Assistir vídeos no iPad: app VLC 2.1.0 é grátis, suporta a maioria dos formatos e agora é em português

O app VLC é o melhor player de vídeo para o iPad entre os concorrentes open source, certamente está entre os melhores em qualquer categoria – e sua atualização o tornou ainda melhor.

Após 2 anos fora da App Store por conflitos entre seus próprios desenvolvedores, o VLC para iOS voltou a estar disponível em julho de 2013, e desde então não precisei de nenhum outro app para assistir vídeos no iPad e iPhone.

Enquanto vários dos reprodutores de vídeo para iOS exigem converter formatos de arquivo antes de copiá-los para o dispositivo, o VLC toca diretamente formatos como MPEG-2, DivX, H.264, MKV, WebM, WMV, MP3, FLV e vários outros, incluindo as sempre importantes legendas.

Ele também permite sincronizar seus filmes e seriados com o iPad não apenas por meio do iTunes, mas também via Dropbox e até mesmo via download direto.

E a versão 2.1.0. lançada no sábado, tornou-o melhor ainda, com opções adicionais para fazer streaming a partir de servidores, tocar arquivos puramente de áudio, e um novo conjunto de menus reformulando fluxo para as ações do aplicativo.

Mas o mais interessante para quem busca conteúdo em nosso idioma em um mar de filmes e séries em inglês: o suporte a legendas foi melhorado, e a própria interface do VLC para iOS agora é em português.

Outra novidade interessante para quem usa o iPad ou o iPhone perto de uma tela maior e tem o cabo adequado é que agora o VLC também suporta displays externos.

E o mais interessante: continua grátis!

Leia também: 10 coisas que o VLC faz e você não sabia.

iPhone, câmeras e videogames portáteis: uma reflexão rápida sobre uma extinção lenta

Um amigo perguntou ao outro: mas como foi que você faliu? E o amigo falido respondeu: de 2 jeitos, primeiro aos poucos, e depois subitamente.

Ontem eu passei algumas horas desmontando mobília pra uma pequena reforma na sala e no escritório de casa, que estão trocando de lugar entre si, e (re)descobri algo que eu nem sabia mais: eu ainda possuo uma câmera digital e um videogame portátil: no meu caso, um Sony PSP.

Eu não tomei a decisão de deixá-los debaixo de uma pilha de peças e suprimentos, no fundo de uma gaveta. Eles foram sendo movidos pra lá aos poucos, conforme novos acessórios chegavam e eles permaneciam sem uso.

E não é que eu não tire fotos, nem jogue jogos portáteis. Eu faço as 2 coisas.

O iPhone, "culpado" pelo desuso de uma boa câmera e de um excelente videogame portátil, não tira fotos melhores, nem me oferece melhor capacidade de controlar personagens animados em uma longa viagem ou sala de espera.

Mas ele tem algo que a câmera e o PSP não têm: já está no meu bolso, e com bateria carregada, na hora em que eu penso em tirar uma foto, ou matar 15 minutinhos jogando.

Na hora em que os encontrei, notei que preciso encontrar alguém que tenha uso para ambos e não tenha condições de comprar, porque imediatamente percebi que para mim não tem mais jeito, a oportunidade deles já passou, e eles foram bem aproveitados enquanto ela durou.

Toda essa minha observação é um elemento a favor da tréplica de John Gruber1 em uma longa discussão sobre o presente o futuro da Nintendo (e seu recém-lançado videogame portátil 2DS): as pessoas2 não querem levar um dispositivo a mais, e convencê-las a fazê-lo é o desafio de quem pretender permanecer ou ingressar na cena dos jogos portáteis3 com equipamentos próprios.

Eles ainda estão tentando, mas pra mim já parece que é a tal fase "aos poucos" da falência.

Me incluir nos seus planos de um novo console já estava difícil, Nintendo, porque eu tenho o Wii e não estou nem aí pra continuidade dele que você tentou me vender.

Ontem constatei que pelo lado dos videogames portáteis também é praticamente impossível. Mas ficaria feliz em jogar Mario Kart no meu iPhone, e estou aguardando, ok?

 
  1.  Que também trouxe a citação que abre este meu texto.

  2.  Exceto os entusiastas de cada plataforma, que lamentavelmente não são o público-alvo capaz de sustentá-las economicamente

  3.  A parte da câmera é acréscimo meu, e é menos verdadeira no caso dos dispositivos semiprofissionais.

Multiplique a utilidade do Finder com a pasta inteligente indispensável

Com uma configuração bem simples e permanente, você cria um atalho dentro do Finder para mostrar rapidamente todos os arquivos que abriu hoje ou ontem.

As pastas inteligentes do OS X são, em sua essência, resultados de pesquisas (com critérios escolhidos previamente pelo usuário) que se apresentam ao usuário como se fossem pastas. Vimos recentemente (no artigo "App Mail do Mac: use melhor as caixas de entrada inteligentes e gerencie o caos do e-mail") como criar e usar bem esse tipo de inteligência no app Mail e no app Contatos, e hoje é a vez do Finder.

Voltar a ver ou editar um arquivo que você já tinha aberto mais cedo (ou ontem) é uma necessidade tão comum a ponto de haver vários recursos do OS X e até mesmo apps voltados exatamente a essa tarefa (como o Trickster, que faz isso muito bem).

É bem fácil criar na barra lateral do Finder uma opção que mostra só os arquivos que foram abertos nos últimos dias. Eu prefiro definir para mostrar os que foram abertos desde 3 dias atrás, porque aí na segunda-feira ainda aparecem os da sexta ツ Veja como fica:

Trata-se, naturalmente, de uma pasta inteligente, e veremos a seguir como criá-la, passo por passo. Comece abrindo uma janela do Finder e pressionando Option++n, para abrir a janela de criação de pasta inteligente:

Na janela que foi aberta, pressione "Este Mac" e o sinal de "+", como indicado pelas setas na imagem acima. Vai aparecer uma linha com uma regra de pesquisa para você preencher:

Mude o primeiro campo de pesquisa para "Data da última abertura", e nos demais selecione o equivalente a "nos últimos 3 dias", e depois pressione Salvar, como indicado na imagem acima.

No diálogo de gravação, escolha o nome que preferir, mas não esqueça de selecionar o campo "Adicionar à Barra Lateral".

E pronto: agora, sempre que você não lembrar onde está aquele arquivo no qual mexeu ontem (ou na sexta-feira...), o acesso rápido estará ali na barra lateral do seu Finder, sem precisar instalar nada :)

A Noiva de Frankenmac: MacWorld monta um Hackintosh mais rápido que o Mac Pro

A MacWorld montou um PC com componentes caprichados que tinha em seu laboratório, instalou o OS X e comparou com os modelos atuais (2012) de Mac Pro.

Hackintosh, você sabe, é um computador instalado com o Mac OS X mas sem usar o hardware da Apple. Instalar um hackintosh pode ser um procedimento complexo, juridicamente nebuloso (no mínimo), e o resultado às vezes fica longe de ser similar ao obtido com um Mac.

Mas é possível obter resultados bem interessantes com um hackintosh. É o caso da MacWorld, que em 2008 montou seu próprio modelo, que chamou de FrankenMac, e agora montou outro e batizou de Noiva de Frankenmac.

Montar um hackintosh é bem mais fácil quando é do jeito da MacWorld: com uma variedade de peças à disposição, permitindo selecionar as que melhor se adequam às instruções de montagem disponíveis na Internet.

E ao tomar a decisão de violar os termos que constam na licença do OS X, a MacWorld tinha um objetivo interessante em vista: comparar o desempenho com o expansível e espaçoso modelo atual de Mac Pro (à direita), considerando que o próximo modelo, já anunciado, será belo, compacto e talvez menos adequado às demandas de quem hoje usa um Mac Pro com placas internas de expansão.

Assim, "por interesse acadêmico", eles montaram um cenário que contraria o texto da licença da Apple mas avalia o que seria possível fazer com componentes disponíveis no mercado a quem tenha US$ 1200 para gastar, incluindo um gabinete espaçoso, incluindo um processador i7 de 4 núcleos, uma placa gráfica Nvidia GeForce 660Ti, 16GB de memória RAM DDR-1600, e uma placa-mãe Asus P8Z77-VPro com USB 3, Thunderbolt e 7 slots de expansão – e um drive de Blu-ray, para completar.

Vale destacar: trata-se de comparar bom hardware de 2013 (a Noiva) com bom hardware de 2012 (o Mac Pro), portanto, havendo compatibilidade, a vantagem está com o mais recente – é uma questão de saber quanto, e em que.

Vamos, primeiramente, aos scores obtidos por cada configuração, mostrando o tamanho da vitória da Noiva:

Pela ordem, de cima para baixo: o Mac Pro (modelo 2012, US$ 2500) de 4 núcleos não deu nem pra largada. O Mac Pro (modelo 2012, US$ 3800) top de linha, com 12 núcleos, perdeu para a Noiva tanto quando testado com HD (por 14%), quanto com SSD (por 11%). Mas, por pequena margem, o Mac Pro top de linha com SSD ganhou da noiva com HD.

Como os resultados do teste SpeedMark são reproduzíveis, quando o modelo 2013 do Mac Pro estiver disponível será fácil comparar o score dele com os da Noiva.

O saldo geral não é tudo: testes específicos tiveram resultados variados, e existem os fatores complexidade e suporte

Nos resultados dos testes individuais da MacWorld é possível perceber que em algumas tarefas (como compartilhar um filme do iMovie com o app iTunes) o desempenho entre Pro e Noiva fica bem próximo, e existem até casos (como o MathematicaMark e a descompactação Zip) em que o Mac Pro, com seus 12 núcleos, ganha por larga vantagem. Avaliar os testes específicos é uma boa ideia para verificar o que atende melhor ao caso de cada usuário.

A MacWorld também testou algumas configurações alternativas – por exemplo, trocando a placa de vídeo entre a Noiva e o Mac Pro, e verificando que a placa da NVidia obtêm melhores resultados do que a original do Mac Pro, não importando em qual dos computadores ela esteja instalada.

Só que o desempenho não é tudo: na Noiva de Frankenmac (à direita na foto abaixo) a MacWorld teve que passar por algumas bruxarias (tipo dar um boot por pen drive e pressionar 2x o botão Power) a cada vez que inicializava o sistema, ou a tela ficava apagada.

Eles também relataram outras experiências verificadas com hackintoshes por lá, como impossibilidade de fazer funcionar o áudio da placa-mãe (e ter de recorrer a uma "placa de som" USB), dificuldades para operar com 2 monitores, ou desmontagem intermitente de drives externos.

Outro fator é o suporte: não apenas a garantia que cobre o equipamento por inteiro está ausente no hackintosh, como não há nenhuma base para acreditar que um sistema caseiro que funciona na versão atual do OS X continuará funcionando na próxima atualização ou versão do sistema operacional.

Isoladamente, nada disso precisa ser razão para usar ou deixar de usar um hackintosh, mas são fatores a considerar ao avaliar o interesse neles.

Os detalhes você encontra no artigo "Bride of Frankenmac: The illicit PC that runs OS X faster than a Mac Pro", na MacWorld.

Do iPad para o Word: nova versão do iA Writer faz a ponte com o .DOCX

Editar docs do Word no iPad, ou levar os arquivos editados no iPad ao Word, agora são uma tarefa simples para quem usa o iA Writer tanto no iPad quanto no Mac, graças ao novo recurso .docx ⇄ Markdown.

Editar texto no iPad formatando como estamos acostumados por décadas de processadores de textos no computador nem sempre é agradável: as rotinas de selecionar um trecho e pressionar um botão não são tão adequadas ao universo touchscreen quanto ao mundo em que há menus e mouse.

A formatação em Markdown é uma alternativa que vem sendo cada vez mais empregada nos editores de texto para iPad e iPhone, porque faz uso de símbolos comuns do teclado para indicar formatação: **este trecho** sairia em negrito, por exemplo.

Isso permite o fluxo de trabalho em que o autor escreve tanto no iOS quanto no Mac, sincronizando o documento de forma transparente por meio do Dropbox ou do iCloud e, quando termina de redigir, transforma em um documento formatado tradicional, pronto para ser compartilhado, publicado ou impresso.

O iA Writer é um dos editores que podem ser usados para esse fluxo. O iA Writer para iOS se encarrega do trabalho no iPad e iPhone, e o iA Writer para Mac se encarrega da outra ponta.

E a versão 1.9 do iA Writer trouxe uma série de novidades interessantes, a começar pela versão para iOS, que agora é em português, além de apresentar no iPad uma extensão ao teclado do iOS que permite navegar com o cursor e também inserir acentuação na forma tradicional, pressionando o acento e em seguida pressionando a letra.

Ainda na versão para iOS, se você usar formatação Markdown, pode ver como o documento ficará na versão formatada (opção Visualizar), enviá-lo como um e-mail formatado, e até copiá-lo para a clipboard escolhendo se deseja que ele fique formatado, sem formatação ou mesmo codificado em HTML.

Mas é no iA Writer para Mac que vem a novidade mais interessante para quem tem o clássico e indesejado problema de querer enviar documentos formatados para usuários de Windows: a partir da versão 1.9, ele pode gravar seus documentos Markdown em formato DOCX (do Word 2007 em diante), para satisfazer os usuários do Office. Ou seja, se você usa o iA Writer no iPad e no Mac, sincronizados via Dropbox ou iCloud, pode gravar arquivos do Word sem sair do seu editor.

O sentido inverso também funciona: você pode importar do Word (arrastando um arquivo DOCX para o iA Writer do Mac) e o documento será convertido para Markdown, permitindo que ele seja editado no Mac ou no iPad.

O iA Writer para Mac tem mais algumas características interessantes, incluindo destacar os trechos em Markdown mesmo durante a edição.

Outros recursos do iA Writer são o "Focus Mode" (opcional), que esmaece os parágrafos que você não está editando no momento, e uma interface que de modo geral privilegia a atenção ao ato de escrever, e não à ferramenta de escrita.

O iA Writer não é meu editor de texto preferido: no iOS eu prefiro o Write e o Editorial, e no Mac eu uso o BBedit e o TextWrangler – mas minhas demandas são bem específicas, e acredito que o iA Writer seja uma boa escolha para parte considerável dos usuários.

O iA Writer para iOS custa ~US$1 e funciona tanto no iPad quanto no iPhone, e o iA Writer para Mac custa ~US$ 5.

O que é Markdown

Markdown é um estilo de formatação de documentos fácil de aprender, que preserva a legibilidade, gera arquivos bem estruturados e formatados, e é suportado por cada vez mais ferramentas.

O Markdown resolve um problema típico da edição touchscreen: marcar elementos da estrutura (como subtítulos) e formatação (como negritos) de documentos usando apenas os símbolos usuais do teclado, sem ter de ficar selecionando trechos e recorrendo a teclas de atalho e opções de menu.

Mas essa é uma vantagem colateral, pois ele foi criado com um objetivo menos específico: permitir digitar textos usando uma forma de marcação padronizada, que fosse ao mesmo tempo fácil de ler (quando em edição) quanto permitisse fácil conversão para formatos estruturados mais complexos, como HTML, PDF, impressão formatada, etc.

Na imagem acima você vê as duas personalidades de um documento em Markdown: a tela da esquerda é o texto em edição (note os asteriscos destacando os títulos, por exemplo), e a da direita é exibição do mesmo texto em modo formatado (note que a linha com os asteriscos virou um título tradicional).

O Markdown foi criado em 2004 pelo desenvolvedor e autor John Gruber com apoio de Aaron Swartz (sim, aquele Aaron Swartz) aproveitando uma série de convenções das mensagens em texto puro, como usar trechos *entre asteriscos* ou /entre barras/ para indicar ênfase.

Como vários autores já declararam, trata-se de uma forma de reduzir a ferramenta quase ao nível da antiga máquina de escrever, em que não havia menus e atalhos, preservando a legibilidade enquanto escreve, e sem abrir mão da estruturação e formatação modernas.

Com o passar dos anos o Markdown passou a ser adotado em uma variedade de sites (como Reddit, OpenStreetMap, GitHub), sistemas de gestão de conteúdo, linguagens de programação e, pela sua facilidade de uso na entrada de texto em dispositivos de toque, é uma escolha comum para formatação em editores de texto para iPad e iPhone.

Alguns exemplos de marcação de estilo com Markdown são:

# Esta linha é um título
## E esta é um subtítulo

Aqui temos um parágrafo de texto comum, (ele é
delimitado por linhas em branco), e 
a seguir teremos uma lista:

* Este é o primeiro item da lista
	+ ele tem um sub-item
* Este é o segundo item da lista
* Este é o terceiro item da lista

Aqui já estamos em um novo parágrafo. O 
trecho *entre asteriscos* será enfatizado 
em itálico, e o trecho **entre asteriscos 
duplos** será enfatizado em negrito. É possível 
fazer links para a web, também, como 
esta [chamada para o BR-Mac](http://br-mac.org/).

Acima você vê apenas alguns exemplos, mas a sintaxe completa do Markdown está disponível para consulta, e vale a pena investigar também o MultiMarkdown, que expande a proposta acrescentando marcações mais complexas, como tabelas e citações, e tem elementos que vêm sendo progressivamente adotados.

Os editores atuais para Mac, iPad e iPhone que reconhecem o Markdown são vários (como o Write e o Editorial), e boa parte deles inclui ferramentas internas para exibir e imprimir versões formatadas do documento, ou exportá-lo para outras ferramentas e formatos.

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