Não faço segredo de que para mim a tecla Caps Lock é inútil, e chego a desativá-la para evitar acioná-la por acidente. Mas ela pode se transformar em um acelerador de atalhos equivalente a pressionar todas as teclas modificadoras em conjunto e assim se tornar mais útil do que várias outras teclas do seu Mac!

Quem gosta de usar programas que permitem automatizar operações por meio de hotkeys ou atalhos do teclado (Alfred 2, Keyboard Maestro, Better Touch Tool e muitos outros) não demora a perceber que várias vezes a combinação de teclas desejada já está ocupada por outro app, e assim é necessário escolher outra, menos memorizável.

O fato é que, como tudo na vida, todos os melhores já foram escolhidos. Mas dificilmente algum app já ocupou atalhos que exigem pressionar simultaneamente TODAS as teclas modificadoras do Mac, e é nisso que se baseia a nossa dica de hoje: fazer a tecla Caps Lock equivaler à combinação de Option+⌘+Shift+Control, para facilitar a definição de toda uma série de novos atalhos para os seus aplicativos e funções preferidos.

De brinde, ao pressionar a tecla Caps Lock sozinha, ela irá equivaler à sua vizinha de cima, o Tab (ou a alguma outra tecla que você prefira, como o Del, ausente fisicamente dos teclados pequenos da Apple).

A dica usa 2 utilitários gratuitos feitos pelo mesmo autor e que exigem reboot após sua instalação, portanto instale-os antes de prosseguir: PCKeyboardHack e KeyRemap4MacBook.

Transforme o Caps Lock em Shift+⌘+Control+Option

O primeiro passo é instruir o OS X a ignorar a tecla Caps Lock, com a dica simples que já vimos em outro artigo.

Em seguida, use o PCKeyboardHack para transformar o Caps Lock na tecla F19 (inexistente no teclado físico), assim:

(ou seja: ative a opção Change Caps Lock, e preeencha o keycode 80 no campo à direita.)

O próximo passo é mais complexo: no KeyRemap4MacBook clique na aba Misc & Uninstall, e em Open private.xml. Irá se abrir no Finder a pasta em que está o arquivo de configuração do aplicativo. Abra-o num editor de textos simples e faça com que ele tenha o conteúdo a seguir:

<?xml version="1.0"?>
<root>
	<item>
		<name>F19 Hiper-Caps Lock</name>
		<appendix>(F19 to Hyper (ctrl+shift+cmd+opt) + F19 Only, send Tab)</appendix>
		<identifier>private.f192f19_escape</identifier>
		<autogen>
			--KeyOverlaidModifier--
			KeyCode::F19,
			KeyCode::COMMAND_L,
			ModifierFlag::OPTION_L | ModifierFlag::SHIFT_L | ModifierFlag::CONTROL_L,
			KeyCode::TAB
		</autogen>
	</item>
</root>

Se preferir, faça o download do conteúdo do private.xml acima.

Após salvar o arquivo, retorne ao KeyRemap4MacBook, clique na aba Change Key, pressione o botão ↻ ReloadXML, e aí ative a opção F19 Hiper-Caps Lock, que é a que você criou ao editar o arquivo XML:

Todo o procedimento acima repete aquele definido pelo Brett Terpstra no seu artigo A useful Caps Lock key, embora eu tenha modificado um pouco o arquivo XML proposto por ele, para fazer uso da tecla Tab.

A partir de agora, a cada vez que você pressionar a tecla Caps Lock em conjunto com outra tecla qualquer, será como pressionar esta última tecla em conjunto com Option+Shift+⌘+Control – e se você apenas pressionar e soltar o Caps Lock, sem outra tecla em conjunto, ela terá o efeito da tecla Tab (se você preferir outra tecla, edite a entrada correspondente no arquivo XML acima).

Com isso dá para definir atalhos para seus programas ou funções favoritos, usando as próprias Preferências do OS X ou utilitários como o Alfred 2 (meu preferido), Keyboard Maestro, Better Touch Tool e muitos outros.

A lista dos atalhos que eu defini para mim usando os workflows do Alfred 2 inclui:

• Caps + F: duplica a janela atual do Finder, ou abre uma nova
• Caps + D: abre o Dropbox no Finder
• Caps + 5: redimensiona para 550 a largura da imagem selecionada no Finder
• Caps + 6: redimensiona para 650 a largura da imagem selecionada no Finder
• Caps + B: move para a área de trabalho em que estiver o BBEdit, e o coloca em primeiro plano
• Caps + C: move para a área de trabalho em que estiver o Chrome, e o coloca em primeiro plano
• Caps + T: move para a área de trabalho em que estiver o Terminal, e o coloca em primeiro plano
• Caps + I: abre no Acorn a imagem seleciona no Finder
• Caps + U: faz upload da imagem selecionada no Finder para o meu servidor de imagens

Eu uso todos eles várias vezes por dia. Identifique que tarefas você executa várias vezes na sua rotina, e crie os seus!

Que tal controlar o ponteiro do mouse usando as teclas 7, 8, 9, U, I, O, H, J e K? Note que elas formam um quadrado no seu teclado, e podem ser usadas para fazer seleções com precisão ou para acessibilidade (e o I serve como botão desse mouse simulado).

A opção Teclas do Mouse fica nas Preferências do Sistema, em Acessibilidade ➡ Mouse e Trackpad. Lá você também encontra opções como ativar este recurso ao pressionar 5 vezes a tecla Option, por exemplo. A dica veio do artigo 5 recursos interessantes e pouco conhecidos do Mac OS X, cuja tradução saiu ontem na MacWorld brasileira.

O melhor antivírus para Mac é o Sophos, na opinião do Lifehacker – consome pouca memória e CPU, e oferece recursos atualizados.

Pessoalmente, tenho instalado no Mac e no Linux (e uso ocasionalmente, contra pen drives e outras mídias suspeitas) o ClamXav, open source.

O Mac é (naturalmente) imune aos vírus feitos para plataformas em que eles são comuns, como o Windows ou o Android, mas (como diz a Apple) nenhum computador conectado à Internet está totalmente imune a todos os vírus e spywares, e de vez em quando aparece algum malware feito para atingi-lo.

Eu não rodo (nem recomendo, de modo geral) nenhum anti-vírus que fique permanentemente em execução, inspecionando cada acesso ou arquivo que aparece, mas ter uma ferramenta à disposição para quando surge a demanda por verificar algo suspeito já foi útil diversas vezes, para mim.

Já que estamos no assunto, aproveite para saber mais sobre as características de segurança do Mac.

Leia também: Novo usuário: como manter seu Mac funcionando bem.

Imprimir pode estar saindo de moda, mesmo que em diversas situações ainda seja necessário. Mas desperdiçar papel ninguém deseja, e imprimir 2 (ou 4…) páginas por folha (sem ter de instalar nada) pode ser uma maneira de aproveitar melhor o recurso.

Cada demanda tem suas características, e para várias delas a legibilidade de imprimir "2-up" (2 páginas por face da folha física, como na imagem acima) é mais do que suficiente para a aplicação desejada.

Existe uma variedade de utilitários e comandos de configuração para obter esse efeito em outros sistemas, mas no OS X ele já vem como opção no próprio diálogo de impressão default (aquele em que você normalmente seleciona o número de cópias, ou um intervalo de impressão) usado pelos aplicativos, como veremos a seguir.

O primeiro passo é garantir que os detalhes de impressão apareçam no diálogo. Mande imprimir algo e verifique: se o seu só tiver as opções básicas mostradas acima, pressione o botão Mostrar detalhes para ter acesso ao restante.

O diálogo de impressão vai se expandir, com uma linha horizontal (contendo um seletor) separando as opções básicas das opções avançadas. Clique no seletor para escolher a opção Leiaute (é, eu sei...) e aí selecione o número de páginas por folha, a direção em que elas serão impressas (faz diferença em caso de dobras ou recortes) e se deve haver bordas delimitando as páginas originais:

No mesmo grupo você pode definir ainda a impressão duplex (dos 2 lados da folha), se a sua impressora tiver este recurso.

E não há razão para se limitar a 2 páginas por folha: se você estiver fazendo apenas uma prova tipográfica, por exemplo, pode imprimir 4 por folha (como no exemplo acima), ou até mais!

Se desejar, você pode usar o seletor Pré-ajustes (próximo ao alto do diálogo) para salvar a sua configuração como um pré-ajuste, facilitando o reuso futuro.

Com o recém-anunciado novo modelo de licenciamento para o Photoshop, bastante gente começou a procurar alternativas para suas atividades que permitam isso, e entre elas o Pixelmator e o Acorn constam como destaques.

O TUAW (The Unofficial Apple Weblog) aderiu ao movimento dos que começaram a investigar outros caminhos após o anúncio oficial do novo modelo de licenciamento da Adobe para os sucessores da sua atual linha de produtos CS (Photoshop & seus amigos), fortemente baseado em pagamentos periódicos e não mais na aquisição de uma licença definitiva de uso de uma versão do software.

Inicialmente o artigo abordaria 3 ferramentas, mas a autora logo concluiu que a similaridade com o Photoshop (por exemplo, em atalhos e opções) não está entre os pontos fortes da alternativa open source Gimp em sua configuração default, e ele foi removido da comparação.

Quanto às 2 outras alternativas, antes de prosseguir (e no interesse da transparência) quero deixar claro que o Acorn (especialmente sua recém-lançada versão 4) é meu editor gráfico preferido para Mac, mas as conclusões a seguir são da autora do artigo do TUAW, e não minhas, até mesmo porque não sou usuário do Photoshop e assim não tenho razão para substitui-lo.

Vou começar pela conclusão: o Acorn (acima) foi a opção que mais agradou quanto ao visual e interação, enquanto o Pixelmator brilhou pelo seu conjunto de recursos e pela sua comunidade de usuários apaixonados.

A comunidade de usuários faz diferença, por exemplo, na hora de procurar documentação online: uma pesquisa do Google sobre operações no Pixelmator tende a mostrar vídeos e tutoriais publicados pelos usuários, e o mesmo acontece bem menos no caso do Acorn, como a autora percebeu.

A questão do conjunto de recursos chamou a atenção a favor do Pixelmator (acima), que na análise da autora tem mais ferramentas e cada uma delas oferece mais opções, de modo geral.

No visual, o artigo do TUAW destaca que ambos aproveitam bem os recursos oferecidos pelo OS X, mas a preferência foi para o Acorn por ser mais fácil de reconhecer suas ferramentas, e porque lembra mais proximamente as convenções do Photoshop.

Já que estamos comparando, o preço também é importante: o recém-lançado Acorn 4 sai por US$ 30 na Mac App Store, enquanto o Pixelmator normalmente custa exatamente o mesmo preço, mas está há alguns meses no preço promocional de US$ 15.

Pessoalmente não acredito muito na ideia de uma ferramenta de software como substituta geral para outra, mas ao mesmo tempo tenho certeza de que em muitas tarefas elas são intercambiáveis e, pessoalmente, não largaria o Acorn pelo Photoshop, considerando o escopo das atividades gráficas que desempenho. Mas avaliar alternativas considerando as suas próprias demandas é um exercício positivo!

Leia os detalhes em Pixelmator and Acorn: economic, practical image editors, de Erica Sadun, no TUAW.

Os recursos do lançador Alfred podem acrescentar bastante eficiência e conveniência às suas operações de copiar e colar.

Faz tempo que o Alfred é essencial em qualquer Mac que eu use, pois trata-se da forma que eu escolhi para ter acesso rápido (e sem tirar as mãos do teclado) aos meus aplicativos e arquivos de trabalho.

Além de ser um lançador, com a ajuda do seu Powerpack ele vira uma ferramenta múltipla, com a adição de vários outros recursos interessantes, como o recém-lançado recurso Workflows, que permite automatizar rotinas de trabalho definidas pelo próprio usuário.

Uma das áreas adicionais em que o Alfred também brilha, embora isso não fique evidente a muitos usuários, é o gerenciamento da clipboard, aquele recurso essencial de copiar/recortar/colar que usamos ao editar nossos textos.

Histórico da clipboard no Mac com o Alfred

Quando usamos o Alfred com o Powerpack na configuração default, a qualquer momento podemos pressionar Option + ⌘ + C e ver a lista dos 10 conteúdos mais recentes que estiveram na clipboard:

Como nas demais interfaces do Alfred, você pode selecionar qualquer item pelo número, ou usar as setas para deslocar a barra do menu. Ao pressionar Enter sobre um item, ele volta imediatamente para a clipboard, e também é colado na janela ativa (mas essa segunda parte pode ser desativada nas preferências).

Se você tiver dificuldade em lembrar de teclas de atalho (eu às vezes tenho), o mesmo efeito pode ser obtido simplesmente abrindo a interface normal do Alfred e digitando clipboard. Se você desejar, pode definir (também nas Preferências) alguns trechos de texto que usa com frequência e deixá-los sempre disponíveis junto ao histórico da clipboard, ou pelo comando snip do Alfred.

Se, por qualquer motivo, você precisar apagar o histórico da sua clipboard no Alfred, basta usar o comando clear, ou o recurso idêntico nas Preferências. Entradas com mais de 24h (ou o tempo que você definir) também são removidas automaticamente, e itens copiados originalmente em programas como o 1Password e o chaveiro do OS X (ou outros que você definir) nem mesmo chegam a ir para o histórico.

Bônus: Copiar e adicionar à clipboard

Quando copiamos algum trecho de texto para a clipboard, ele substitui o conteúdo que já estava lá, certo?

Mas às vezes o que queremos é copiar vários trechos espalhados de texto, e aí colar em um local de destino único.

Para isso, o Alfred + Powerpack oferece também o recurso de adicionar à clipboard, cujo atalho default é ⌘+C+C (ou seja: segura a tecla Command e pressiona C duas vezes seguidas).

Experimente. Por default, ele acrescentará a seleção atual ao final do texto que já estava na clipboard, usando um espaço como separador, e tocará um som do sistema para confirmar o sucesso da operação. Mas ambos os itens: o separador e a confirmação – bem como o atalho de acesso – podem ser alterados nas Preferências.

Uma observação obrigatória: vários outros apps, vários deles de ótima qualidade, oferecem os mesmos recursos mencionados acima. Mas para quem já usa o Alfred com o Powerpack, vale a pena compará-los com a alternativa já disponível nele, e aí possivelmente evitar duplicar funções ツ