente vinha com uma AMD Radeon, mais rápida que a HD 4000 e agora indisponível), e
  • as portas USB receberam o upgrade de desempenho propiciado pelo padrão USB 3.0.

Concluindo: o Mac mini vale a pena para você?

Para um novo usuário de Macs, talvez o aspecto mais interessante que ainda falta destacar no Mini é que ele vem com o sistema operacional e os aplicativos iniciais pré-instalados – de modo geral, você pode ter a expectativa de tirá-lo da caixa, ligar na tomada, conectar a um monitor DVI ou HDMI, teclado e mouse USB e a uma rede (com cabo ou sem fio) e começar a explorar e se adaptar (mas se a redução de configurações iniciais forem o seu critério, é possível que optar por usar um teclado da Apple seja o mais adequado).

Por ser ’mini’ muitos usuários imaginam que o desempenho dele está abaixo de todos os demais Macs do mesmo ano, mas já vimos acima que isto não é bem a realidade: o modelo com processador i5 ganha do MacBook Pro de 13 polegadas básico no teste de desempenho de uso geral SpeedMark, e o modelo com processador i7 ganha de 3 modelos de MacBook Pro e de 1 modelo de MacBook Air, todos de 2012.

E ele tem outras vantagens menos evidentes em uma mera olhada nas fotos e tabelas: consome relativamente pouca energia (a fonte usa meros 85W, ou 11W quando ocioso), é silencioso até mesmo quando liga a ventoinha, ocupa pouquíssimo espaço na mesa, e é o Mac atual que você pode comprar ao menor preço – R$ 1200 abaixo do MacBook mais barato, pelo preço de tabela da Apple Store no Brasil.

Por outro lado, há também algumas desvantagens: a possibilidade de upgrade de hardware pelo próprio usuário é bastante limitada se comparada a um PC, a conexão aos ainda comuns monitores VGA exige um adaptador não incluído, a ausência do drive de CD e DVD possivelmente desestimula o upgrade para quem já tem um Mac Mini de modelos pré-2010 servindo como media center, e o fim da possibilidade de optar por uma placa de vídeo AMD Radeon limita a compatibilidade com alguns jogos atuais para Mac.

Em resumo: para mim vale a pena. Eu tenho, já usei diariamente, ainda uso com frequência, e provavelmente providenciarei o upgrade para o modelo deste ano, para aproveitar o salto no desempenho da CPU. Recomendo que você avalie o produto de acordo com as suas próprias necessidades e interesses, e espero ter dado uma descrição objetiva dos recursos dos Minis para que você possa compreender o potencial do equipamento e compará-lo com as outras alternativas que estiver considerando!

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