Arq 4: nova versão do aplicativo de backup remoto em que você pode ser dono do armazenamento

O Arq se aproxima cada vez mais dos recursos que usuários avançados usam em seus scripts de backup, mas continua sendo fácil de configurar e de usar.

Se vale a pena armazenar, vale a pena ter um backup. Eu me esforço para ter sistemas automatizados de backup que garantam a sobrevivência dos meus dados, fotos, artigos, declarações do IRPF, programas e outros conteúdos mesmo se o meu computador for levado embora ou inutilizado.

Faço isso das 2 maneiras usuais: com uma cópia em um HD externo local (rápido de recuperar, mas sujeito aos mesmos riscos que o computador ao qual está preso) e outra remota, feita via Internet (fora do meu controle direto, mas que pode sobreviver mais facilmente ao ladrão ou enchente que um dia levarem meu computador).

Ambas as alternativas foram fáceis e baratas de configurar, e funcionam de forma completamente automática, sem que eu tenha que olhar para elas jamais, a não ser que surja a necessidade de recuperar arquivos. Eu expliquei como fiz: em “Como fazer backup do seu Mac, em 3 passos simples” estão as dicas do backup local via Time Machine (grátis, exceto pelo preço do HD externo), e em “Backup no Mac: faça antes que você precise” estão as dicas do backup "na nuvem" via BackBlaze (US$ 5 por mês).


Antes de optar pelo BackBlaze eu testei várias opções de backup remoto (quem acompanha o @brmacblog de longa data acompanhou), e algumas outras estiveram próximas de serem escolhidas.

Uma delas era o Arq, um utilitário que se encarrega de manter um backup dos arquivos do seu Mac numa unidade de armazenamento Amazon S3 que você mesmo controla (e paga diretamente).

A configuração inicial do Arq é bem menos simples que a do facílimo BackBlaze, mas essa complexidade adicional oferece alguma flexibilidade e controles adicionais que os usuários intermediários e avançados certamente podem valorizar.

Acontece que, na época dos testes, as opções de armazenamento do Arq eram bem engessadas e ainda não ofereciam o acesso (bem mais rápido para nós, brasileiros) à instância brasileira do Amazon AWS, que havia sido inaugurada algumas semanas antes – algo que não combinava com o próprio ponto forte da ferramenta para mim, que era a flexibilidade. E assim ele acabou não sendo aprovado.

Faz tempo que isso mudou e o Arq passou a oferecer suporte a mais instâncias do Amazon S3, mas para mim a oportunidade já passou e sou um feliz usuário do BackBlaze.

Se não for o seu caso, entretanto, a versão 4 do Arq, recém-lançada, pode merecer atenção especial.

Backup sob seu controle, ou aproveitando uma opção que você já tem e não usa.

Entre outras novidades, essa nova versão oferece bem mais opções de destino de armazenamento. Além dos tradicionais serviços S3/Glacier do Amazon AWS, você pode escolher ou definir um servidor S3-compatível oferecido por terceiros (greenqloud, dreamhost objects, etc.), um Google Cloud Storage ou mesmo um servidor SSH/SFTP qualquer.

Escolhendo a última opção – SSH/SFTP – você pode facilmente ter um backup remoto integralmente sob seu controle (na sua rede, com seu hardware, etc.), ou aproveitar melhor a área de backup de um provedor de armazenamento barato – a minha conta no Dreamhost é das mais baratas e permite oficialmente até 50GB para backup de quaisquer computadores via SFTP, "por fora" do espaço oferecido exclusivamente para armazenamento de websites.

Você pode até mesmo ir além e definir múltiplos servidores de backup, seja para maior redundância, ou para ter determinados arquivos em um, e os demais arquivos em outro.

Além dos novos recursos relacionados aos servidores, o Arq tem mais novidades que lembram opções comuns de scripts de backup de usuários avançados: relatórios por e-mail, ativação apenas quando determinadas redes sem fio puderem ser detectadas, e definição de horários em que a conexão não deve ser usada.

Em suma, o BackBlaze continua sendo a minha indicação para usuários em geral, mas com sua versão 4 o Arq passou a merecer muito mais a minha atenção quando se trata de aplicativo de backup para usuários intermediários e avançados.

Como criar uma pasta compartilhada do iTunes para toda a família

Um guia passo-a-passo para integrar em uma mesma pasta todas as bibliotecas do iTunes dos usuários da sua família, sem obrigar nenhum deles a abrir mão da individualidade da sua coleção de músicas, seriados e filmes.

Se o seu Mac tem vários usuários, ou se você tem vários Macs na família, armazenar o conteúdo do iTunes em uma pasta compartilhada entre todos é uma forma de economizar espaço (o que pode ser mais importante do que parece) e tempo/esforço para replicar as músicas e vídeos.

Guardar os arquivos em uma pasta compartilhada não impede que cada um dos usuários tenha a sua própria biblioteca, mostrando só a parte dos arquivos que lhe interessa – ou seja, o irmão mais velho não vai ter a surpresa de ouvir as músicas do Glee da irmãzinha numa playlist aleatória, e esta não vai ter os clássicos do AC/DC dele incluídos involuntariamente nas suas listas do Genius.

O leitor Evaristo Amaral escreveu para o BR-Mac com o relato a seguir:

[No meu] roteador tenho plugado um HD externo, onde tentei e por fim arrumei toda a minha biblioteca de músicas, mas por segurança ainda tenho em ambos os Macs a pasta iTunes, que consome grande espaço. Esse teu último post no Br-Mac, que demonstra que aumentar o espaço livre no HD dos Macs faz diferença me deixou, por assim dizer, atiçado. Queria então re-configurar meus iTunes (de ambos Macs) para que somente utilizassem a biblioteca externa, mas tenho receio de perder alguma coisa (ou ainda, remover tudo e recomeçar). Já li diversos posts na internet e até no Br-Mac, mas se possível e se não fosse uma chateação, que me auxiliasse nisso, mesmo sabendo que a decisão é minha.

Sempre que um usuário transfere grande volume de dados entre locais diferentes, há razão para o receio, e a cautela do Evaristo é justificada 😃 – vamos, portanto, repassar os passos necessários a essa transferência de biblioteca para uma área compartilhada.

A pasta comunitária pode ficar na pasta "Compartilhado", no /Users do seu Mac – ou em um disco compartilhado em rede local, se for para acesso por mais de um Mac.

Passo 1: selecione o local da biblioteca compartilhada. Se todos os usuários acessam um mesmo Mac, você pode criar uma nova pasta dentro da pasta Compartilhado, que fica dentro da pasta /Users do seu Mac. Se eles usam Macs diferentes, crie a pasta em algum disco que esteja compartilhado na rede local, seja ele o de algum dos Macs, ou um HD externo conectado a um roteador com recurso de compartilhamento de disco, como é o caso do Evaristo.

Passo 2: Informe ao iTunes a localização da nova pasta. Vá nas Preferências do iTunes (+,), aba Avançado, mantenha selecionadas as opções "Manter a pasta iTunes Media organizada" e "Copiar arquivos para a pasta iTunes Media ao adicioná-los" e pressione o botão "Alterar..." para mudar o local da pasta iTunes Media para a pasta que você criou no Passo 1. Confirme a operação quando solicitado.

Passo 3: Consolide e organize a biblioteca: É possível que alguns dos arquivos atuais do seu iTunes tenham sido incluídos na Biblioteca mas mantidos na pasta original em que se encontravam, sem cópia. É hora de garantir que todos eles também serão levados para a nova pasta compartilhada, e você fará isso selecionando a opção "Consolidar arquivos" no menu Arquivo > Biblioteca > Organizar Biblioteca. Se a opção "Reorganize arquivos" estiver disponível, selecione-a também – uma organização caprichada será bem útil para manter a sua sanidade no passo seguinte.

Passo 4: Repita os passos 2 e 3 para cada usuário. Os passos 2 e 3, acima, precisarão ser repetidos para cada usuário e biblioteca do iTunes que você quiser integrar à sua organização centralizada/compartilhada. Se algum dia quiser adicionar outros, repita os mesmos passos, não há problema em fazê-lo posteriormente.

Passo 5: Inclua na sua Biblioteca os arquivos dos outros usuários. Ao completar o Passo 4, todos os usuários terão copiado suas Bibliotecas para uma pasta centralizada, mas cada um continuará tendo (ou "enxergando") apenas os conteúdos que tinham antes dessa operação de união. Para ter acesso aos conteúdos (músicas, vídeos, etc.) que foram incluídos pelos demais, use o menu Arquivo > Adicionar à Biblioteca, e selecione as pastas ou arquivos correspondentes dentro da pasta compartilhada criada no passo 1.

O armazenamento é compartilhado, mas as bibliotecas de cada usuário permanecem individuais.

No Passo 5 você pode adicionar a pasta inteira de uma vez só, se quiser, mas isso não significa que futuras adições pelos demais usuários irão ficar automaticamente visíveis na sua Biblioteca. Repita o Passo 5 sempre que algum usuário incluir algo que você deseja ter na sua Biblioteca.


Lembre-se: compor uma coleção consistente a partir de fragmentos que anteriormente eram mantidos em separado dá trabalho que não necessariamente pode ser completado automaticamente.

Na hora de juntar e consolidar as bibliotecas em uma pasta unificada, você vai acabar descobrindo que um mesmo disco consta com nome ligeiramente diferente na coleção de cada usuário, e que só um deles está completo e com alta qualidade, etc. – então você vai acabar tendo de descobrir qual deve ser apagado, mantido, renomeado ou editado. Ou seja, para preservar a qualidade da biblioteca, não há como evitar o trabalho de reorganizar uma coleção a partir de conjuntos previamente separados.

Existem apps que automatizam parte considerável desse processo de "limpeza", mas eu o considero parte do prazer de manter uma coleção de mídia, e prefiro fazê-lo manualmente, razão pela qual eu indico meu guia para organização da coleção de músicas do iTunes e meu guia ilustrado para organização de seriados no iTunes, e sugiro que você os siga entre o passo 4 e o passo 5 da sequência acima.

Fabricantes, lancem logo a sua TV 2.0 e salvem-nos de desejar ter um teclado na sala

A Logitech lançou mais um teclado que seria uma boa solução para a minha sala de TV atual – mas eu já não deveria estar livre de desejar ter um teclado na sala de TV?

Um teclado na sala de TV pode ser uma solução desejada por quem joga on-line em um Playstation, faz buscas no YouTube ou no Netflix na TV, ou até por quem precisa de vez em quando alternar contas ou redes sem fio na Apple TV, cuja interface de modo geral nos preserva (nas demais ocasiões) de recorrer aos odiosos teclados virtuais na tela.

Existem bons teclados virtuais. O do iPad, por exemplo, chega a poder ser usado com conforto e eficiência1 na sua própria telinha. Mas quando se trata de teclado virtual exibido na tela da TV, geralmente estamos falando de escrever deslocando um cursor com as 4 setas direcionais de um controle remoto ou joystick, exatamente igual ao que se fazia para registrar o autor de um recorde nas máquinas de fliperama nos anos 1970.

A entrada de dados letra por letra é a interface adequada e consagrada para computadores "tradicionais", nos quais já foi encontrado o instrumento ideal (o teclado), o posicionamento ideal (distância, ângulos, etc.) em relação ao vídeo, e até uma distribuição das letras (o popular "QWERTY") que não é otimizada, mas ao menos é reconhecida e impregnada na memória muscular e visual de todo mundo que já interagiu com eles.

Eficiente na mesa do computador, o teclado não sabe se comportar bem na sala de TV.

Mas levar a experiência do teclado para a tela da TV não herda esses aspectos positivos. Navegar com setas em um teclado virtual é lento, os modelos alternativos são todos diferentes entre si, exigem pressionar bem mais botões do que o número de letras que desejamos informar, cansam e fazem o usuário evitar preencher a informação completa – é mais fácil levantar e ir buscar um tablet ou sentar na mesa do computador do que pesquisar um vídeo pelo título no YouTube usando a TV.

Uma nova era da TV, seja ela chamada de pós TV, TV 2.0 ou o que for, está chegando, em alguns lugares mais rapidamente que em outros, e a lista completa do que ela vai trazer como novidades vantajosas para o espectador permanece em aberto.

Entre os recursos que eu desejo, estão a redução ainda maior da demanda por entrada textual de dados, e alguma interface que permita fazer isso de maneira padronizada, com poucos cliques, fugindo dos anos 70 – e sem ter um teclado físico na sala, por favor.

E rápido, antes que a tentação de comprar o novo smart keyboard Harmony, da Logitech me vença, para eu continuar digitando no PS3, XBox, TV e até Apple TV como se eles fossem o computador, de cujo modelo de entretenimento eu supostamente estou me afastando para evoluir.


Já que o anúncio de pré-lançamento dele me inspirou a escrever este lamento de consumidor insatisfeito com o mercado que o faz se tornar interessante, o teclado Harmony em si merece ao menos uma breve descrição.

É um teclado com touchpad integrado, feito pra operar Xbox, PlayStation, Apple TV, Roku*, HTPCs e algumas smart TVs. Além disso, substitui as funções dos demais controles remotos e vem com botões de atividades, tipo "assistir um filme", que você programa para ligar e comandar adequadamente os aparelhos e recursos que quiser sempre que o botão for pressionado.

Mais interessante que isso: vem com a caixinha Harmony Hub, que pode ser guardada fora de vista e se encarrega de transmitir os sinais de controle remoto (até mesmo via infravermelho) para os seus demais aparelhos, que assim também passam a poder ser guardados fora de vista, já que não precisarão mais ser "visíveis" pelo controle remoto. E o Harmony Hub também pode ser operado a partir de um app no seu iPhone, o que o torna ainda mais interessante.

Tudo isso pela bagatela de US$ 150 – caro, assim como a maioria dos itens da família Harmony, que hoje eu considero genial mas torço fervorosamente para que seja tornada obsoleta por uma nova geração de TVs que percam o pé que hoje mantêm firmemente plantado no século XX.

 
  1.  Embora não falte quem não goste e o substitua por um teclado físico.

CarPlay: Apple anuncia oficialmente o iOS nos carros – e não é um tabletinho no painel

CarPlay será o “jeito Apple” de integrar o iPhone ao carro, e já nasce com apoio oficial de 17 marcas de veículos, e 3 modelos previstos para 2014.

A Apple anunciou oficialmente nesta segunda-feira de carnaval, num evento do mercado automotivo realizado na Suiça, seu sistema CarPlay1, descrito como uma forma mais inteligente, segura e divertida de usar o iPhone no carro.

As fotos fartamente divulgadas na imprensa durante o carnaval podem ter dado a impressão de que o CarPlay é o iOS rodando em uma tela de tablet no painel do carro, mas não é nada disso: trata-se de uma maneira de integrar transparentemente o iPhone ao sistema de informações e entretenimento ("infotainment") do carro, conectando-o ao sistema de som, a um botão no volante para acionar o assistente pessoal por voz Siri e a um pequeno painel touchscreen no painel – sendo que todos esses componentes de hardware (botão, touchscreen, microfone) são produzidos pelo próprio fabricante do veículo2, e não pela Apple.

A intenção é manter acessíveis e fáceis de interagir os serviços do iPhone como as chamadas telefônicas (incluindo acessar os contatos, fazer novas chamadas, retornar chamadas perdidas), música, podcasts, mensagens e mapas, minimizando a distração por permitir a interação sem olhar para o painel nem tocá-lo, e oferecendo em cada carro uma interface com o usuário consistente e atendendo a requisitos em comum.

O sistema chegará como uma atualização do iOS 7 compatível com todos os iPhones que possuem conector Lightning, vai ter sua estréia ainda em 2014 em veículos da Volvo (vídeo acima), Ferrari e Mercedes-Benz, e já foram anunciados os demais fabricantes que estão trabalhando oficialmente na sua própria adesão, incluindo BMW, Ford3, GM, Honda, Hyundai, Land Rover, Kia, Mitsubishi, Nissan, Peugeot Citroën, Subaru, Suzuki e Toyota.

Ter os componentes definidos separadamente pelos fabricantes oferece a vantagem da integração mais completa a cada veículo, mas também oferece as vantagens e desvantagens da diferenciação. Abaixo você vê imagens produzidas pela Mercedes-Benz (esquerda) e pela Ferrari dos seus respectivos modelos:

Note que o da Ferrari (direita), assim como o da Volvo, é integrado ao painel onde esperaríamos encontrar a tela do sistema de som e informação internos de um carro, enquanto o da Mercedes é "pendurado" acima do painel. Em compensação, o da Ferrari mescla o display do CarPlay aos controles do seu próprio sistema, e ainda por cima usa tecnologia resistiva, aquela do tempo em que o toque precisa ser aplicado com força para ser reconhecido pela tela...

Uma plataforma para usuários não é nada sem aplicativos que a tornem úteis.

Por enquanto está presente o bom senso de não permitir aplicações como exibir vídeos, jogos ou navegação na web, que colocam em risco a segurança das rodovias por fixar o olhar e a atenção do motorista ao display do painel.

Ainda não há detalhes sobre um SDK que permita a desenvolvedores de apps em geral colocarem seus dados no painel touchscreen do CarPlay mas, assim como ocorre no Apple TV, já se sabe que há desenvolvedores parceiros da Apple (como Spotify e Stitcher) desenvolvendo apps adicionais para o sistema.

Entre as muitas dúvidas que restam sobre o sistema, subsiste a da eventual chegada ao Brasil. O Sync da Ford demorou vários anos para começar a chegar a modelos luxuosos daqui, e no momento o assistente pessoal Siri ainda nem entende nosso idioma...

 
  1.  Do qual a empresa já havia feito uma breve menção (como "iOS in the car") no WWDC do ano passado.

  2.  Aparentemente com uso do QNX, curiosamente um sistema que pertence à BlackBerry.

  3.  A Ford já inclui alguma integração desde 2007, por meio do seu serviço Ford Sync (que já está disponível em alguns modelos no Brasil), que foi baseado no Windows e aparentemente está em reestudo.

O Weather Line me convenceu a pagar US$ 3 por um app de previsão do tempo, e estou satisfeito

Considerando que parte considerável dos apps de meteorologia mais populares funcionam simplesmente consultando automaticamente o site de algum serviço gratuito e apresentando de forma mais bonitinha a previsão da cidade em que o serviço de localização do seu iPhone informa que você está, e que você poderia obter exatamente a mesma informação simplesmente visitando o mesmo site, é difícil me convencer a pagar por eles.

Boa parte dos apps de previsão do tempo se limitam a apresentar de forma elegante as mesma informações que obtêm em um site que você poderia acessar diretamente.

Mas há exceções para essa minha resistência, na forma de apps que coletam informações de mais de uma origem e as processam de maneiras inteligentes, exibindo uma conclusão ou uma visualização de dados que eu não obteria com a mesma facilidade, e de fato me ajudam a saber se eu devo levar casaco ou guarda-chuva para um compromisso em uma cidade que não conheço bem1, ou o que me certificar de colocar na mala para uma viagem de 3 dias.

É o caso do Weather Line, que realiza um processamento e uma visualização que o fazem merecer o seu preço, relativamente alto neste mundo de apps de 0,99, mas ainda assim uma pechincha.

Para começar, ele obtém seus dados do Forecast.io (conheça2, vale a pena!) de 18 fontes diferentes, sendo 7 delas de alcance global, e várias delas usadas nas previsões do tempo de institutos brasileiros (incluindo dados coletados de estações daqui).

Para completar, ele oferece uma forma de visualização que me agrada muito, porque responde em um gráfico simples e de forma rápida exatamente o que eu quero saber: a previsão hora a hora das próximas 36h e dia a dia dos próximos 7 dias3.

A imagem acima mostra o que me espera na manhã de amanhã: chuvisco até o final da madrugada, nublado até ~9h, depois sol – e temperatura em elevação, dos 24° aos 30° ao longo da manhã.

Note que eu selecionei a coluna das 13h, à direita do gráfico, e é a ela que se refere a sensação térmica de 35° exibida na parte inferior da tela. Os outros dados (precipitação, umidade, horário de nascer e pôr do sol e vento) são referentes ao dia inteiro.

Para quem mora em países com cobertura publicamente disponível de microprevisões (EUA, Inglaterra, Canadá, Irlanda), a previsão de chuva é minuto a minuto, mas aqui no Brasil ainda não podemos contar com esse recurso.

Na previsão dia-a-dia o app inclui uma pequena descrição (só em inglês) fácil de entender do que nos espera em cada dia da semana. Veja nas 2 imagens acima: para terça está prevista um chuvisco começando à tarde, e na quinta temos previsão de chuva para o dia inteiro.


O criador da ferramenta teve a ideia de apresentar a previsão do tempo na forma de gráficos fáceis de entender ao observar como esse método torna mais simples a visualização de tendências sobre o histórico e previsões do mercado de ações, e se esforçou para oferecer o mesmo tipo de facilidade e detalhamento mesmo na tela pequena do iPhone.

A grande sacada foi a inclusão do ícone da previsão (chuva, sol, nublado, etc.) no lugar do ponto de dados do gráfico, o que economizou as ginásticas com tabelas e a complexidade adicional para representar a mesma informação em formatos tradicionais.

Funcionou bem: para mim, é a visualização ideal, e eu pagaria até mais do que os 3 dólares que o autor solicita. Recomendo: Weather Line, para iPhone, na App Store.

 
  1.  E não seja Joinville, Curitiba ou Belém, nas quais eu sei que devo levar sempre, e não preciso de nenhum app pra isso 😃

  2.  Embora seja gratuito para eu e você acessarmos, o Forecast.io não é gratuito – nem caro – para inclusão em apps.

  3.  A previsão mês a mês dos próximos 12 meses também é interessante, porque inclui média histórica de número de dias secos, de temperatura (média de mínima e de máxima) e de precipitação.

CaptureAudio Notes: o app de gravação e anotações que você precisa para a volta às aulas

Além de gravar a aula, este app para iPhone permite marcar com flags (como "importante", "exemplo" ou "questão de prova") os momentos cruciais da gravação, e ir diretamente a eles na hora de ouvir para estudar.

Quem grava aulas ou palestras geralmente se vê às voltas com um áudio de 50 minutos que mistura igualmente as partes importantes, as pausas, os comentários desinteressantes e aquele trecho em que o professor ficou falando sobre como no tempo dele os alunos eram bem mais atentos e disciplinados.

Para gravar assim, o app Gravador, que vem instalado no seu iPhone, é mais do que o suficiente. Aí depois, na hora de usar a gravação, você a escuta na íntegra, fazendo suas anotações ou registros sobre os momentos relevantes.

Mas dá para ir bem além, e o app CaptureAudio & Notes tem uma ideia bem interessante a respeito: enquanto está gravando, ele mostra na tela um círculo de flags, que são como etiquetas sinalizadoras que você "cola" nos momentos específicos da gravação que quiser destacar, e depois pode ouvi-la indo diretamente para eles.

O conjunto de etiquetas que vem configurado no app é para reuniões de negócios, com etiquetas como "Oportunidade", "Decisão", "Verificar" e "Investir", mas você pode criar suas próprias tags voltadas às necessidades de sala de aula, como:

  • Estudar
  • Exemplo prático
  • Questão de prova
  • Dica
  • etc.

Aí na hora de ouvir, você não precisa escutar a matéria inteira para poder retornar aos pontos que lhe interessaram, basta pular diretamente para as tags que foram aplicadas.

Além de marcar com as flags, você também pode fazer anotações de texto no app, enquanto grava ou enquanto ouve. E o app coloca a gravação automaticamente no seu Dropbox, para facilitar ainda mais.

A vantagem adicional: escutar "burramente", apenas deixando o Gravador do iPhone ligado enquanto pensa em outra coisa, não ajuda em nada o aprendizado no momento. Mas para aplicar tags como as do CaptureAudio & Notes você precisa prestar atenção enquanto ele grava, senão não saberá identificar os momentos importantes, e assim não fica tentado pela ilusão de substituir a atenção na aula por uma gravação que acabará nem tendo paciência para ouvir inteira.


Uma dica extra sobre fotos e gravações de aulas: gravar ou filmar escondido nunca é elegante. Pode haver várias outras boas razões para não gravar a fala de alguém, mas se a gravação for essencial ao seu aprendizado e seu cursinho vier com o papo comum de que fotografar ou gravar a lição (ainda que ostensivamente) viola direitos autorais, sugiro consultar seu advogado e pedir a ele que o oriente sobre os limites do que a lei diz sobre o "apanhado de lições em estabelecimentos de ensino por aqueles a quem elas se dirigem" (explicitamente permitido pela Lei 9.610, Art. 46, IV, embora com proibição de publicação ou distribuição do material).

Se o seu advogado assim orientar, solicite que a escola esclareça a ele qual a proibição aplicável (ele pode lhe dar mais detalhes, mas de modo geral se o regulamento da escola estiver em desacordo com a legislação, a cláusula em questão no regulamento "perde" do que diz a lei).

Mas fique atento: o ato pode continuar deselegante, e a mesma regra não vale para palestras e outras apresentações, nem para lições ministradas fora de estabelecimentos de ensino, nem para o registro por quem não é aluno, muito menos para a publicação ou compartilhamento da gravação.

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