Não é rumor: veja o que a Apple deve lançar de agora até o Natal

A Apple sabe que o período de maior venda aos consumidores é a temporada de Natal, o que nos permite chegar a algumas probabilidades bem interessantes sobre os próximos 3 meses.

Vamos começar pelo que todos já ouvimos falar, incluindo alguns lançamentos pendentes mas já confirmados, e outros só esperados:

  • OS X Mavericks
  • iOS 7
  • Algum novo iPhone (ou mais de um...)
  • Renovação da linha iPad
  • Renovação da linha iPad mini

O número de rumores sobre os equipamentos acima, e de análises baseadas nas versões beta dos 2 sistemas operacionais que estão na lista são um bom indicativo da expectativa com que são aguardados, mas vale destacar que não há exatamente uma confirmação oficial sobre todos eles (só sobre alguns) – mas com os iPads mais recentes tendo sido lançados em novembro de 2012, pouca dúvida resta.

Mas há expectativas menos óbvias: você notou que nos últimos dias têm surgido notícias de vários novos "canais"1 da Apple TV? O foco são os EUA, e nos últimos dias foram lançados canais para Disney Channel, Disney XD, os vídeos musicais do Vevo, o Weather Channel e o canal do Smithsonian, entre outros.

Não existe um SDK2 disponível ao público para a Apple TV, mas uma série de empresas vêm desenvolvendo apps autorizados oficialmente, e concentraram os lançamentos por agora.

Os "canais" são em si um serviço interessante, mas sua chegada em revoada talvez indique que há algo mais a aguardar nessa mesma linha de produtos, não? Seja o lançamento público do SDK, uma nova ênfase em disponibilizar acesso a conteúdo, uma atualização do produto em si ou mesmo um novo produto, quem sabe?

A atualização mais recente do MacBook Pro3 foi em meados do ano passado, e não imagino que a empresa pense em passar pela temporada de compras de Natal sem ter um modelo lançado depois do Natal anterior.

A chegada da linha de processadores Haswell, que a Intel desenvolveu com atenção especial para o uso em notebooks leves4, juntamente com o lançamento iminente do OS X Mavericks, formam a ocasião ideal. Talvez outros MacBooks (Air, ou o Pro com Retina, ou o surgimento de uma nova vertente) acompanhem, mas quem está caindo de maduro é mesmo o Pro.

O mesmo raciocínio baseado na idade do modelo atual e na conjunção da chegada da arquitetura Haswell e no lançamento do OS X Mavericks se aplica ao cada vez mais digno Mac mini, cujo modelo atual é de outubro do ano passado.

O modelo atual do iMac também é de antes do Natal passado, mas como não são exatamente máquinas voltados ao consumidor comum, e demoraram para chegar ao mercado no ano passado, eu não aplico o mesmo raciocínio a eles – e não tenho a mesma expectativa de atualização.

Até agora já temos, na minha lista de expectativas, os seguintes equipamentos:

  • Atualização(ões) do iPhone
  • Atualizações do iPad e do iPad mini
  • Algo de bom vindo da linha Apple TV
  • MacBook Pro (e possivelmente algum outro MacBook)
  • Mac mini

Mas tem mais.

Antes de chegar no que ainda falta e eu acho mais provável, vamos ao imponderável: em uma das reuniões telefônicas trimestrais com os investidores, em abril, o CEO Tim Cook falou em lançamentos de novos serviços e produtos no outono (deles, ou a primavera daqui) e em 2014, e no potencial de "novas categorias de produtos".

Note que isso não define nem qual o produto (ou serviço), nem quando, exceto que o período começa em setembro e termina só no ano que vem. Bastante gente arrisca dizer que isso significa "TV da Apple", ou "relógio da Apple". Eu não sou desses e prefiro aguardar, mas vale deixar claro que a possibilidade de um lançamento de nova linha de produto foi mencionada, o que é raro – mesmo sem data.

Fechando a fila, já faz um bom tempo que a Apple mudou os iPods, transformando o iPod touch (que roda o iOS) em uma estação multimídia e videogame portátil e removendo do iPod nano as bem-sucedidas características dele que permitiriam concorrer contra um """suposto""" futuro iWatch.

Ambos são produtos natalinos que tiveram sua última atualização em outubro do ano passado, e há pouca dúvida de que serão atualizados (juntamente com outros iPods) a tempo para as compras de fim de ano. Quem sabe não tirarão proveito dos novos recursos do Bluetooth 4.0 LE e oferecerão alguns acessórios novos para a turma dos esportes?

Isso conclui as minhas expectativas para os lançamentos da Apple nos próximos 3 meses. Infelizmente eu também tenho a expectativa de que a relação cambial continue bastante desfavorável aos preços que serão praticados aqui no Brasil.

Sobre as características de cada um dos produtos eu não tento adivinhar nada, mas vale lembrar que muitos rumores dados como certos em anos recentes, com base em declarações de fabricantes de peças e montadores, não se confirmaram...

O que vier a mais me surpreenderá (seria legal), mas o que vier a menos me surpreenderá muito mais.

E vocês?

 
  1.  Na verdade são apps específicos para as Apple TVs

  2.   Kit de desenvolvimento de software

  3.  O tradicional, não a linha Retina

  4.  Melhorando a relação entre desempenho, gráficos e preservação da bateria, por exemplo

FastScripts: adicione atalhos de teclado para os scripts do seu Mac – e aí use os meus scripts :)

O FastScripts é gratuito, fácil de configurar e permite criar atalhos de teclado e opções de menu que acionam scripts para automação de tarefas no seu Mac.

O hábito de automatizar tarefas no desktop do Mac é popular desde antes do advento do OS X, e também é um hábito que muitos usuários que chegaram ao sistema vindos de outro Unix, ou mesmo do Linux, também trazem consigo.

Eu penso em começar a disponibilizar uma parte dos scripts que uso no dia-a-dia, mas para usá-los você precisa de um mecanismo para acioná-los. Geralmente eu uso o powerpack do Alfred ou o KeyboardMaestro para criar os menus ou atalhos que chamarão meus scripts, mas se for para fazer só isso eles são relativamente caros.

É por isso que hoje apresento a vocês o FastScripts, alternativa clássica, grátis para quem tem até 10 scripts em uso, e que permitirá usar meus scripts que lhe interessarem, conforme eu os for compartilhando.

Os meus scripts

Com meia dúzia de comandos de Applescript, ou arrastando as ações certas por meio do Automator, é possível tornar automáticas uma série de ações repetitivas.

Eu tenho scripts que fazem por mim uma variedade de ações que executo várias vezes por dia, tais como:

  • Posicionar de uma só vez o editor de textos, o terminal e o navegador nos locais em que ficam mais adequados para cada um dos tamanhos de monitor que eu uso
  • Criar no aplicativo de controle de tarefas uma pendência a partir do e-mail que estiver aberto e do texto que estiver selecionado nele
  • Unir lado a lado 2 imagens, formando uma só
  • Criar uma citação web a partir do texto selecionado no navegador (com direito a <blockquote> e inclusão automática do link para a URL da página que estiver aberta, com o título dela).
  • Converter uma imagem para que ela fique com a largura certa para publicar nos meus sites (680px)
  • Abrir no editor de texto o post de um dos meus blogs que estiver aberto no navegador
  • Publicar um post nos meus blogs, via Axe
  • Enviar uma ilustração para o servidor dos meus sites
  • Abrir uma aba do Terminal na pasta do documento que estiver no editor de textos
  • Variadas formatações HTML
  • etc.

Alguns deles são Applescripts, outros são scripts shell, ações do Automator e tem até um ou outro script em PHP. E todos eles têm algo em comum: precisam ser incluídos em algum menu, ou ter um ícone, ou associados a algum atalho de teclado, para que seu uso seja prático.

O FastScripts

O app FastScripts é produto da Red Sweater, que também faz o editor de blogs MarsEdit.

A função do FastScripts é simples: oferecer um menu global e atalhos de teclado (globais ou para cada aplicativo) permitindo rodar os seus scripts o mais rapidamente possível, e sem alterar o contexto do Mac – 2 critérios nos quais nem todas as demais alternativas para a tarefa se saem bem.

Ele é bastante liberal quanto à linguagem ou aplicativo no qual são desenvolvidos os scripts, e tem recursos adicionais elegantes, como a facilidade de definir a ordem e a organização (separadores, etc.) dos scripts no menu.

O FastScripts não é dos mais baratos, mas é gratuito para quem for usar só até 10 scripts.

Portanto, se você desejar testar e eventualmente usar a coleção de scripts que quero começar a disponibilizar aos poucos, aí está a sua opção.

App Mailplane transforma o Gmail em um app nativo no Mac – eu uso e recomendo

O Mailplane permite abrir várias contas do Gmail simultaneamente em abas, remove elementos de interface indesejados (tchau, chat e G+), e se integra ao OS X como um app nativo, com seus atalhos de teclado, ações automatizáveis, notificações e mais.

E não é só isso: ele se integra a outros apps (como o Things e o Evernote), trata os anexos (especialmente imagens e documentos) do "jeito Mac", e tem até suporte a Applescript.

O Gmail acessado via navegador já tem quase 10 anos. Ele se popularizou quando era bem mais simples, carregava rapidamente, tinha menos elementos visuais disputando sua atenção1, e oferecia um volume de armazenamento de mensagens sem rival entre os serviços gratuitos.

Hoje o quadro não é mais assim: o Gmail é um aplicativo web bem mais pesado, a interface é mais poluída, e recursos que favoreciam seu uso por usuários avançados, como a possibilidade de ter mais de uma conta de e-mail aberta no mesmo navegador, agora exigem ginástica. Até a política de privacidade2 dos primeiros anos mudou.

Durante um bom tempo o app Sparrow foi a alternativa preferida de muitos interessados em usar o Gmail mas não se submeter à sua interface web. Aí o Google comprou o Sparrow e cessou seu desenvolvimento, deixando seus usuários órfãos de atualizações.

Em busca de uma alternativa viável, conheci o Mailplane, que já está em sua versão 3 e aplica, com muita competência, uma casca de OS X em volta da interface web do Gmail.

O Mailplane é como se fosse uma versão do Fluid especializada no Gmail. Além de criar um ambiente web específico para cada conta e de remover elementos desnecessários e indesejados (alguns opcionalmente) da tela, ele:

  • permite ter mais de uma conta de e-mail aberta (uma em cada aba, sem ginástica),
  • pode ser configurado como app default de e-mail
  • permite exibir notificações de nova mensagem por meio da Central de Notificações do OS X
  • permite visualizar anexos com o QuickLook
  • ao arrastar um arquivo para a janela do Mailplane, ele abre uma janela de edição de nova mensagem, com esse arquivo anexado

  • usa atalhos de teclado comuns do Mac
  • define um serviço "Mail PDF with Mailplane" nos diálogos de impressão do OS X
  • oferece serviços como reduzir imagens ou compactar pastas na hora de inserir anexos
  • tem integração com apps como Safari, iPhoto, Contacts, Evernote, Things, OmniFocus, Alfred e iWork.
  • exibe contagem de mensagens não lidas (opcionalmente) na barra de menus, com direito a "do not disturb"
  • tem suporte a Applescript
  • permite abrir abas também para o Google Calendar de cada conta
  • permite definir seu próprio estilo CSS para cada conta

Pra completar, o danado é rápido!

Eu adotei, estou usando com sucesso, e recomendo a usuários do Gmail: Mailplane (15 dias grátis, depois várias opções de licenciamento comercial pagáveis via cartão ou PayPal).

 
  1.  Anúncios, a barra do Google+, o Chat e outros itens foram sendo incorporados ao longo dos anos.

  2.  Se você nunca a leu, recomendo: é importante saber de quanta privacidade você e quem se corresponde com você abrem mão ao usar cada servidor de e-mail.

Melhor editor de texto para iPad: edição 2013

Se você escreve no iPad, eu recomendo o Write ou o Editorial. Definir o melhor editor de textos do iPad é difícil, porque há várias boas opções, e elas se alternam na primeira posição.

O melhor editor de texto no meu iPad já foi o Writeroom (em 2011), depois passou a ser o Writing Kit (em 2012) e – felizmente, porque competição também gera evolução – mudou de novo em 2013, para uma parelha: Write e Editorial.

Editar texto no iPad para mim é uma operação bem diferente do que no desktop: saem de cena os recursos usuais de formatação visual ("estilo Word"), e entra a edição de texto puro (TXT) ou estruturado (HTML ou MarkDown), para os quais a interface baseada em toque e em visualizações full screen (sem janelas) já está suficientemente adequada.

Até o ano passado eu usava um mesmo app para ambas as operações (texto simples e texto estruturado), mas a evolução desse mercado me fez optar por diversificar, e agora prefiro o Write para editar textos puros e o Editorial para textos estruturados.

O Write provavelmente atenderá bem às suas demandas de edição de anotações, lembretes, registros de aula, resumos e outros textos com pouca estruturação.

Ele tem a mais importante característica para um editor ser prático: abre diretamente em modo de edição, é só clicar no ícone e começar a digitar, sem fazer opções, escolher nomes de arquivo, onde será gravado, etc. – tudo isso pode ficar para depois que você escrever a ideia que tinha na cabeça e o fez clicar no ícone.

Mas ele não é só prático: é também confortável, com uma interface bem limpa (acima você vê como ela é no iPhone), suporte ao TextExpander Touch, controle do cursor via trackpad virtual, gestos para salvar e apagar e modo noturno, entre outros recursos. E não é porque eu não o uso para editar texto em MarkDown que ele não se aplica a isso: não só suporta, como tem uma fileira adicional (opcional) no teclado para as tags.

Além de prático e confortável, o Write também é bom em compartilhar: ele grava os textos no Dropbox ou iCloud, exporta para Evernote e GDrive, sabe operar em modo offline, tem suporte a pastas, função QuickLook, função para gerar rapidamente um link de compartilhamento do seu texto via Dropbox, e VINTE E CINCO ações de exportação: como página web, como e-mail, como SMS, como lembrete, via Facebook, Twitter, Pastebin, impresso e mais.

Ele também foi pioneiro em executar bem o sonho do viajante que tem iPhone e iPad: usar um aparelho como se fosse o teclado para o outro (imagem acima) ou como central de pesquisa on-line que cola as URLs ou trechos de texto no texto que está aberto no outro.

Enquanto o Write é a minha escolha para texto simples, a opção por um editor para escrever texto estruturado (como este artigo que você está lendo, com subtítulos, imagens, links...) para mim envolve atenção a todo um fluxo de trabalho. Escrever um artigo envolve pesquisa, envolve recursos de formatação e de estruturação, opções que são fáceis de fazer – inclusive em paralelo e de forma automatizada – no desktop, mas ainda estão em sua infância nos tablets.

Até o ano passado o Writing Kit era o campeão nisso, mas um lançamento recente mudou tudo: o Editorial.

O lançamento do Editorial foi acompanhado da publicação pelo Federico Viticci de um review que vale por um manual, e é merecido: além de poder ser usado como um editor de texto estruturado "simples", o Editorial inaugura um novo grau de automação, com suporte nativo a workflows com um "dicionário" de 50 ações, e scripts escritos em Python para conectar o editor a outros apps, obter, processar, formatar e enviar dados – algo que talvez não seja o seu perfil, mas certamente é o de vários autores tecnológicos.

Ele também tem vários recursos adicionais que interessam a autores menos ambiciosos: preview da formatação e estruturação no próprio app, navegador interno para poder fazer pesquisas sem sair do app, entre outros. A fileira adicional de teclado e o controle avançado de cursor está presente. O suporte ao Dropbox é caprichado, permitindo até mesmo navegar entre diferentes versões de um mesmo documento.

O Editorial foi muito bem recebido por várias referências em produtividade pessoal. Mal comecei a arranhar seu potencial, e a realidade que prevejo é que, assim que eu dominá-lo, outros editores (incluindo nomes clássicos – quem sabe o Byword, o Elements ou o iA Writer?) já estarão incluindo recursos avançados de automação de fluxos de trabalho como os que o Editorial inaugurou.

O Write for iPad custa US$ 1,99 e o Editorial custa US$ 4,99 na data em que escrevo.

Usando tags nos seus comandos do Terminal para localizá-los facilmente no histórico

Se você reaproveita comandos com frequência no Terminal mas tem dificuldade de localizá-los ou lembrar deles, veja como usar os comentários como se fossem hashtags para localizá-los facilmente.

O desenvolvedor Bruno Gama publicou e compartilhou conosco uma dica que pode interessar bastante a quem usa o Terminal no Mac (ou em outros sistemas operacionais): uma forma de usar hashtags em comandos que serão reutilizados com frequência, facilitando repeti-los a aprtir do histórico.

A dica é em 2 partes, sendo que a primeira só é necessária para quem usa o zsh: inserir no seu arquivo de configuração do shell o comando setopt interactivecomments (que permite a inserção de comentários no modo interativo).

A partir daí, é só começar a marcar com hashtags1 as linhas que você desejar repetir e, quando quiser repeti-las, pressione Control+R2 e digite a hashtag, sem o # inicial.

Por exemplo, se você usar o comando composto a seguir: for i in *.jpg; do mv "$i" "old-$i"; done #prefixo (que acrescenta o prefixo "old-" a todos os arquivos com a extensão .jpg no diretório corrente), depois bastará pressionar Control+R e digitar prefixo e o comando voltará (editável, inclusive) à sua linha de comando.

O hashtag/comentário poderá ser usado enquanto o comando em questão permanecer no histórico da sua shell. Simples, eficaz e não depende de configuração, a não ser que você tenha trocado o bash pelo zsh ツ

Obrigado, Bruno, por compartilhar a dica!

 
  1.  A rigor, o Bash e o zsh as tratará como comentários...

  2.  ou a combinação que você tiver definido para fazer o reverse-search-history, caso tenha alterado o default

Gerenciamento de dispositivos iOS corporativos com o MDM do OS X Server

Um dos recursos mais interessantes de um OS X Server em redes corporativas é o gerenciamento centralizado de dispositivos iOS, por meio do componente Profile Manager, responsável pela função MDM (Mobile Device Management).

O desenvolvedor Felipe Kelermann, da Nyvra Software (e integrante da trupe da Hora do Mac) viu nosso artigo recente sobre o OS X Server e me procurou para compartilhar seu artigo que o complementa, tratando a respeito justamente do uso do Profile Manager.

O artigo do Felipe diz respeito ao OS X 10.7 Server (Lion), e se aplica também à versão atual (Mountain Lion). Ele já avisou que vai atualizar quando sair a versão Mavericks, em breve, e espero que ele compartilhe as atualizações conosco.

Obrigado por mais essa contribuição e compartilhamento de conhecimento, Felipe! Segue o artigo, na íntegra:

Gerenciamento de iOS com o OS X Server

por Felipe Kellermann

Introdução

O sistema operacional iOS 5 suporta MDM (Mobile Device Management) através de protocolos proprietários do fabricante, existindo documentação para integração com parceiros. O sistema opercional para servidores do mesmo fabricante, o Mac OS X Server, conta com suporte para configuração e comunicacão MDM introduzido na versão 10.7 (Lion), de Julho de 2011.

Este documento apresenta os passos para a criação de um ambiente MDM envolvendo o Mac OS X Server (Lion) e dispositivos móveis iOS (iPhone, iPod e iPad). É necessário tanto um ambiente de rede apropriado, quanto passos de configuração no servidor Mac OS X. Não é objetivo deste documento apresentar ou detalhar o funcionamento interno do Profile Manager, componente do Mac OS X Lion responsável pelo suporte ao MDM

Funcionamento Geral

Um ambiente MDM para iOS é formado por 3 principais entidades: o Servidor MDM, os Servidores Apple (fabricante), e os Devices (terminais gerenciados). Este documento está focado no primeiro, o Servidor MDM, onde as configurações de rede e ajustes no sistema precisam ser feitos. Os terminais gerenciados são apenas "associados" ao servidor MDM através do processo de Enrollment.

A seguinte figura mostra os 4 principais passos de uma comunicação MDM no ambiente de gerenciamento suportado pelo iOS.

  1. Device gerenciado faz Enrollment com o servidor de gerenciamento (porta 443, HTTPS)
  2. Com Enrollment já feito, servidor notifica via APNS (push) terminal para realizar acesso
  3. APNS (Apple Push Notification Service) notifica o terminal que um acesso deve ser feito
  4. Device comunica-se com servidor MDM para iniciar operações de gerenciamento


Figura 1: Ambiente MDM para dispositivos iOS

As seguintes operações de gerenciamento são permitidas:

  • Alteração Configurações
    • Contas: Email, VPN, LDAP, calendário, etc.
    • Funcionalidades: Aplicativos, Siri, Camera, FaceTime, Screenshots, etc.
    • Segurança (senha): Tamanho mínimo, formato da senha, etc.
    • Aplicativos: Níveis de acesso para YouTube, iTunes, Safari.
    • Segurança: Permitir cetificados inseguros, criptografia de backup, etc.
    • iCloud: Backup, sincronização, Photo Stream.
    • Classificação de conteúdo: tipos de músicas/podcasts, etc.
    • Outros: Web clips (ícones), ajustes APN, etc.
  • Acesso a Informações
    • Device: UDID, nome, IMEI, versão, etc.
    • Rede: ICCID, operadora, roaming, número, etc.
    • Compliance: Listagem de certificados, restrições de senha, etc.
    • Aplicativos: Aplicativos instalados, versão, ID.
  • Gerenciamento
    • Alteração de configurações (settings) do aparelho
    • Instalação de aplicativos gerenciados
    • Segurança: Limpar aparelho, trancar acesso, limpar senha.

Termos Utilizados na Configuração

Alguns termos e conceitos são usados na configuração:

  • APNS: Apple Push Notification Service, servidor Apple usado apenas para notificações;
  • Profile: um conjunto de configurações e ajustes;
  • PKI: Public Key Infrastructure, esquema de par de chave pública/privada;
  • SCEP: Simple Certificate Enrollment Protocol
  • MDM Server: Servidor Mac OS X Lion que cadastra e gerencia os dispositivos
  • Enrollment: Processo de associação de um device ao MDM Server (cadastramento)
  • Server: Suite de aplicativos/configurações do sistema Mac OS X Lion
  • Profile Manager: Componente do Server para gerenciar Macs e iOS

Configuração do Ambiente (Rede)

Como é mostrado na Figura 1, existe um processo de configuração necessário para que todas as 3 partes envolvidas possam se comunicar. A comunicação entre APNS e devices (3) ocorre através de um processo proprietário e fechado do fabricante. Em resumo, o APNS consegue ter acesso aos devices para notificações "leves". Este processo ocorre internamente através de uma comunicação que parte do device para o APNS utilizando a porta 5223 TCP. Não existe nenhuma configuração necessária, portanto, para a comunicação entre device e APNS. Os usuários que estão em redes móveis devem conseguir ter acesso externo para esta porta.

A comunicação entre devices e MDM server (1 e 4) exige configuração. Os aparelhos precisam ter acesso direto nas portas 443 TCP, 1640 TCP e 5223 TCP, com origem externa liberada. No caso de existir um roteador/firewall na frente do servidor MDM, configurações/regras de (D)NAT precisam ser feitas.

Configuração do MDM Server

O primeiro passo para configuração do ambiente é ter um servidor Mac com o sistema 10.7 instalado, o Lion. Com o sistema Lion instalado, é necessário fazer instalação do Server, um pacote de utilitarios e serviços para gerenciamento de redes Mac e iOS. A instalação é feita através da App Store.

Depois da instalação, o sistema Mac OS X passa a ser um Mac OS X Lion Server, contendo diversos serviços de rede e gerenciamento, tais como servidor de banco de dados SQL (PostgreSQL), servidor LDAP (OpenLDAP), servidor Web (Apache), entre outros. O Profile Manager é um desses componentes, utilizado para gerenciar Macs e iOS. O Profile Manager é uma aplicação acessada por HTTP/HTTPS através do Apache e configurada através do Server.

As Figuras 2 e 3 mostram o painel geral do Server e os ajustes do Profile Manager.


Figura 2: Painel do Server com o menu Profile Manager


Figura 3: Painel para ligar/desligar e configurar Profile Manager

Assim como todos os outros serviços, o Profile Manager está por padrão desligado no Server, podendo ser ligado (ON). Apenas ligar o Profile Manager não é o suficiente para que o processo todo de gerenciamento possa ser feito. Antes é necessário um processo de geração de par de chave pública/privada para a comunicação SSL existente no SCEP. Em resumo, o processo visto nos passos seguintes consiste em 1) Ligar o Profile Manager, 2) Configurar certificados para realização do Enrollment/SCEP, 3) Associação dos devices ao MDM Server.

Ligando o MDM

Para ligar o serviço de MDM, basta ligar (ON) o Profile Manager, que é responsável por gerenciar os aparelhos Mac e iOS. O processo de ligar ocorrre uma única vez através do Server, depois o serviço inicia automaticamente com o sistema.

É importante que o MDM seja ligado já com o Host Name configurado corretamente para um nome acessível de dentro da rede (LAN) e externamente (WAN). A configuração de Host Name pode ser feita através de: Menu lateral Hardware / nome do computador (no exemplo da Figura 2, Orchid), aba Network, Host Name. Geralmente o nome vai resolver para um endereço IP internamente e outro endereço IP externamente.

Configurando chaves SSL

Antes de configurar o Profile Manager, é necessário que exista um par de chaves para ser usado no Enrollment e comunicação entre dispositivos e MDM server. A criação do certificado pode ser feita através mesmo menu do servidor (Hardware / nome do computador) na aba Settings, onde existe o SSL Certificate.


Figura 4: Painel de ajustes gerais com opção de SSL Certificate

Em Edit, um novo menu é exibido. Para gerenciar certificados, o menu de ações (engrenagem) oferece a opção Manage Certificates. Depois, uma série de passos devem ser feitos para a criação do certificado.

  • Manage Certificates
    • Create a Certificate Identity
      • Name: host name completo
      • Identity Type: Self Signed Root
      • Certificate Type: SSL Server
      • Let me override defaults (marcado)

Deixar o padrão para todas as opções, preencher os dados de Certificate Information com dados como email, organização, endereco, etc. Com isto, o certificado é criado e pode ser selecionado no Sign configuration profiles no painel Profile Manager, como é mostrado na Figura 5 do exemplo.


Figura 5: Painel de Profile Manager com edição do Sign Configuration Profiles

Com esses passos concluídos e o serviço de Profile Manager ligado, a configuração do servidor (MDM server) está concluída. Antes de associar um dispositivo, é importante criar usuários (gerenciados) no menu lateral Users. Um servidor inicia sem nenhum usuário normal, apenas um usuário de administração. Cada usuário gerenciado (dispositivo) deve ter o seu próprio usuário no servidor (MDM server). Um usuário pode ser criado com o + na tela Users, entrando em uma edição/criação como exemplifica a Figura 6.


Figura 6: Criação de um usuário usado no gerenciamento (devices)

Configurando os dispositivos gerenciados (devices)

Depois de concluída a configuração do servidor (MDM server), os dispositivos gerenciados precisam ser associados (Enrollment) ao servidor para serem gerenciados. Esse processo consiste no acesso a um site com o Safari, no endereço http://host/mydevices


Figura 7: Associação de um dispositivo ao server (Enrollment)

Ao acessar o endereço (mydevices), depois de usar o usuário e senha criados anteriormente no servidor (MDM server), o usuário deve ir na aba Profiles e instalar o Trust Profile for <Empresa> (ícone Install). Este processo leva o usuário a alguns passos executados no Settings do aparelho, e depois o usuário volta ao endereço de Enrollment (mydevices).

Depois de instalado o Trust Profile for <Empresa> o Enrollment pode ser feito através do botão de Enroll, exemplificado na Figura 7. O processo de Enrollment também executa alguns passos no Settings, solicitando confirmações do usuário para instalação, como exemplifica a Figura 8.

Depois de instalado, ambos Trust Profile for <Empresa> e Remote Management (Enroll) são instalados como Profiles no sistema, e mais nenhuma interação é necessária.


Figura 8: Instalação de um profile de gerenciamento - Device Enrollment

Com tudo instalado, o dispositivo está associado ao servidor (MDM server) como um dispositivo que pode ser gerenciado. A administração pode ser feita através do browser no endereço http://host/profilemanager, que contém a lista de dispositivos no painel central através do acesso ao menu Devices no menu da esquerda. Os detalhes do aparelho selecionado são exibidos no painel da direita, como exemplifica a Figura 9.


Figura 9: Gerenciamento dos dispositivos através do Profile Manager (Web)

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